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Descrição

Os conceitos fundamentais da psicomotricidade importantes para aplicação na área de Educação Física.

PROPÓSITO

Compreender os conceitos da Psicomotricidade para aplicação desses conhecimentos estruturantes de sua prática no processo de estimulação e desenvolvimento de crianças à idosos na área de Educação Física.

OBJETIVOS

Módulo 1

Definir os conceitos fundamentais de Psicomotricidade

Módulo 2

Identificar os elementos psicomotores voltados a noção corporal, orientação espaço-temporal e coordenação motora

MÓDULO 1

Definir os conceitos fundamentais de Psicomotricidade

O que é Psicomotricidade?

É hábito das produções científicas apresentar o objeto de estudos intencionados, entretanto, vamos iniciar nosso percurso com uma pequena conversa sobre Psicomotricidade.

Vamos compreender a Psicomotricidade em um contexto mais recente, uma vez que a evolução tecnológica e científica, às quais estamos submetidos na contemporaneidade, influenciam sobremaneira as práticas educativas, clínicas e terapêuticas. Uma das ciências que mais tem apresentado crescimento nos últimos tempos são as Neurociências, que têm orientado de forma significativa transformações nas práticas referidas. Inúmeras perguntas são necessárias para a construção do nosso conhecimento, o qual, orientado por um princípio definido pela própria Neurociência, se estrutura de forma mais eficiente a partir de questionamentos, lacunas, dúvidas e curiosidade.

O crescimento conceitual da Psicomotricidade tem sido expressivo nos últimos tempos, somado ainda ao fato de sua regulamentação ter sido alcançada em 03 de janeiro de 2019, após uma grande luta. O recente reconhecimento e a consequente regulamentação da Psicomotricidade como categoria profissional impulsionaram uma revolução significativa em seu campo de conhecimento. Houve grandes avanços na estruturação de delimitações importantes para a normatização de sua prática como:

  • Elaboração do currículo mínimo para a implantação de cursos de graduação
  • Validação de protocolos de avaliação
  • Definição dos campos de atuação de acordo com uma estrutura legislativa

Embora sua regulamentação seja recente, a Psicomotricidade é significativamente antiga como abordagem de reabilitação, de terapia e educativa em âmbito mundial. É de conhecimento geral a importância dessa prática aplicada à promoção do desenvolvimento humano nos diversos ambientes.

O que é Psicomotricidade? De acordo com a ABP (2012), podemos apresentar sua definição como:

[...] a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização (ABP, 2012). De maneira simples, podemos organizar a definição de Psicomotricidade como:

Psicomotricidade é a ciência que tem por objeto de estudo o homem, por meio do seu corpo em movimento, das relações consigo mesmo, com os objetos, com os outros e com o ambiente, entendendo o corpo como a fonte das aquisições cognitivas motoras e afetivas, assim como o meio que possibilita a expressão e a relação do sujeito.

Entendendo melhor essa definição, vamos trabalhar inicialmente com a compreensão de cada conceito embutido nestas palavras. Iniciamos com a compreensão de que Psicomotricidade é uma expressão complexa que contém dois componentes. De uma maneira intencional e essencialmente didática, podemos identificar o componente mental (PSICO) e o componente corporal (MOTRICIDADE). É importante ressaltar que a divisão apresentada entre PSICO e MOTRICIDADE se estabelece unicamente para uma compreensão didática, uma vez que sua concepção é a de que esses componentes são inseparáveis, indissociáveis.

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Componente mental (PSICO)

Refere-se aos aspectos mentais, portanto, cognitivos e afetivos da formação do ser humano.

Componente motor (MOTRICIDADE)

Refere-se aos aspectos orgânicos, portanto, biológicos e motrizes do sujeito.

Ambos os componentes estão conectados a uma mesma expressão, o que fortalece a ideia de que realmente são indissociáveis, ou seja, um indivíduo é constituído pela ação mútua entre sua psiquê e seu corpo. Desse modo, o indivíduo é composto por uma psiquê dotada de sensações, de reações biológicas, de movimento, de ações e por um corpo dotado de subjetividade, de expressão, de comunicação e de emoções. Assim, podemos definir o sujeito compreendido pela Psicomotricidade.

Psico + Motricidade

A Psicomotricidade utiliza eminentemente a estrutura corporal para promoção do desenvolvimento do sujeito, ou seja, o movimento corporal nas suas diversas características é o principal instrumento de trabalho estruturado nessa prática. É importante ressaltar que o movimento e a estrutura corporal especificamente não são entendidos de maneira isolada, e sim compreendidos nas relações possíveis de serem estabelecidas com:

  • Outros indivíduos
  • O ambiente
  • Os objetos
  • Indivíduos
  • Consigo mesmo

O corpo e o movimento estão presentes em um processo contínuo de relação com seus componentes pessoais internos e com os elementos que pertencem ao ambiente externo. Temos que ressaltar a especificidade de compreensão que a prática psicomotora possui a respeito do corpo, como uma estrutura que capta todas as informações advindas do meio, ou seja, todos os estímulos necessários para o seu desenvolvimento e, portanto, para o alcance adequado das aquisições inerentes ao desenvolvimento humano. O processo de “maturação” indicado na definição de Psicomotricidade apresentada anteriormente refere-se ao desenvolvimento neurobiológico, das estruturas que possibilitam a organização cada vez mais complexa das funções corporal, cognitiva e emocional.

