Definição

Coloração capilar. Abordagem das leis, normas e regulamentos referentes à fabricação dos produtos de coloração. Origem e classificação das cores de cabelo. Cores fundamentais e básicas. Tons básicos e fantasias no processo de coloração.

PROPÓSITO

Compreender os conceitos básicos de Colorimetria, bem como a legislação referente a essa prática, para a garantia de segurança no desenvolvimento dessa técnica.

Preparação

Antes de iniciar seu estudo, tenha em mão:

  • Tinta guache nas cores azul, vermelha e amarela;
  • Um pincel;
  • Um copo d’água;
  • Duas folhas A4;
  • Um cartela de coloração.

OBJETIVOS

Módulo 1

Classificar os produtos de coloração capilar com base na legislação sobre a Colorimetria

Módulo 2

Distinguir as cores em Colorimetria capilar com base em seu processo de formação

Módulo 3

Reconhecer as cores fundamentais do cabelo e suas tonalidades

Introdução

Antes de verificarmos os princípios básicos da Colorimetria, vejamos a seguinte situação:

Expectativa

Realidade

Ao vermos tal cena, podemos pensar como atualmente as pessoas estão em busca de resultados eficazes relacionados à estética, ainda que nem sempre isso seja possível.

O cuidado com os cabelos é uma preocupação de mulheres e homens, o que requer do cabeleireiro conhecimento e constante atualização. É necessário dominar as técnicas e as tendências inovadoras do mercado da beleza.

Nesse mercado, existe uma variedade de marcas que oferece diversificados tipos de produtos com propostas diferentes. Por isso, é necessário compreender a classificação dos cosméticos destinados à transformação capilar, bem como as normas de regulação pertinentes à área em questão.

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Classificar os produtos de coloração capilar com base na legislação sobre a Colorimetria

Classificação dos produtos de coloração capilar

A principal preocupação das minhas clientes costuma ser com a aparência do cabelo; então, elas vem ao salão buscando mudar a cor, o corte e o caimento dos fios. Por isso, no relacionamento com elas, procuro fazer toda a diferença no atendimento e na qualidade do serviço.

Daniele, cabelereira colorista

As colorações capilares passam por análises e testes de controle de qualidade para que seu uso doméstico ou profissional seja aprovado. Nesse caso, uma das etapas dos testes inclui os ensaios das amostras do produto designado para uma futura comercialização.

Nesse contexto, que normas regularizam o controle de qualidade?

Os resultados das amostras separadas por lotes apontam a qualidade do produto, indicando se ele está (ou não) apto para o uso de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a Anvisa, a classificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes é definida da seguinte forma:

Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação.
Produtos grau 1

Itens de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que se caracterizam por propriedades básicas ou elementares cuja comprovação não seja inicialmente necessária. Além disso, eles não requerem informações detalhadas quanto ao modo ou às restrições de uso devido às suas características intrínsecas.

Exemplos​:​ perfumes, colônias, base facial, esmaltes e fortalecedor de unhas.

Produtos grau 2

Itens de higiene pessoal, cosméticos e perfumes com indicações específicas nas formulações que exigem uma comprovação de segurança ou eficácia relativa às suas características, bem como outras informações, cuidados, modo e restrições de uso.

Exemplos​:​ bloqueador solar, bronzeador, clareador da pele, condicionador infantil e dentifrício anticárie.

Observem que tanto a água oxigenada 10 a 40 volumes (incluindo as cremosas, exceto aquelas de uso medicinal) quanto o produto para alisar ou tingir os cabelos são classificados como produtos grau 2.

Legislação

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) é um órgão de fundamental importância no universo da coloração. Suas análises são feitas por meio do Programa​ de Análise de Produtos, que não tem caráter de fiscalização ou punição. ​

Segundo o Inmetro (2020):

“​A​ apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de tinturas para cabelos consiste em uma das etapas do Programa​ de Análise de Produtos,​ coordenado pela Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro e que tem por objetivos:

Prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos e serviços aos regulamentos e às normas técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas mais bem fundamentadas.

Fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos, tornando-a mais competitiva.

Tornar o consumidor parte efetiva desse processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.

Diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada.”

Escolhas mais bem fundamentadas

São levados em consideração outros atributos do produto além do preço, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades.

É necessário, portanto, analisar as amostras. O fato de elas estarem (ou não) de acordo com as especificações contidas em uma norma ou regulamento técnico indica uma tendência do setor em termos de qualidade. Por conta disso, listaremos a seguir uma série de decretos, leis e resoluções da diretoria colegiada emitida, ao longo das décadas, pela União:

1

Lei nº 6.360/1976

“Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências.”


