Descrição

Poluição atmosférica, principais poluentes do ar e doenças e disfunções associadas. Fontes, consequências e mecanismos de prevenção da poluição atmosférica, inclusive o Protocolo de Quioto.

PROPÓSITO

Compreender o que é a poluição atmosférica e seus impactos para a saúde humana é essencial para os profissionais das áreas de meio ambiente e saúde a fim de discutir sobre suas principais fontes e consequências, além dos mecanismos de prevenção, para uma atuação técnico-profissional efetiva e duradoura.

OBJETIVOS

Módulo 1

Relacionar a poluição atmosférica com a saúde humana

Módulo 2

Identificar causas, impactos e prevenção da poluição atmosférica

Introdução

A poluição é um grave e importante problema ambiental que tem sérias consequências não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana.

A poluição atmosférica, especificamente, pode ter grave impacto sobre a população, devido à grande quantidade de doenças respiratórias e não respiratórias que podem ser provocadas ou agravadas por ela. Ademais, a poluição atmosférica nem sempre é visível, portanto seus efeitos deletérios sobre a saúde humana podem ser cumulativos e silenciosos.

Por tudo isso, a partir de agora, aprenderemos sobre a poluição atmosférica, dando especial ênfase a seus efeitos sobre a saúde humana, suas causas e consequências e aos mecanismos preventivos.

MÓDULO 1


Relacionar a poluição atmosférica com a saúde humana

POLUIÇÃO

A poluição é um dos problemas ambientais mais graves enfrentados pela geração atual.

Provavelmente, você já viu e sabe o que é um ambiente poluído. Porém, você conhece o conceito técnico-científico de poluição? Conhece o significado de poluição atmosférica? A seguir, estudaremos esses conceitos e suas consequências para a saúde humana.

O que é poluição

A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) define poluição e poluidor em seu Art. 3º, incisos III e IV, conforme descrito a seguir:


“Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

(...)

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

  1. prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
  2. criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
  3. afetem desfavoravelmente a biota;
  4. afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
  5. lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.(grifo nosso).


Poluição pode ser definida, resumidamente, como qualquer degradação do meio ambiente que piore suas características naturais.

Dessa forma, podemos entender por poluição qualquer degradação do meio ambiente que resulte numa piora de suas características, afetando sua biota, seus padrões ambientais, suas condições para a saúde, a segurança ou o bem-estar, suas características estéticas ou sanitárias, ou, ainda, que altere o seu uso presente ou seu uso potencial. Assim, conclui-se que poluição é qualquer alteração negativa realizada no ambiente natural, podendo ser visível ou não.

A poluição pode afetar diversos ecossistemas, como, por exemplo, o solo, a água, o ar etc. A partir de agora, nós daremos especial ênfase ao estudo da poluição atmosférica.


POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A poluição atmosférica é um tipo muito perigoso de degradação ambiental, pois, apesar de nem sempre ser visível, pode causar graves problemas à saúde humana. Daqui para frente, aprenderemos sobre o que é atmosfera, o que é poluição atmosférica, sua evolução histórica, os principais agentes poluentes e as principais consequências para a saúde humana.

O que é atmosfera?

A Terra é envolta por uma camada de gases que a circundam, chamada de atmosfera. Tais gases não se dispersam no espaço devido à ação da gravidade.

A atmosfera terrestre é naturalmente formada por diversos gases; dentre eles, podem ser citados o nitrogênio, o oxigênio, o argônio, o dióxido de carbono, além de outros.

Numa situação ambiental natural, tais gases estão quase todo o tempo em equilíbrio dinâmico. Por um lado, os organismos fotossintetizantes utilizam gás carbônico para produzir energia, liberando oxigênio na atmosfera como produto final. Por outro lado, os organismos cuja respiração é aeróbica utilizam oxigênio para produzir energia, liberando gás carbônico como produto final. Esses e outros mecanismos naturais fazem com que a concentração dos gases atmosféricos se mantenha praticamente constante, através de ciclos ambientais que deixam a composição do ar equilibrada.

Os gases atmosféricos, em condições naturais, mantêm-se num equilíbrio dinâmico, através de ciclos ambientais. A intervenção humana altera esses ciclos.

Quando esses ciclos são alterados e modifica-se a composição do ar, há a poluição atmosférica.