É importante ainda entender que a promoção do desenvolvimento harmônico do sujeito e do seu autoconhecimento tem como essencialidade a capacitação do sujeito da percepção de si, da ação deste no mundo e de expressão por meio de suas relações. A prática psicomotora objetiva a realização intencional da ação dos indivíduos no mundo, entendendo que o ser humano é composto segundo uma visão de globalidade.

Segundo Lapierre e Aucouturier (1984), o sujeito deve ser compreendido na dimensão psíquica do seu corpo e na dimensão corporal do seu psiquismo, assim como devemos considerar a relação mútua entre a atividade psíquica e a função motora desse indivíduo. A Psicomotricidade compreende o movimento como uma atividade psíquica consciente, considerando a contínua integração da motricidade elevada ao nível do “desejar” e do “querer fazer”, ressaltando a intencionalidade do sujeito em sua ação por meio de seu corpo. A prática psicomotora, em suas diversas vertentes de atuação, deve ser realizada por profissionais devidamente habilitados, ou seja, exclusivamente por psicomotricistas. Entretanto, outros profissionais como professor de Educação Física, pedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros podem fazer o uso de estratégias psicomotoras em sua prática, como especialistas.

Atenção

O psicomotricista é o profissional da área de saúde, terapia, reeducação e educação que pesquisa, avalia, previne e trata do homem na aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somatopsíquico e da retrogênese (ABP, 2012).

O público-alvo desta prática são crianças em fase de desenvolvimento, bebês de alto risco, crianças com dificuldade/atrasos no desenvolvimento global, pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas, família e terceira idade. Os ambientes de atuação podem ser: creches e escolas especiais, clínicas multidisciplinares, consultórios, clínicas geriátricas, postos de saúde, hospitais e empresas (ABP, 2012).

História da Psicomotricidade

O berço da Psicomotricidade foi a França, sob influência das ciências biológicas como Medicina, Psiquiatria, Neurologia, Neuropsiquiatria. Alguns personagens de tais ciências, como Wernick, em 1807, organizaram a ideia de que as disfunções corporais estavam relacionadas a causas psíquicas com o intuito de vencer um modelo anatômico e clínico. Iniciou então um movimento conceitual na busca de estabelecer relação entre aspectos de ordem psíquica e de ordem motora.

Ernest Duprè em 1907 começou a estabelecer uma relação estreita entre o psiquismo e a motricidade, apontando uma relação entre a habilidade motora e a deficiência mental sem causas neurológicas (paralelismo psicomotor).

Henri Wallon, em 1925, indicou uma relação entre comportamento tônico e os estados emocionais, buscando explicar que esses estados interferiam na estruturação do caráter do sujeito. Ele considerava o movimento como uma primeira relação do indivíduo com o meio.

Piaget, em 1936, entendia que o desenvolvimento infantil, organizado nos aspectos cognitivo, afetivo e moral, se estruturava a partir das ações sensório-motoras realizadas pelas crianças.

Em 1936, Arnold Gesell elaborou uma escala do desenvolvimento infantil em faixas etárias. Tais conhecimentos foram sendo agregados de forma sensível ao que mais tarde seria o campo de conhecimento da Psicomotricidade.

Temos ainda a contribuição de George Heuyer que, em 1925, em sua prática de Psiquiatria infantil, usou o termo Psicomotricidade para apontar a relação entre o desenvolvimento da motricidade, da afetividade e da inteligência.

Edouard Guilmain, por volta de 1935, criou o que foi denominado de exame psicomotor, com o principal objetivo de estruturar os programas de terapia com a inclusão de exercícios que desenvolviam a atenção, a educação sensorial e os trabalhos manuais.

Em 1911, Henry Head, estruturou trabalhos sobre o esquema corporal referenciados a partir de uma visão fisiológica.

Paul Schilder em 1941 organizou a concepção de imagem corporal sob uma visão teórica da Psicanálise.

Ajuriaguerra, em 1947, influenciado por Duprè, Wallon e Piaget, redefiniu os transtornos psicomotores, interligando o movimento consciente, intencional, as praxias e a relação desses com a ação do sujeito no mundo. Esse neuropsicólogo, na década de 50, com Diatkine e Lebovici, estruturou técnicas educativas com o objetivo de tratar os distúrbios psicomotores.