RDC nº 481/1999

“Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.”

2


3

RDC nº 79/2000

“Adota a definição de produtos cosméticos e estabelece normas e procedimentos para registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes (para produtos introduzidos no mercado até 14/07/2005).”


RDC nº 250/2004

“Dispõe sobre o período a ser observado para a revalidação do registro do produto.”

4


5

RDC nº 211/2005

“[Atualiza] as normas e procedimentos constantes da Resolução nº 79, de 28 de agosto de 2000, [compatibilizando] os regulamentos nacionais com os instrumentos harmonizados no âmbito do Mercosul (para produtos introduzidos no mercado após 14/07/2005).”


RDC nº 215/2005

“[Aprova] o regulamento técnico listas de substâncias que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter, exceto nas condições e com as restrições estabelecidas”, tendo como base os “instrumentos harmonizados no âmbito do Mercosul.”

6


7

RDC nº 29/2012

“Aprova o regulamento técnico do Mercosul sobre ‘lista de substâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes’ e dá outras providências.”


Decreto nº 8.077/2013

“Regulamenta as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, e o registro, controle e monitoramento, no âmbito da vigilância sanitária, dos produtos de que trata a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, e dá outras providências.”

8


9

RDC nº 288/2019

“Altera a Resolução da Diretoria Colegiada ― RDC nº 7, de 10 de fevereiro de 2015, que dispõe sobre os ‘requisitos técnicos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes’.”

Publicado pela Anvisa, o Parecer Técnico Nº 1, de 15 de dezembro de 2008, trata do uso de acetato de chumbo em tinturas capilares progressivas. Esse produto, que tinha seu uso permitido e regulamentado até 31 de janeiro de 2006, passou a ser proibido graças a uma normativa do Mercosul. 

Neste vídeo, iremos fazer uma breve abordagem sobre o programa de análise do produto.

Tipos de colorações capilares

Produtos destinados à transformação capilar, as colorações capilares têm a função de mudar a cor dos cabelos mediante técnicas de aplicação.

Para o consumo doméstico e profissional, existem três tipos de colorações capilares com as seguintes classificações: temporárias, semipermanentes e permanentes

Afinal, qual é o tempo de duração desse tipos de colorações capilares?

Tanto a hena quanto o henê precisam ser misturados à água morna para o tingimento dos cabelos. Esse tipo de tingimento é pouco durável, podendo sair dos fios em até seis lavagens.

Quanto aos tonalizantes, existem os de textura líquida (prontos para a aplicação imediata) e os que necessitam de emulsão oxidativa (oxigenada a 3%) para a pigmentação dos fios. Assim como a hena, eles têm pouca durabilidade nos fios, podendo permanecer, no máximo, entre 8 e 10 lavagens.

As colorações permanentes têm o poder de fazer penetrar seus pigmentos dentro do córtex, região onde se encontram os pigmentos naturais.

No processo de coloração, pode ser feita uma mistura da cor (tubo de coloração) mais oxidante – ou seja, água oxigenada – para três tamanhos de volume: 20, para tingimento ou clareamento do cabelo entre 1 e 2 tons; 30, para clareamento de 2 a 3 tons; e, por fim, 40 volumes, para clareamento de 3 a 4.

O oxidante promove a oxidação dos pigmentos naturais dentro do córtex, fazendo com que os pigmentos sintéticos sejam revelados. Esse procedimento colore artificialmente o cabelo com uma maior durabilidade (aproximadamente três meses).

As colorações permanentes têm os seguintes elementos em sua formulação:

swap_horiz Arraste para os lados. Arraste para os lados.
Suporte

Referente à textura do produto. Pode ser em gel ou em creme – no segundo caso, mais popular comercialmente.

Precursores de corantes

Moléculas incolores que, por meio da oxidação dos pigmentos naturais, se transformam em moléculas coloridas em formato linear.

Agentes oxidantes

Substâncias preservadoras da fórmula do produto dentro do recipiente de coloração (tubo).

Amônia

Composto químico com as funções de inchaço da fibra capilar, promovendo a abertura das cutículas capilares. Isso permite a liberação do oxigênio contido no oxidante.

Estabilizantes

Mantêm a estabilidade da cor e a liberação gradativa de oxigênio nos oxidantes.

Agentes cosméticos

Responsáveis pela cosmeticidade do produto.