A atmosfera é muito importante para a existência e manutenção da vida na Terra. Diversos motivos podem ser citados para explicar a relevância da atmosfera terrestre, e vamos conhecer alguns a seguir:

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Filtro para os raios ultravioletas do sol

A atmosfera, especificamente a camada de ozônio (O₃), impede que os raios solares incidam diretamente sobre a Terra, agindo como uma espécie de filtro para os raios ultravioletas do sol. A incidência solar direta na superfície terrestre, sem o filtro atmosférico, faria com que o planeta atingisse temperaturas altíssimas, o que poderia impedir a vida de diversas espécies, inclusive da espécie humana.

Controle da variação térmica da Terra

A atmosfera impossibilita que o ar quente se disperse durante a noite. Sem a atmosfera, a variação térmica entre o dia e a noite seria tão alta que, provavelmente, a espécie humana e diversas outras espécies não sobreviveriam. Essa capacidade que a atmosfera possui de diminuir a variação térmica da Terra ao longo do dia ocorre devido ao chamado efeito estufa natural.

Preservação dos gases essenciais à vida

Os gases necessários para a existência de vida no planeta, como o gás carbônico e o oxigênio, mantêm-se em volta da Terra e não se dispersam, criando um ambiente propício à vida, devido à existência da atmosfera.

Proteção contra fragmentos espaciais

A atmosfera também atua como uma barreira física, impedindo que fragmentos de astros caiam diretamente na superfície terrestre, o que poderia provocar grandes catástrofes.


A camada de ozônio merece especial atenção, pois se trata de uma parte da atmosfera formada especificamente por gás ozônio (O₃), que impede a passagem direta de raios ultravioletas do sol para a superfície terrestre. Ela tem importância para a manutenção da vida na Terra e vem sofrendo de maneira intensa os impactos da poluição, como estudaremos mais adiante.

Vídeo

Neste vídeo, veremos um pouco sobre o que é o efeito estufa e como a poluição atmosférica pode agravá-lo.

Como ocorre a poluição atmosférica?

Você já aprendeu que, em condições naturais, as concentrações dos componentes da atmosfera se mantêm constante, num equilíbrio dinâmico. A poluição atmosférica ocorre, então, quando há alteração das características naturais da atmosfera, modificando as concentrações dos seus componentes. Isso acontece, usualmente, quando há a liberação de poluentes na atmosfera terrestre.


A poluição atmosférica pode ocorrer por causas naturais ou artificiais. As causas artificiais são as que geram maiores preocupações. Veja, a seguir, as definições de poluição atmosférica de origem natural e de origem artificial:

Poluição atmosférica de origem natural

É aquela que ocorre devido a causas naturais, ou seja, acontecem independentemente da ação humana. São exemplos as tempestades de areia e a erupção de vulcões, que libera diversos gases e partículas na atmosfera terrestre, gerando poluição no ar de origem natural.

Poluição atmosférica de origem artificial ou antrópica

É aquela poluição causada pela introdução de um componente artificial no ar atmosférico, ou seja, que não ocorreria naturalmente na natureza, produzida por uma ação do homem. São exemplos a emissão dos gases gerados pela queima de combustível dos veículos, e a fumaça liberada pelas indústrias.


A poluição atmosférica pode ser gerada por diferentes fontes poluidoras. No que tange às fontes poluidoras, podemos classificá-las em:

Fonte fixa ou estacionária

É aquela fonte de poluição atmosférica que fica estática em determinado local – ela não se move. As indústrias que liberam poluentes atmosféricos são os principais exemplos.

Fonte móvel

É aquela fonte de poluição atmosférica que se movimenta, não permanecendo fixa em um único local. Como exemplos de principais fontes móveis de poluição atmosférica podem ser citados os automóveis, as embarcações e os aviões. Além dessas, bovinos emitem gases causadores de poluição atmosférica. Assim, o gado pode ser considerado uma fonte móvel de poluição atmosférica.


A poluição atmosférica também pode impactar o planeta de diferentes maneiras. Dessa forma, em relação à amplitude do impacto ambiental, a poluição atmosférica pode ser classificada como:

Poluição local

É aquela que afeta localmente o meio ambiente. Por exemplo, uma pessoa que acende um cigarro dentro de um carro com as janelas fechadas gera poluição local.