Nesse período, no Hospital Henri-Rouselle, foi utilizada uma nova metodologia, onde foram apontados os grandes eixos da Psicomotricidade:

  • Equilíbrio (esquerda/direita)
  • Coordenação visomotora
  • Organização espacial e temporal
  • Esquema corporal
  • Lateralidade
  • Domínio tônico

Em 1963, houve a oficialização da Psicomotricidade, com a certificação em reeducação psicomotora e a seguir, Jean Bergès, Renè Diatkine, Lebovici, Launay, Jolivet Melanie Klein, Donald Winnicott, René Spitz, Margaret Mahler, Willian Reich, Paul Schilder, Jacques Lacan, Maud Mannoni, René Zazzo, Sami-Ali, Françoise Dolto, por volta dos anos 70, fortaleceram a concepção do componente relacional da Psicomotricidade como fundamental na prática terapêutica.

Saiba mais

Jean Bergès, neste período, criou uma técnica de diagnóstico e relaxação que promoveu uma influência para além da Psicanálise: análise bioenergética, Gestalt-terapia e psicodrama. André Lapierre, Bernard Aucouturier, Jean Le Boulch e Pierre Vayer, por volta dos anos 80, criaram a corrente de reeducação psicomotora eclética proveniente da educação física. Françoise Desobeau, Iann Beltz, Huget Bucher, Germaine Rossel, Fançoise Geromini e Giselle Soubiran criaram as abordagens terapêuticas psicomotoras.

A partir dos anos 60, foi estabelecida uma relação estreita entre o corpo e o movimento na reabilitação, onde deficiências motoras, sensoriais e mentais eram trabalhadas por meio da integração corpo-mente com pouca referência ao termo Psicomotricidade. Foi constituída uma formação específica para o atendimento de determinadas deficiências, com incentivo a atividades eminentemente corporais, como: a ginástica rítmica, dança, jogos de dramatização e educação gestual. Marly Fróes realizou cursos na Itália e na França, organizando a partir de então atendimentos na ABBR e no Instituto Helena Antipoff, no Rio de Janeiro, oferecendo atendimento a deficientes e excepcionais com auxílio de Martha Lovisaro.

A prática psicomotora

As estratégias utilizadas na prática psicomotora se organizam por meio de abordagem corporal, ou seja, as estratégias elencadas se utilizam da estrutura corporal para a promoção do desenvolvimento do sujeito.

Atenção

A prática psicomotora, portanto, utiliza o corpo em movimento para a promoção do desenvolvimento humano.

Como apontado, a prática psicomotora pode ser aplicada em diversos ambientes:

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Ambiente reeducativo

No ambiente reeducativo, a reeducação psicomotora atua na perspectiva de minimizar os danos causados por uma lesão ou por um sintoma expresso. É uma prática que busca a promoção de qualidade de vida por meio da atuação desse sujeito com mais expressividade, autonomia e qualidade nas atividades de vida diária. Atua na busca de uma adaptação qualitativa da funcionalidade desse sujeito aos hábitos de vida diária.

Ambiente terapêutico

No ambiente terapêutico a terapia psicomotora desenvolve-se por meio de abordagem corporal, buscando intervir nas instâncias psíquicas, nas elaborações psíquicas instaladas no sujeito. Elas podem ser reestruturadas por meio da mobilização corporal. Na prática terapêutica, faz-se uso de várias estratégias como manipulações, trabalho respiratório, massagem, dramatizações, jogos espontâneos, estimulação sensorial, entre outros mecanismos com a utilização da capacidade sensorial do corpo, na busca de uma associação com as instâncias psíquicas do sujeito.

Ambiente educacional

Na esfera educacional, a educação psicomotora atua no viés preventivo, ou seja, objetiva a construção do desenvolvimento harmônico do sujeito, com o intuito de evitar o surgimento de determinados transtornos possíveis de serem contornados por meio de uma organização psicomotora qualitativa e antecipatória. As estratégias utilizadas na prática educativa da Psicomotricidade são estratégias que se organizam em torno de jogos de ações corporais livres, atividade espontânea, jogos cognitivos, jogos corporais, jogos dramáticos, exploração do ambiente, exploração do próprio corpo, exploração do corpo dos outros, exploração de objetos e experimentação desses objetos.

Vertentes de abordagem da Psicomotricidade

O conjunto da prática psicomotora reúne uma infinidade de ações corporais que venham a proporcionar a descoberta de possibilidades para construção:

  • Da consciência do próprio corpo
  • Da consciência de si
  • De uma possibilidade de expressão por meio do seu corpo de forma harmônica

A tríade: consciência do próprio corpo, consciência de si e capacidade de expressão por meio do seu corpo é construída de acordo com a estruturação denominada por Vitor da Fonseca de noção de corpo.