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Distinguir as cores em Colorimetria capilar com base em seu processo de formação

Formação das cores em Colorimetria

A cor do meu cabelo diz muito sobre quem eu sou. Gosto muito da combinação dele e do meu tom de pele. Nesse sentido, busco sempre um profissional que me ajude a alcançar o resultado que eu quero.

Bruna, modelo

A Colorimetria é uma ciência que estuda a definição e a catalogação das cores químicas. Ela constitui um método de análise quantitativa baseado na medida das cores.

Trata-se de medir e analisar fisicamente a composição de uma cor, englobando os efeitos refletidos em relação à luz natural ou artificial.

Cores primárias

Únicas, elas não podem ser criadas por meio da mistura de outras. São, portanto, únicas em seu universo.

As cores primárias são identificadas como: azul, vermelho e amarelo.

Na mistura das primárias em partes iguais, percebe-se o aparecimento da cor marrom, que pode, dependendo do desequilíbrio nas partes das cores misturadas entre si, variar de uma tonalidade mais escura para outra mais clara.

A título de experiência, façamos um laboratório prático dessa mistura!

Escolha uma das Etapas a seguir.

Utilize tinta guache (cores azul, vermelho e amarela), uma folha de papel A4, um pincel e um copo com água para a limpeza do pincel.

Misture na folha A4 as três cores em partes iguais para comprovar o aparecimento da cor marrom.

Para obter um resultado de marrom mais claro, basta misturar em quantidades menores as cores azul e vermelho. Já para um marrom muito escuro, deve-se diminuir a quantidade de cor amarela.

Cores secundárias ou complementares

São formadas graças às misturas entre duas cores primárias, dando origem às seguintes cores: laranja, violeta e verde.

Para comprovarmos isso na prática, aplicaremos o mesmo método utilizado na mistura das primárias. Desse modo, misture as cores conforme descreve a figura a seguir:

Repare que a figura seguinte mostra dois tipos de mistura: a feita somente entre as cores primárias e outra promovida entre as primárias e as secundárias. O resultado disso é o aparecimento da cor marrom na interseção dos três círculos:

Cores terciárias e círculo cromático

Assim como fizemos para obter as cores secundárias – ou seja, misturando duas primárias –, deveremos realizar outra mistura na obtenção da cor terciária. Desta vez, à primária será juntada uma cor secundária.

Exemplo

Amarelo (cor primária) + verde (cor secundária) = verde-limão (cor terciária).

Azul (primária) + violeta (secundária) = azul-arroxeado (terciária).

Isso possibilita a criação de cores infinitas, como veremos na imagem a seguir:

Com a junção das primárias, secundárias e terciárias, forma-se um grupo de cores análogas (complementares) representado pelo que chamamos de círculo cromático.

Elas se complementam pela mesma cor de base. As cores azul e verde, por exemplo, possuem a cor amarela como base.

Cores quentes, frias e neutras

Objeto com interação. Objeto com interação.

As nuances ou os tons de reflexos são luminosidades de tons apresentadas pela ação das cores fundamentais sob a presença de luz. São elas:

Cores frias

Passam a sensação de frieza mesmo sob a presença de luz. Representadas pelas nuances azul, violeta e verde.

Cores quentes

Dão uma sensação de calor. Representadas pelas nuances vermelho, laranja e amarelo.

Cores neutras

Não refletem luminosidade, apresentando uma aparência fosca. Representadas pelas nuances cinza e marrom.

Esta figura ilustra algumas dessas cores:

Neutralização da cor de reflexo

Neutralizar a cor de reflexo equivale a levar determinada tonalidade de cor (reflexo) para outra na cor marrom.

Na prática, isso significa que, se o cabelo estiver com uma cor muito quente, ela poderá ser esfriada por meio do processo de neutralização, aplicando-se por cima um tom de reflexo mais frio.

Esse processo segue a mesma lógica de neutralização entre as cores primárias e secundárias. Observe a figura adiante:

Escala monocromática​ e estrela cromática de tons de reflexos

A escala monocromática refere-se às variações de tonalidades de determinada cor que, misturadas ao preto, tendem a ficar mais escuras. Esse fenômeno é chamado de escala de valor: trata-se da forma subtrativa da intensidade de cor.

Quando essas tonalidades são misturadas à cor branca, elas tendem a ficar mais claras. Isso é denominado escala de intensidadeditiva da intensidade da cor.

Da estrela cromática são extraídas as nuances de reflexos obtidas pelas reflexões de luminosidade dos pigmentos contidos nas cores primárias, secundárias e uma terciária: o acaju (mistura entre azul e laranja).