Poluição regional

É aquela que afeta o meio ambiente de toda uma região. Por exemplo, a queimada de uma floresta pode provocar alterações da qualidade do ar em todo o seu entorno.

Poluição global

É aquela que provoca consequências em todo o globo terrestre. Por exemplo, a liberação de gases causadores do efeito estufa podem influenciar no aquecimento global, impactando todo o planeta.


História da poluição atmosférica

A poluição atmosférica é um dos principais problemas ambientais enfrentados pela humanidade atualmente. Em algum grau, a poluição atmosférica sempre existiu. Queimadas, vulcões e outros fatores sempre ocasionaram alterações nas concentrações dos gases atmosféricos. Todavia, foi após a Revolução Industrial que a poluição atmosférica se tornou um grave problema ambiental.

A Revolução Industrial, que se iniciou no século XVIII, modificou a sociedade de maneira profunda. As produções manuais foram substituídas por produções industriais, e deu-se início à produção de energia em larga escala, que continuou a crescer até os tempos atuais.

A queima incompleta de carvão e de combustíveis fósseis, que ocorre na produção de energia, libera para a atmosfera uma série de gases, cujo principal componente é o carbono. Dessa forma, esse carbono que se encontrava indisponível, na forma de carvão ou de petróleo, por exemplo, passa a estar livre na atmosfera. Tal processo gera um desiquilíbrio ambiental, pois o carbono disponibilizado no ar, na forma de monóxido de carbono ou gás carbônico, por exemplo, não é absorvido na mesma proporção que é liberado pelos processos de fotossíntese.

A produção de energia em larga escala tem provocado alterações significativas na qualidade do ar.

Mais recentemente, o uso de clorofluorcarbonetos (CFCs) em geladeiras e como componentes de sprays foi outro marco do incremento da poluição atmosférica. Os CFCs, especificamente, são os grandes responsáveis pelo aumento do buraco da camada de ozônio, como ainda aprenderemos.

Principais poluentes atmosféricos

Como você já sabe, a atmosfera é formada naturalmente por diversos gases, todavia é a alteração de sua composição que caracteriza a poluição atmosférica. Assim, um gás naturalmente presente no ar pode ser considerado um poluente quando tem sua concentração alterada.

A seguir, você aprenderá um pouco mais sobre os principais poluentes que geram a poluição atmosférica.

A resolução CONAMA nº 491 de 2018, em seu artigo 2º, Inciso I, define poluente atmosférico como:

[...] I - poluente atmosférico: qualquer forma de matéria em quantidade, concentração, tempo ou outras características, que tornem ou possam tornar o ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade ou às atividades normais da comunidade.”

Os gases causadores da poluição atmosférica podem ser classificados de acordo com diversos parâmetros. Incialmente, podemos dividi-los em dois principais grupos:

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Poluentes primários

São aqueles que, quando liberados na atmosfera, têm suas concentrações naturais alteradas de forma direta. Como exemplo, podem ser citados os óxidos de carbono.

Poluentes secundários

São os gases formados pela interação de um ou mais gases atmosféricos. O produto resultante, então, é que degrada a qualidade do ar. Como exemplo, temos o dióxido de enxofre, que pode reagir com o vapor d’água presente no ar, formando neblina de ácido sulfúrico. Nesse caso, o ácido sulfúrico é o poluente secundário que polui o ar.


Os poluentes também podem ser classificados de acordo com sua composição em:

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Poluentes orgânicos

O carbono é o principal elemento de sua composição, como, por exemplo, os hidrocarbonetos.

Poluentes inorgânicos

São os poluentes que não possuem carbono em sua composição, como, por exemplo, o gás sulfídrico e a amônia.


Também podemos classificar os poluentes atmosféricos de acordo com os diferentes estados da matéria em que eles são liberados. Estados diferentes da matéria impactam o meio natural de formas distintas, como apresentado a seguir:

Fumos

São as partículas sólidas que se originam a partir de condensação ou sublimação.

Poeiras

São formadas pela desintegração mecânica de corpos sólidos.

Fumaças

São originadas pela combustão incompleta de materiais.

Névoas

São formadas por gotículas líquidas em suspensão.