Noção de corpo

É essencial para o desenvolvimento harmônico do sujeito porque é meio pelo qual o indivíduo consegue perceber seu corpo como um todo e estar consciente de suas partes. É por meio da noção de corpo ainda que este consegue realizar suas ações de interação com o ambiente, com os outros, com os objetos e consigo mesmo. Por meio da ação e relações referidas, o sujeito constrói a percepção e a consciência do próprio corpo, a consciência de si, dos seus processos corporais e psíquicos e se torna capaz de expressar os seus desejos, as suas intenções, as suas demandas e suas necessidades em adequação ao ambiente e a sua individualidade.

A prática psicomotora respeita alguns princípios básicos e fundamentais para a sua estruturação, esses princípios são:

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Valorização da atividade espontânea

A Psicomotricidade compreende inicialmente que a atividade espontânea é fundamental para o desenvolvimento da criança em seus aspectos formadores (cognição, motricidade e afetividade).

Garantia do prazer na prática corporal

Parte do princípio de que a atividade espontânea, o prazer, o desejo e a individualidade são elementos que devem coexistir continuamente na prática corporal com vistas ao desenvolvimento integral, portanto, são concebidos como elementos indissociáveis na prática corporal.

Respeito à individualidade

Segundo os princípios da Psicomotricidade, a prática corporal se estrutura a partir de uma organização prévia, definida a priori, e possui uma idealização antecipatória. A partir dessas ações, é possível observar o que o indivíduo possui enquanto demanda e necessidade. Levando em conta os elementos trazidos pelo paciente/aluno, a prática é então efetivada.

Incentivo à expressão do desejo da criança

A prática psicomotora é construída a partir de um momento de escuta da criança. São feitas observações quanto aos seus desejos, às suas demandas, ao seu estado emocional, ao seu estado corporal momentâneo, enfim, às suas necessidades. A partir dessa escuta, a proposta psicomotora se constrói em plena comunhão de ideias, conhecimento teórico, técnico-conceitual e de necessidades.

Como apontado, o desenvolvimento, segundo os conceitos psicomotores, é composto por uma compreensão do indivíduo em todos os seus aspectos. Sendo assim, a proposta de desenvolvimento oferecida a esse indivíduo se dá através do movimento, isto é, através de uma abordagem corporal. No entanto, apesar de essa abordagem ser corporal, sua ação é muito mais ampla, pois acaba envolvendo também elementos de ordem emocional e cognitiva. E seu objetivo é a promoção do desenvolvimento harmônico do indivíduo.

A Psicomotricidade entende que o desenvolvimento psicomotor ocorre de maneira natural e gradativa, e que sofre interferência de fatores que podem ser categorizados em externos e internos, ou ainda em práxicos e subjetivos.

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Fatores externos

São fatores que interferem no processo de desenvolvimento psicomotor relacionados às interferências do “outro” e do meio.

Fatores internos

São os que se relacionam com as necessidades afetivas, fisiológicas e intencionais do indivíduo.

Práxicos

De modo geral, são os movimentos, a manipulação de objetos.

Subjetivos

São relacionados aos desejos e às relações do indivíduo.

O processo global do desenvolvimento psicomotor compõe-se de elementos pertencentes às várias instâncias da formação do indivíduo, são eles:

  • Estrutural (neuroanatômicos)
  • Socioafetiva (relacionais/simbólicos)
  • Cognitiva (conceituais)

Esse desenvolvimento demanda estimulação para se estruturar de forma harmônica. Essa estimulação, por sua vez, ocorre através de atitudes diversas na relação da criança com a mãe, em seguida, com o pai, avós etc. e, posteriormente, nas suas experiências motoras e afetivas com o mundo.

Atenção

O desenvolvimento psicomotor compreende todo o processo maturacional da estrutura anatomoneurológica e emocional da criança, desde seu primeiro movimento reflexo, passando por seus gestos, até os movimentos mais complexos e intencionais.

Os diferentes processos que integram o desenvolvimento psicomotor não são fenômenos separáveis. Por conta disso, a maturação neurológica, o desenvolvimento do esquema e da imagem corporal, os processos de lateralização, as coordenações, o equilíbrio, o ritmo, e, até mesmo, o desenvolvimento cognitivo e da linguagem devem ser abordados em seu conjunto (THOMPSON, 2000).

A prática psicomotora se organiza com base na exploração do corpo, dos objetos, do ambiente, na descoberta, na provocação de curiosidade e no prazer. O momento inicial é estruturado em um processo de escuta dos indivíduos envolvidos na prática, garantindo e valorizando uma construção espontânea, onde a individualidade de cada sujeito envolvido é respeitada, a criatividade é provocada, e o prazer é garantido.