Cada reflexo é enumerado e nomeado da seguinte forma:

swap_horiz Arraste para os lados. Arraste para os lados.
Reflexo cinza

derivado de pigmentos azuis;

Reflexo irisado

derivado de pigmentos violetas;

Reflexo dourado

derivado de pigmentos amarelos;

Reflexo cobre

derivado de pigmentos alaranjados;

Reflexo acaju

derivado de pigmentos azuis e alaranjados em partes iguais;

Reflexo vermelho

derivado de pigmentos avermelhados;

Reflexo mate ou marrom

derivado de pigmentos esverdeados.

Esta figura mostra esses tipos de reflexos:

Para reforçar seu aprendizado, neste vídeo, trataremos sobre a formação das Cores.

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Reconhecer as cores fundamentais do cabelo e suas tonalidades

Origem da cor dos cabelos

Geneticamente, a cor natural dos cabelos é sinalizada pela presença de grânulos de pigmentos de melanina produzidos por células de melanócitos, que residem no interior do cabelo (córtex), a partir do bulbo capilar (raiz capilar).

A melanina tem como papel principal a coloração da pele e dos cabelos. No cabelo, ela pode ser percebida no córtex, preenchendo-o totalmente de cor.

Os cabelos possuem dois tipos de pigmentos:

Granulosos ou eumelanina

Fornecem tonalidades de cores que variam do preto ao castanho claro. São compostos por partículas de cores azul, vermelha e amarela. Costumam ser grandes e dissolvem-se facilmente, estando mais próximos das extremidades do córtex. Quanto maior for a concentração de pigmentos azuis e vermelhos, mais escuro será o cabelo.

Difusos ou feumelanina

Dão tonalidades mais claras, variando do loiro escuro ao loiro extraclaro. Compostos por mais partículas de cor amarela que azuis e vermelhas, eles costumam ser bem menores que os granulosos. Em sua organização dentro do córtex, encontram-se separados entre si e mais afastados das extremidades das cutículas.

Cores fundamentais do cabelo

Diariamente, recebo em meu salão muitas clientes que desejam mudar o visual. Na hora de escolher uma cor de cabelo nova, é muito comum elas ficarem em dúvida sobre qual é a melhor opção para combinar.

A fim de sugerir às minhas clientes a melhor tonalidade para os seus fios, sempre levo em conta alguns fatores para combinar a coloração com sua beleza. Isso significa que é preciso considerar algumas das suas características naturais, como temperatura da pele, cor dos olhos e altura do tom natural dos fios.

Heitor, cabelereiro colorista

As cores fundamentais referem-se aos tons naturais, de base, responsáveis por determinar a cor genética dos cabelos de cada indivíduo. Elas são classificadas e numeradas por meio de uma escala universal chamada de escala de altura de tom.

Nessa escala, é estabelecida uma numeração das 10 cores fundamentais (bases), em que cada número corresponde a determinada cor. Ela também serve para determinar o quanto uma cor é mais escura ou mais clara que outra.

Para entendermos isso melhor, observaremos a figura a seguir:

Do lado esquerdo, vemos a disposição numérica da escala de altura de tom, que enumera cada uma das cores. Ela começa de cima para baixo: da altura de tom nº 1 (preto) à de tom nº 10 (louro claríssimo).

Do lado direito, de cima para baixo, percebe-se a existência de outra escala. Apresentada na cor vermelho-magenta, ela passa por variações de vermelho mais claro, alaranjado e alaranjado-amarelo, até finalizar em um amarelo bem claro. Nesta escala de fundo de clareamento, cada uma das cores expostas possui uma correlação com as de altura de tom.

Essas cores de fundo de clareamento são ocultas, pois só estarão visíveis quando o cabelo sofrer algum tipo de clareamento – seja ele natural ou artificial. Nesse processo, a fibra capilar perde desde os pigmentos azuis até os vermelhos. Em seguida, é a vez dos alaranjados, restando apenas os amarelos bem claros.

Para vivenciarmos a experiência do clareamento natural dos fios, basta lembrarmos que, em exposição constante ao sol, os cabelos são sensivelmente clareados pela ação do ar (oxigênio) e dos raios solares UV e UVB.

Essa combinação dos dois fenômenos promove a abertura das cutículas dos cabelos, expondo seus pigmentos e deixando-os vulneráveis à oxidação (perda de pigmentos). Neste momento, conseguimos perceber as variações de cores que aparecem na escala de fundo de clareamento.

Exemplo

Quando expostos muito tempo ao sol, os cabelos pretos ficam levemente avermelhados. Já os castanhos se revelam levemente dourados.