Dica

O pólen, liberado por flores e estróbilos, é uma fonte natural de poluição atmosférica na forma de poeiras.


Podemos ver, no quadro a seguir, os principais gases poluentes que afetam a atmosfera atualmente e suas principais fontes poluidoras.

Gás poluente

Origem principal

Dióxido de carbono (CO₂)

Queima incompleta de combustíveis de origem orgânica. Pode ser emitido por motores de veículos, na geração de eletricidade e calor, processos industriais e disposição de resíduos sólidos.

Monóxido de carbono (CO)

Queima incompleta de combustíveis que contenham carbono. Pode ser emitido por motores de veículos, na geração de eletricidade e calor, processos industriais e disposição de resíduos sólidos.

Dióxido de nitrogênio (NO₂)

Formados durante os processos de combustão. Os veículos são os principais responsáveis por sua emissão.

Dióxido de enxofre (SO₂)

Queima de combustíveis que contenham enxofre, como, por exemplo, o óleo diesel.

Material particulado

Qualquer material particulado liberado na atmosfera. Pode ser gerado por diversos poluentes.

Hidrocarbonetos

Combustão de carvão mineral e derivados do petróleo.


Principais doenças e disfunções associadas à poluição atmosférica

As alterações atmosféricas podem causar diversas consequências e vários impactos ambientais. Estudaremos, agora, as principais consequências da poluição atmosférica para a saúde humana.


As diversas disfunções e doenças provocadas pela poluição atmosférica podem ocorrer de duas formas:

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Forma direta

Incluem aquelas nas quais o próprio poluente causa efeitos deletérios na saúde da população – é o caso, por exemplo, da maioria das doenças respiratórias.

Forma indireta

Incluem aquelas nas quais o poluente não causa o efeito deletério diretamente, mas através de um intermediário – o exemplo mais comum é o aumento dos índices de cânceres de pele, devido ao incremento da incidência solar, por conta do buraco da camada de ozônio.


É importante ressaltar que é complexo avaliar e prever as doenças causadas pela poluição atmosférica. Muitas vezes, substâncias contidas no ar são inofensivas quando em baixas dosagens. Todavia, seu efeito cumulativo ou a exposição de forma contínua podem provocar o surgimento de doenças. Além disso, o efeito sinérgico pode causar disfunções ou doenças que não existiriam sem essas interações. Assim, a prevenção e diminuição da poluição atmosférica é algo extremamente necessário para prevenir e solucionar tais doenças.

Efeito cumulativo

Quando o ser vivo a absorve por diversas fontes, como alimentação, água e ar, e não a elimina.

Efeito sinérgico

Interação de duas ou mais substâncias no corpo.

A poluição atmosférica nem sempre é visível, tampouco gera efeitos negativos imediatos à saúde.

Assim, a degradação da qualidade do ar é um inimigo silencioso para o bem-estar da população mundial, podendo gerar danos que só se manifestam anos depois da exposição ao poluente, sendo impossível rastrear tal exposição. Em virtude disso, entender a relação de causa e efeito entre a exposição a um poluente do ar e um dano à saúde humana é um grande desafio para a ciência.

Acredita-se que bilhões de pessoas no mundo sofram, de forma direta ou indireta, em maior ou menor grau, de doenças ou disfunções provocadas pela poluição atmosférica.


Você verá, a seguir, alguns dos principais sintomas e algumas doenças causados ou intensificados pela poluição atmosférica:

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Doenças e sintomas respiratórios
  • Espasmos dos músculos pulmonares.
  • Secreção de mucos nas vias respiratórias superiores e inferiores.
  • Inflamações das mucosas respiratórias.
  • Redução do movimento ciliar do trato respiratório.
  • Reações alérgicas.
  • Irritação na garganta.
  • Tosse.
  • Inflamação crônica ou aguda dos tecidos.
  • Edema pulmonar.
  • Hemorragias alveolares.
  • Insuficiência respiratória.
  • Traqueítes.
  • Bronquites.
  • Enfisema pulmonar.
  • Broncopneumonias.
  • Asfixia.
Outras doenças
  • Anemias.
  • Leucopenia.
  • Neoplasias.
  • Cânceres.
  • Leucemia.
  • Efeito narcótico.
  • Efeitos neurológicos, incluindo vertigens, convulsões e coma.
  • Problemas cardíacos ou seu agravamento.
  • Danos ao sistema imunológico.
  • Danos ao sistema reprodutivo.
  • Morte.