Verificando o aprendizado

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MÓDULO 2


Identificar os elementos psicomotores voltados a noção corporal, orientação espaço-temporal e coordenação motora

Na pratica psicomotora, o sujeito se percebe como autor da sua ação e da sua construção. Essa ciência se preocupa com a construção da noção de corpo a partir das conquistas de consciência corporal, consciência de si e expressão harmônica de si. A construção da percepção do próprio corpo ocorre por meio da estruturação do que chamamos de organização psicomotora, a qual é constituída por sua vez pelos aspectos psicomotores, que são: tônus, equilíbrio, lateralidade, coordenação motora ampla, coordenação motora fina, noção de espaço, noção de tempo, esquema corporal e imagem corporal.

Esses elementos constituem a base da movimentação corporal valorizada na prática psicomotora. Os movimentos são realizados segundo a combinação desses aspectos.

Exemplo

Quando uma criança corre, está realizando uma organização corporal que necessita e se utiliza de: coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, noção de espaço, noção de tempo, esquema e imagem corporal. Coordenação motora porque ela precisa organizar os seus músculos de forma harmônica e organizada em contração e relaxamento dos diferentes grupos musculares para que a realização do movimento seja eficiente.

A criança também precisa perceber o espaço necessário para deslocar o seu corpo durante a realização do movimento que deve ser organizado em uma posição inicial, intermediária e final, ou seja, é necessária uma sequência de posições para sua realização harmônica, uma percepção espacial e temporal do movimento.

Ao correr, a criança precisa utilizar os dois lados do seu corpo de maneira harmônica (lateralidade) para que o movimento seja eficiente. Precisa perceber o seu corpo e as suas partes distintas (esquema corporal) para organizá-las na realização motora, precisa ainda se perceber capaz (imagem corporal) de realizar a corrida, para efetivamente fazê-la. Por fim, a criança deve organizar seu corpo em uma determinada postura dinâmica, portanto, em equilíbrio para realização harmônica do movimento. Tudo isso se faz necessário para que o movimento seja realizado. Estes são os aspectos psicomotores e, se pararmos para pensar, a nossa realização corporal vista de uma forma mais ampla demanda continuamente e incessantemente desses elementos para a atuação no mundo.

Nada realizamos sem a participação do nosso corpo, é por meio dele que nossa existência é possível.

É tácito o conhecimento a respeito da prática psicomotora quanto ao desenvolvimento integral do sujeito. É importante ressaltar que essa prática mantém a especificidade de utilizar uma abordagem que favoreça o desenvolvimento por meio da estimulação do conjunto de receptores periféricos. Tais receptores são distribuídos por todo o corpo, são estruturas capazes de captar estímulos sensoriais diversos, das diversas categorias existentes no corpo como um todo.

Esta característica vai ser tratada de forma mais específica no próximo módulo, entretanto, temos que compreender inicialmente a especificidade da prática psicomotora aos aspectos da realização motora integrada ao aspecto cognitivo e ao aspecto afetivo. Cabe-nos perguntar como organizamos o nosso movimento, o nosso pensamento e como produzimos os nossos sentimentos a partir do processamento das nossas emoções. O que nos orienta para a compreensão mais detalhada a respeito desse processo, que é organizado na integração dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento humano, as Neurociências.

Temos de entender que a realização do movimento tem o seu controle em bases neurais, assim como a cognição, que também apresenta controle neural para a sua organização, e a expressão das emoções, que, de modo, semelhante depende da ativação das mesmas estruturas neurais. Desse modo, podemos observar que esses três elementos estão conectados a partir do centro de processamento de cada um deles: as áreas corticais envolvidas no comando ou controle dessas expressões. São áreas comuns e isso pode ficar mais claro quando entendemos que o movimento é realizado a partir de um processo de percepção e planificação, a cognição depende de uma organização tônica para ser constituída, e as emoções são presentes, uma vez que são ativados neuroquímicos responsáveis por organizar nossos estados emocionais quando nos movimentamos e utilizamos nosso pensamento.

A função cognitiva e a função motora

Trataremos da relação entre as funções cognitivas e as funções motoras. De um modo geral, elas ocorrem segundo um mesmo roteiro. A captação do estímulo, que se dá na estrutura corporal, é transmitida ao cérebro onde é processada e associada a uma informação anteriormente adquirida e onde é programada uma nova resposta, habitualmente, efetuada pelo corpo.

Atenção

A estrutura corporal é um ambiente de trocas e composição com informações já existentes, não é apenas um local de passagem. As mesmas estruturas envolvidas na percepção, no movimento corporal ou na manipulação dos objetos são também responsáveis pela conceitualização e pelo raciocínio.

Contamos com o fato de que o desenvolvimento do indivíduo se dá por meio do acúmulo dos registros provenientes das vivências, deste modo, podemos compreender a experiência como o conjunto de informações de natureza.