No caso do clareamento artificial, certos elementos químicos proporcionam a ação de abertura das cutículas do cabelo para que eles possam oxidar os pigmentos.

Tais elementos são o descolorante e a água oxigenada (oxidante), fazendo – com a ajuda do tempo de exposição dos produtos – com que a fibra capilar clareie até o ponto máximo em que o cabelo permite ser clareado, ou seja, de acordo com sua resistência.

Para o clareamento menos intenso dos fios, recomenda-se um menor tempo de exposição desses elementos químicos; já para um mais intenso, obviamente é necessário um tempo maior.

No clareamento artificial, não só os pigmentos naturais podem ser clareados, mas também os artificiais (coloração cosmética).

Tabela de cores

Abordaremos as variações de intensidade de cor em relação às suas tonalidades: cinzas, marrons frios e quentes, vermelhos, acajus e cobres.

Todos esses tons são representados por chumaços de fios sintéticos coloridos artificialmente, como aponta a figura a seguir:

Na leitura técnica dessa numeração, o primeiro número escrito antes do ponto indica o tom de base da cor; o escrito após o ponto, a nuance de reflexo dela. A mistura do tom de base com a nuance de reflexo é chamada de cor fantasia.

Tons básicos ou fundamentais

Os tons básicos ou fundamentais referem-se às cores naturais descritas na tabela de escala de altura de tom. Como já sabemos, são os tons de cor característicos da genética de cada indivíduo (cores básicas).

Dependendo da marca da coloração, essa numeração pode vir acrescentada de um ponto (.​)​ e do número 0 (zero) ou ser representada somente por um número principal. Analisemos seu funcionamento:

1.​0​ – Preto

2.​0​ – Castanho-escuríssimo

3.​0​ – Castanho-escuro

4.​0​ – Castanho ou castanho-médio

5.​0​ – Castanho-claro

6.​0​ – Louro-escuro

7.​0​ – Louro-médio

8.​0​ – Louro-claro

9.​0​ – Louro-claríssimo

10.​0​ – Louro extraclaro

Vamos ler a cor 8.​0​. O número 8 indica ser uma cor de base ou fundamental louro-claro.

Tons​ secundários – nuances ou cores fantasia

As nuances descritas na numeração de uma coloração servem para identificar a cor dos reflexos sobre os tons de base.

Exemplo

Leiamos a cor 6.3.

O número 6 representa a cor de base louro-escuro. Em seguida, após o ponto, o número 3 aponta o reflexo principal da cor. Neste caso, trata-se de uma nuance de reflexo dourada. Lendo a cor por inteiro, temos, portanto, 6.3 = louro-escuro.

A indústria cosmética possibilita a criação de uma infinidade de cores fantasia a partir da inclusão de variados tons de nuances de reflexos. Dessa forma, ao se acrescentar, além do principal, um reflexo secundário, permite-se a criação de outra cor.

Exemplo

Vamos ler a cor 6.31

Temos: 6 (louro-escuro); após o ponto, 3 (nuance dourada) acrescentado de 1 (nuance cinza) = louro-escuro-dourado-acinzentado.

A cor 6.13, desse modo, corresponde ao louro-escuro-acinzentado-dourado.

No primeiro exemplo, a cor 6.3 representa um louro-dourado. No segundo, 6.31 indica um louro menos dourado, pois o reflexo cinza secundário esfria um pouco a intensidade da cor.

A cor 6.13 é mais fria que a 6.31, pois tem como reflexo principal a nuance cinza, esfriando a secundária dourada.

Para auxiliar na sua aprendizagem, apresentaremos neste vídeo, definições importantes sobre Tonalidades e Nuances.

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Considerações Finais

O mercado de beleza, estética e cosméticos está bastante aquecido e cresce a cada ano, apresentando uma infinidade de produtos destinados ao embelezamento capilar. Por isso, seus profissionais devem buscar uma capacitação e ficar atentos às normas, às eis e às regulamentações nacionais da área.

Assim como existe uma diversidade de marcas e produtos, há muitos profissionais no mercado nacional atuando nesse ramo. Portanto, entender a formação das cores na Colorimetria capilar é fundamental. A partir desse conhecimento, é possível agregar novos conceitos e novas técnicas desse universo, bem como aproveitar muitas oportunidades de trabalho.

Podcast

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Verificou os produtos de coloração capilar com base na legislação sobre a Colorimetria

Distinguiu as cores em Colorimetria capilar com base em seu processo de formação

Reconheceu as cores fundamentais do cabelo e suas tonalidades