Veja, na tabela a seguir, os poluentes aéreos e seus principais efeitos na saúde humana. Fonte: Santos (2017).

SUBSTÂNCIA

TOXIDADE

FONTE

AGUDA

CRÔNICA

Particulados

Combinados com o SO2, contribuem para mortalidade e morbidade

Irritação pulmonar, doença crônica obstrutiva do pulmão

Erosão dos solos, vulcões, atividade industrial, queima de combustíveis fósseis, conversão atmosférica secundária

Sulfatos

Aumento de doenças respiratórias e da dificuldade de respiração em asmáticos

Aumento da mortalidade em casos de população propensa

Conversão secundária, plantas de ácido sulfúrico, emissões naturais de H2S

Nitratos, nitritos

Aumento da suscetibilidade de crianças para adquirirem infecções pulmonares

Combinados com aminas formam nitroaminas, que são cancerígenas e teratogênicas

Conversão secundária do NO, NO2 (atividade industrial, queima de combustíveis fósseis, plantas químicas)

Dióxido de enxofre

Combinado com partículas, aumenta a dificuldade respiratória, mortalidade e morbidade

Aumento de doenças respiratórias e diminuição da função pulmonar

Fontes naturais e queima de combustíveis fósseis

Dióxido de nitrogênio

Aumento das infecções respiratórias

Enfisema, alteração da função pulmonar

Queima de combustíveis fósseis

Monóxido de carbono

Mal-estar, vômito, náusea, dor de cabeça, coma, morte

Aumento do risco de doença coronariana e arteriosclerose

Combustão incompleta

Ozônio

Aumento de infecções respiratórias, irritação dos olhos, dor de cabeça, dor no peito

Não conhecidos

Reações fotoquímicas com HC, NOx e outros compostos na atmosfera, reação do O2 na alta atmosfera

Hidrocarbonetos aromáticos

Fadiga, cansaço, formigamento

Irritação, leucopenia, mutagênico

Evaporação de compostos orgânicos, queima de combustíveis fósseis, processos industriais


Radiações ionizantes e não ionizantes e a saúde humana

Um dos graves efeitos da poluição atmosférica é o aumento do chamado buraco da camada de ozônio, como estudaremos mais à frente. Por conta disso, há maior entrada de radiação solar na atmosfera terrestre, que pode ocasionar diversos problemas à saúde humana.

A disseminação de novas tecnologias, que trabalham com diferentes tipos de radiações, aumenta a cada dia a concentração de ondas, poluentes invisíveis, na atmosfera.


A radiação pode ser classificada em radiação ionizante ou não ionizante. Cada tipo de radiação possui diferentes origens e pode causar distintos efeitos deletérios à saúde humana, como veremos a seguir:

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Radiação ionizante

Segundo o INCA, “as fontes naturais da radiação ionizante são os raios cósmicos e os radionuclídeos provenientes da crosta terrestre, encontrados em locais como no solo, nas rochas, nos materiais de construção, na água potável e no próprio corpo humano. (...) Fontes não naturais, ou produzidas pelo homem, de radiações ionizantes são comumente encontradas nos cuidados em saúde (raios x, tomografia computadorizada e radioterapia) e na geração de energia (usinas nucleares)”.(BRASIL, 2019)

As fontes não naturais de radiação ionizante aumentam a presença desses raios na atmosfera, podendo ser consideradas uma forma de poluição atmosférica.

A radiação ionizante pode causar náuseas, fraqueza, perda de cabelo e pode aumentar o risco de diferentes tipos de câncer em crianças e adultos. Todavia, a dose, a duração da exposição, a idade em que ela ocorreu e outros fatores podem influenciar no aparecimento, ou não, das doenças.

Radiação não ionizante

 Segundo o INCA, “a radiação não ionizante é uma modalidade de radiação de baixa frequência e baixa energia, também denominada de campo eletromagnético, que se propaga através de uma onda eletromagnética, constituída por um campo elétrico e um campo magnético, podendo ser proveniente de fontes naturais e não naturais”. (BRASIL, 2019)

A radiação não ionizante artificial pode ser oriunda de ondas de rádio da rede elétrica ou de equipamentos elétricos e eletrônicos. Ela também é oriunda de telefones celulares e sem fio, antenas de telefonia, transmissores de TV, redes wi-fi, entre outros.