  • Perceptual
  • Motora
  • Emocional
  • Social
  • Linguística

Podemos apontar características mais específicas proporcionadas por tais experiências, como a capacidade de desenvolvimento de esquemas imagéticos, mapas perceptuais, percepção de deslocamento, equilíbrio, formas, construção de representações estruturais, orientações e muitos outros.

O corpo deve ser compreendido e considerado como o centro de recepção das informações necessárias para a construção dos circuitos organizadores da capacidade cognitiva que, por sua vez, deve ser considerada como componente da estrutura corporal e da realização motora. Portanto, o corpo deve ser considerado como o centro da experiência e da cognição humana. De maneira inversa, a aprendizagem humana é consequência da experiência corporal e motora. Aprendemos porque agimos, e agimos por meio de nossos pensamentos.

Atenção

A ação humana é uma atividade de adaptação ao mundo que envolve o indivíduo, o que gera a aprendizagem que decorre dos movimentos, dos pensamentos e das sensações.

A nossa motricidade representa um comportamento, uma ação intencional, planificada, e não apenas um ato mecânico, ou seja, somos possuidores de uma motricidade voluntária que é dependente de nossa vontade e de nossa antecipação. O movimento humano é decorrente de uma organização biológica e de uma estrutura neurológica, que envolvem planejamento, organização prévia, cálculo, portanto, cognição e efetivação do movimento, realização motora, ação propriamente dita.

A evolução humana nos permitiu a aquisição de uma postura e de uma marcha denominada bípede, ou seja, nós nos apoiamos e nos deslocamos sustentados verticalmente em relação ao eixo central de nosso corpo. Nossa evolução enquanto espécie também nos possibilitou a especialização de movimentos finos em partes específicas de nosso corpo, como em nossas extremidades. Fomos dotados do que chamamos de motricidade fina, que são movimentos com controle detalhado e minucioso que nos capacita à realização de movimentos delicados e precisos. Tal motricidade é expressa em movimentos das mãos, dos pés, dos dedos, da língua, da boca, da faringe e da laringe, o que nos permite uma manipulação dos objetos de modo minucioso e preciso, além da capacidade de produção da linguagem oral.

Essas características demandam uma alta capacidade no que se refere ao controle e execução. Portanto, é necessária uma maior integração entre a motricidade e a cognição indicando uma capacidade sensorial, perceptiva e psicológica em plena conexão. Desse modo, entendemos que a motricidade humana voluntária depende de nossa vontade e envolve procedimentos motores e cognitivos em plena interação, como a identificação da situação externa, a seleção de resposta, a intenção, a tomada de decisão, o planejamento da resposta, a execução do movimento e a verificação e estimação das consequências e a reorganização do movimento.

Elementos Psicomotores Segundo Fonseca (2012)

Os fatores psicomotores estabelecem relação com o crescimento e desenvolvimento individual. Veja, a seguir, as conexões existentes entre os fatores psicomotores e as unidades funcionais.

Tônus

Faixa etária do desenvolvimento do tônus: do nascimento aos doze meses

Tônus significa a tensão ativa em que se encontram os músculos nos indivíduos com desenvolvimento típico, processando a ativação dos reflexos que asseguram as funções adaptativas posturais.

A tonicidade é a base fundamental da psicomotricidade, tendo um papel fundamental no desenvolvimento motor, pois é responsável pelo estado de tensão permanente do músculo. Tem a função de alerta e vigilância. É uma estrutura básica que prepara e guia a atividade osteomotora. O tônus é pano de fundo para o movimento e a postura está na base da organização dos movimentos.

Tipos de tônus

Podemos caracterizar, de forma didática, três tipos de tônus. São eles:

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Tônus de fundo, de base ou postural

É o responsável pela postura ortostática, pela manutenção da posição de um seguimento corporal (contração isométrica) e está presente na função de amortecedor.

É avaliado por meio das manobras de passividade e de extensibilidade.

Tônus de ação ou de atitude

É o ato motor propriamente dito (contração isotônica), quando um grupo muscular realiza uma determinada ação.

Tônus de força ou de suporte

É quando todo o corpo se dedica a uma única ação.

É claro que o tempo todo estamos flutuando entre os três tipos e um não existe sem o outro. O que temos é, em determinadas situações, a prioridade de um sobre o outro.

Segundo Fonseca (2012) o fator da tonicidade na BPM compreende o estudo do tônus de suporte e do tônus de ação. O tônus de suporte compreende os subfatores da extensibilidade, da passividade e da paratonia. O tônus de ação compreende os subfatores de extensibilidade, passividade, paratonia, diadococinesias e das sincinesias.

Como características principais de cada um desses subfatores, destacamos:

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Extensibilidade

Maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo, afastando as suas inserções. Pode apresentar sinais de resistência ou flacidez, de hipertonia ou hipotonia.