A principal fonte de radiação não ionizante natural é a radiação solar, especialmente a radiação ultravioleta.

A presença de radiação não ionizante é considerada uma forma de poluição atmosférica e pode ter consequências para a saúde humana. Segundo o INCA, as evidências sugerem que a exposição crônica à radiação não ionizante de baixa frequência e a fontes de campos eletromagnéticos de frequência extremamente baixa pode aumentar o risco de câncer em crianças e adultos. Por sua vez, a exposição à radiação não ionizante natural pode causar desde queimaduras solares e envelhecimento precoce até um risco aumentado de desenvolver câncer de pele.

Verificando o aprendizado

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MÓDULO 2


Identificar causas, impactos e prevenção da poluição atmosférica

Já aprendemos o que é poluição e, em especial, o que é poluição atmosférica. Conhecemos também os principais poluentes do ar e algumas consequências da poluição atmosférica para a saúde humana. A partir de agora, exploraremos outros mecanismos causadores da poluição atmosférica, bem como as principais consequências globais da poluição do ar. Abordaremos ainda alguns mecanismos de prevenção e remediação da poluição atmosférica, incluindo o Protocolo de Quioto.

OUTRAS CAUSAS E IMPACTOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

O desmatamento e a poluição atmosférica

A poluição atmosférica pode ser provocada por diversos fatores. Nós já sabemos que a liberação de poluentes na atmosfera, através de processos naturais ou antrópicos, pode provocar desiquilíbrio nas concentrações dos componentes do ar, gerando poluição. Todavia, não é somente a liberação de poluentes que pode alterar a qualidade do ar.

Você consegue pensar em um processo natural que contribui para a melhoria da qualidade do ar e que vem sendo constantemente afetado pela ação humana?

Se, por um lado, o ser humano altera a composição da atmosfera terrestre, através da liberação de poluentes por fontes artificiais, por outro, ele tem impactado um dos processos naturais que removem alguns desses poluentes do ar, que é a fotossíntese. O crescente desmatamento e a diminuição de áreas verdes vêm intensificando a degradação da qualidade do ar por compostos orgânicos.

Os organismos fotossintetizantes possuem importante papel na manutenção da qualidade do ar. No seu processo de obtenção de energia, eles fixam carbono, disponível no ar atmosférico, e liberam oxigênio como produto final. Assim, eles não só removem gases causadores de poluição, como disponibilizam oxigênio, melhorando a qualidade do ar.

A fotossíntese é um importante processo que contribui para a melhoria do ar,
com a fixação do Dióxido de Carbono, disponível na atmosfera, e liberação de Oxigênio.

Em situações naturais, há um certo equilíbrio entre as concentrações de oxigênio e gás carbônico atmosféricos. Isso ocorre porque a liberação de gás carbônico pelos fenômenos naturais é logo neutralizada pelos organismos fotossintetizantes. Além disso, o oxigênio consumido pela respiração aeróbica é logo reposto pelos processos de fotossíntese. Esse ciclo de produção e consumo de gás carbônico e oxigênio entre organismos que realizam fotossíntese e animais com respiração aeróbica, em condições naturais, mantém os gases atmosféricos em concentrações ambientais saudáveis para os seres vivos.

Todavia, tal equilíbrio não acontece na realidade atual do planeta. Inicialmente, a liberação de gases poluentes, através de processos antrópicos, aumentou a concentração de gases, como o gás carbônico, na atmosfera. Para agravar ainda mais tal cenário, o desmatamento diminuiu a quantidade de organismos que realizam fotossíntese, tornando mais intenso o processo de piora da qualidade do ar.

O desmatamento é um fenômeno global. A derrubada de madeira para diversos usos e a remoção de florestas para criação de grandes áreas de cultivo e pasto são fenômenos crescentes. O aumento da população mundial gera maior demanda por recursos, aumentando também o desmatamento.

Há uma preocupação mundial com a redução dos índices de desmatamento, pois seus efeitos afetam o planeta como um todo.

O Brasil é um país que ainda possui grandes extensões florestais conservadas. Porém, o desmatamento ilegal associado a uma política governamental que estimula a exploração de tais recursos vêm fazendo com que as taxas de destruição de florestas naturais aumentem de forma vertiginosa ao longo dos anos.

Assim, precisamos entender que o desmatamento piora a qualidade do ar; portanto, a preservação das florestas naturais é uma forma de reverter os processos de poluição atmosférica. Ambientes urbanos com áreas verdes mais extensas tendem a possuir, de maneira geral, melhor qualidade do ar do que ambientes urbanos sem áreas verdes. Medidas que visem à preservação e recuperação das florestas são essenciais para a manutenção e melhora da qualidade do ar, devendo ser prioridade mundiais.


Aquecimento global

Uma das consequências da poluição atmosférica é o agravamento e a intensificação dos processos do efeito estufa, como nós já estudamos. Entre as consequências mais graves do efeito estufa, está o aquecimento global, que discutiremos a partir de agora.

Alguns cientistas estimam que o século XX foi o século mais quente dos últimos 500 anos. O aquecimento global é o aumento da temperatura média da Terra, provocado principalmente pelo acúmulo de poluentes atmosféricos, que provocam maior retenção da irradiação solar na atmosfera terrestre. Estima-se que, até 2100, a temperatura média da Terra possa subir entre 1,5°C e 4°C. Pode parecer pouco, porém as consequências de tal elevação podem ser catastróficas.


Vamos estudar, a seguir, algumas das consequências mais graves do aumento da temperatura média do planeta:

Derretimento das calotas polares

O derretimento das calotas polares vem ocorrendo em todo o planeta. Por conta disso, o Ártico, a Antártica e a Groelândia podem ser considerados indicadores do aquecimento global. Estima-se que a camada de gelo do Ártico tornou-se 40% mais fina, e sua área sofreu redução de cerca de 15% nos últimos 100 anos. O derretimento das calotas de gelo gera uma série de efeitos em cadeia que afetam todo o globo terrestre e intensificam o aumento da temperatura. Além disso, as calotas de gelo atuam na regulação das correntes oceânicas e devolvem para a atmosfera boa parte da irradiação solar que recebem, devido às suas enormes áreas brancas, que não absorvem calor. Com o seu derretimento, tais processos deixam de ocorrer ou ocorrem em menor escala, o que aumenta ainda mais a temperatura do planeta, agravando o processo de aquecimento global na forma de efeito cascata.


Aumento do regime de chuvas

As maiores temperaturas do planeta provocam incremento na evaporação de água dos corpos hídricos. Assim, a umidade do ar tende a subir nos locais que possuem mais ambientes aquáticos. Como consequência da maior umidade do ar, pode haver aumento do regime de chuvas em regiões já chuvosas, agravando eventos climáticos, como enchentes, por exemplo.


Aumento do nível dos mares

O derretimento dos gelos polares provoca o aumento do nível dos mares, o que, consequentemente, pode causar alterações nas regiões litorâneas, com o desaparecimento de cidades inteiras. Estima-se que pelo menos 200 milhões de pessoas que vivem em regiões litorâneas possam ser afetadas pelo aumento do nível dos mares (MELLER et al., 2017).


Intensificação de graves eventos climáticos

O derretimento do gelo polar, associado à subida da temperatura média das águas dos oceanos, provoca mudanças nas correntes oceânicas. A alteração de tais correntes pode levar ao acontecimento de eventos climáticos cada vez mais intensos, como furacões, secas, chuvas, ondas de calor, ondas de frio, inundações, tufões, ciclones etc.


Desequilíbrio da vida marinha

O aumento na temperatura média dos oceanos não afeta somente o clima, pois pode impactar toda a biodiversidade marinha. Muitas espécies são duramente afetadas com as temperaturas maiores, podendo ter suas populações reduzidas ou até extintas. Os recifes de corais são exemplos de espécies marinhas afetadas pelo aquecimento da temperatura média dos oceanos.


Desertificação

A desertificação é outra consequência do aquecimento global. A alteração do regime de chuvas pode provocar a sua diminuição em algumas áreas e o seu aumento em outras. Regiões que já eram secas correm o risco de ficar com seu regime de chuvas ainda mais escasso, podendo ocorrer a desertificação de áreas inteiras. A desertificação pode ter como grave consequência a perda de terras férteis para o cultivo e plantação de alimentos, afetando a crescente população mundial de forma drástica.