Passividade

Capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas extremidades distais perante estímulos introduzidos.

Paratonia (gegenhalten)

Forma de hipertonia, com resistência variável, durante um movimento involuntário passivo.

Diadococinesias

Realização de movimentos vivos, simultâneos e alternados perante estímulos introduzidos.

Sincinesias

Reações parasitas de imitação dos movimentos contralaterais e de movimentos peribucais ou linguais.

Equilíbrio

Faixa etária do desenvolvimento do equilíbrio: de 1 a 2 anos

O equilíbrio significa a resposta motora vigilante e integrada, em face da força gravitacional, que atua permanentemente sobre o indivíduo. A equilibração é o sentido que permite a permanência em equilíbrio – em grande parte resultado da maturação dos neurônios cerebelares. Está relacionada à aquisição da postura bípede, segurança gravitacional e desenvolvimento dos padrões locomotores.

O equilíbrio está relacionado ao órgão sensorial da audição. O aparelho vestibular e labirinto detectam a posição e o movimento da cabeça no espaço pela integração das informações dos receptores periféricos, localizados no ouvido interno. A função do sistema vestibular é registrar os movimentos do corpo pelos receptores periféricos e enviar essas informações ao cerebelo, região do cérebro que tem como função controlar os movimentos voluntários, a postura, a aprendizagem motora, o equilíbrio e o tônus.

Fonseca (2012) diz que equilibração é uma condição básica da organização psicomotora, pois envolve ajustamentos posturais antigravitacionais, que dão suporte a resposta motora. Dentre eles, estão:

Desenvolvimento dos padrões locomotores

Desenvolvimento da postura bípede

Segurança gravitacional

Fonseca (2012) relata os sinais disfuncionais posturais a partir dos quais o fator de equilibração pode ser observado através da BPM, compreendendo o estudo dos seguintes subfatores:

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Imobilidade

É observada através da capacidade da criança em conservar o equilíbrio em diversas situações, os ajustamentos posturais e as reações emocionais.

Equilíbrio estático

O equilíbrio estático exige as mesmas capacidades da imobilidade com diferença das posições que são exigidas.

Equilíbrio dinâmico

É observada através da capacidade da criança em conservar o equilíbrio em diversas situações de movimentação e o deslocamento.

Lateralidade

Faixa etária do desenvolvimento da lateralidade: dos 2 aos 3 anos

Lateralidade significa a capacidade de integração sensório-motora dos dois lados do corpo. A lateralidade é a predisposição à utilização preferencial de um dos lados do corpo expressas nos níveis ocular, pedal, auditivo e visual, refletindo a dominância de um dos hemisférios cerebrais. A lateralidade representa uma competência operacional que preside todas as formas de orientação do corpo; é a integração sensorial, investimento emocional, desenvolvimento das percepções difusas e dos sistemas aferentes e eferentes.

Luria (1989) relata que a significação psiconeurológica da lateralização envolve a organização progressiva do cérebro como órgão de trabalho e de comunicação. Primeiramente, organiza as sensações e o movimento, depois organiza os símbolos. Por isso, a integração bilateral antecede a especialização hemisférica.

Atenção

O desenvolvimento do tônus e do equilíbrio é básico para aquisição de muitas funções psíquicas superiores, como linguagem, leitura e escrita. A lateralização dá continuidade ao processo de organização das funções psíquicas superiores. A relação esquerda e direita foi fundamental à civilização, pois sem o domínio de uma direcionalidade, não haveria a possibilidade de aprendizagem simbólica.

A lateralização traduz a capacidade de integração sensório-motora dos dois lados do corpo, transformando-se em uma espécie de radar endopsíquico de relação e de orientação com o mundo exterior. Em termos de motricidade, retrata uma competência operacional que preside a todas as formas de orientação do indivíduo. Indica também uma conscientização integrada da experiência sensorial e motora, um mecanismo de orientação intracorporal (proprioceptiva) e extracorporal (exteroceptiva).

Segundo Fonseca (2012), os subfatores de cotação das tarefas da BPM visam determinar a preferência dos telerreceptores (visão e audição) e dos proprioefetores (mão e pé), conforme indicado a seguir:

Subfator de lateralização ocular

Dominância do olho direito ou esquerdo.

Subfator de lateralização auditiva

Dominância do ouvido direito ou esquerdo.

Subfator de lateralização manual

Dominância da mão direita ou esquerda.

Subfator de lateralização pedal

Dominância do pé direito ou esquerdo.

Noção do corpo

Faixa etária do desenvolvimento da noção de corpo: dos 3 aos 4 anos

A noção do corpo significa a noção do eu, a conscientização corporal, percepção corporal, condutas de imitação. A noção de corpo visa estudar a percepção corporal que a criança possui a partir de sua face dentro do parâmetro de espaço próprio, ou seja, todo o espaço extracorporal imediato que é possível atingir com os movimentos do braço sem mover os pés.

Também trata do esquema corporal (noção topográfica) no qual a criança se organiza corporalmente em estruturas, nomeando-as à imagem corporal, criando uma representação mental de si mesma. Essa construção se dá a partir de um corpo que se constrói na relação com o outro, que o nomeia, que o reconhece e reconhece a sua existência. Esse outro deve ser entendido na figura do cuidador do bebê.

A noção de corpo possui quatro aspectos que a constituem:

Nomeação das partes do corpo

Localização das partes do corpo

Conscientização das partes do corpo

Utilização das partes do corpo

A imagem do corpo é inconsciente, aqui podem nascer os transtornos da imagem do corpo. Ajuriaguerra (1977) diz que a evolução da criança é sinônimo de conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo. A criança é o seu corpo, pois é por meio dele que vai elaborar suas experiências vitais e organizar toda sua personalidade.

Atenção

A noção do corpo tem a contribuição particular dos fatores psicomotores tônus, equilíbrio, lateralidade. É um fator polifatorial, que envolve a relação com o outro e a dimensão geocêntrica da linguagem. É também uma noção primeiramente intuitiva, da qual decorre uma autoimagem sensorial interior. Posteriormente, ela passa a uma noção especializada linguisticamente.

A noção de corpo resulta da projeção específica das áreas primárias, mas elabora-se e armazena-se em construção gnósica corporal (somatognosia) nas áreas parietais secundárias. Além de revelar a capacidade do ser humano de se reconhecer como um objeto no seu próprio campo perceptivo, de onde resulta a sua autoconfiança e autoestima, o seu autocontrole passa a ser resultado de uma integração sensorial cortical, a qual participa na planificação motora de todas as atividades conscientes e, por meio dela, atinge a matriz espacial das nossas percepções e ações.

Fonseca (2012) relata que a observação da criança deve ser realizada a partir de sinais disfuncionais proprioceptivos, da apresentação e da representação do próprio corpo. Para isso, na BPM, constam os seguintes subfatores:

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Sentido cinestésico

Possibilita a percepção do movimento ou repouso do corpo. Ele fornece informações sobre as posições relativas dos membros e outras partes do corpo durante os movimentos e sobre as tensões musculares.

Reconhecimento direita- esquerda

Representa o senso de direcionalidade.

Autoimagem

É a parte descritiva do conhecimento que o indivíduo tem de si próprio.

Imitação de gestos

Corresponde à reprodução dos gestos de outra pessoa.

Desenho do corpo

Corresponde à capacidade de desenhar o corpo.

Estrutura espaço-temporal

A estrutura espaço-temporal significa a integração cortical de dados espaciais, relacionados ao sistema visual e dados temporais rítmicos, relacionados ao sistema auditivo. É essencial que a criança tenha desenvolvido a noção do corpo para continuar o processamento da segunda unidade funcional.

Quanto à estrutura espacial, refere-se a uma orientação (aprendizagem dos conceitos) e posterior organização (aplicabilidade dos conceitos aprendidos) no que se refere ao espaço. Em relação à estrutura temporal, refere-se a uma orientação (aprendizagem dos conceitos) e posterior organização (aplicabilidade dos conceitos aprendidos) no que se refere ao tempo.

O desenvolvimento da atenção seletiva, do processamento da informação, coordenação espaço-corpo, proficiência da linguagem são da ordem da sensorialidade, da captação e posterior processamento das sensações do meio. Do projeto a execução!

Segundo Fonseca (2012) os subfatores da BPM são:

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Organização

Relativo ato de organizar-se corporalmente para realizar uma tarefa.

Estruturação dinâmica

Tem como função estruturar dinamicamente os objetos, compondo os arranjos, conforme visualizados.

Representação topográfica

Demarca a localização dos objetos, a partir de arranjos visualizados.

Estruturação rítmica

Repetição de intervalos sonoros, através do registro de estruturação rítmica estimulada.

FATORES PSICOMOTORES E SUAS CONEXÕES

Agora, no vídeo a seguir, falaremos sobre cada fator e subfator psicomotor, suas conexões, desenvolvimento e necessidade de acompanhamento e avaliação.

Verificando o aprendizado

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Conclusão

Considerações Finais

Tendo visto os conceitos aqui apresentados, estamos de posse do conjunto inicial de conhecimentos a respeito da Psicomotricidade. Traçamos um percurso onde foram apresentados o conceito desta ciência e seu roteiro de surgimento enquanto prática. Compreendemos do que se trata a Psicomotricidade em seu universo terapêutico, educacional e de reabilitação.

De modo simples, entendemos que a Psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo o atendimento ao ser humano, compreendendo sua estrutura psíquica e corporal de maneira integrada.

Podcast

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