Intensificação de eventos climáticos periódicos

O aquecimento global provoca a intensificação de eventos climáticos periódicos como El Niño e La Niña, que podem causar, além de impactos ambientais, impactos econômicos nos países atingidos.


Diminuição de hábitats naturais

O incremento da temperatura do planeta pode gerar grandes alterações nos ecossistemas ao redor do mundo. Tais alterações tendem a afetar toda a diversidade de espécies. Estima-se que até 70% das espécies existentes possam sofrer com os efeitos do aquecimento global, com diminuição de suas populações, ou até mesmo a extinção. Os ursos polares são exemplo de espécie afetada pela diminuição de seus hábitats por conta do degelo dos polos.


Efeito cascata

Quando uma ação gera outra ação que gera outra ação e assim sucessivamente.

É importante entender que, ainda que se interrompesse imediatamente a liberação dos gases causadores de efeito estufa, as consequências de suas altas concentrações ainda perdurariam por muitos anos. O efeito da liberação de alguns gases demora anos para atingir o seu ápice. Inclusive, alguns cientistas estimam que vivenciamos, atualmente, os efeitos dos poluentes liberados na atmosfera na década de 1980. Ademais, a atmosfera não é capaz de se recuperar imediatamente, necessitando de tempo para depurar os gases poluentes e retornar a um estado de equilíbrio. Assim, o aquecimento global é um fenômeno inevitável. Dessa forma, é preciso uma mudança de mentalidade dos líderes mundiais para que haja imediata redução da liberação de gases causadores do efeito estufa, visando à minimização dos efeitos do aquecimento global a médio e longo prazos.

Vídeo

Outra consequência global grave da poluição atmosférica é o buraco na camada de ozônio. Neste vídeo, veremos o que é o buraco na camada de ozônio, como ele surgiu, os principais poluentes causadores e as principais consequências da sua existência.

Surgimento de doenças erradicadas e expansão de doenças tropicais

O aquecimento global pode provocar a redistribuição geográfica de doenças, inclusive as transmitidas por mosquitos, além de ocasionar o ressurgimento de doenças consideradas erradicadas.

Segundo Barcellos et al. (2009), diversas doenças, principalmente as transmitidas por vetores, são limitadas por variáveis ambientais, como temperatura, umidade, padrões de uso do solo e de vegetação. Além disso, o ciclo de vida dos vetores, assim como dos reservatórios e hospedeiros que participam da cadeia de transmissão de doenças, está fortemente relacionado à dinâmica ambiental dos ecossistemas onde vivem.

Muitas doenças são intimamente relacionadas ao clima, pois seus organismos vetores vivem em ambientes naturalmente mais quentes.

Como uma das consequências da poluição atmosférica é o aquecimento global, alguns pesquisadores acreditam que pode haver uma redistribuição geográfica de algumas doenças, como malária, dengue, além de outras transmitidas por mosquitos, que são tipicamente tropicais, para áreas temperadas. Áreas antes consideradas imunes a certas doenças, devido ao clima mais frio, podem ser afetadas, então, por tais moléstias.

Outros exemplos de doenças relacionadas ao clima que podem ter sua distribuição geográfica alterada devido ao aquecimento global são a doença de Lyme, leishmaniose, febre amarela, filariose, entre outras.


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Doenças cujo vetor é a água, como leptospirose, doenças diarreicas, hepatites, entre outras, podem aumentar devido à intensificação de chuvas e outros eventos climáticos que provocam e intensificam a degradação da qualidade da água.


A expansão urbana e a ampla degradação ambiental, devido aos processos relacionados ao aquecimento global, também pode levar à ocupação de áreas urbanas por animais silvestres. O contato, então, entre os humanos e os animais silvestres pode ocasionar o aumento de diversas zoonoses. Epidemias causadas por vírus e bactérias, originárias de animais silvestres, tendem a ser mais comuns e ocorrer com uma frequência ainda maior num cenário de aumento da temperatura da Terra. As pandemias recentes de gripe A e covid-19 são exemplos de doenças originárias de animais que afetaram e continuam afetando a população humana.


Mas qual é a relação entre o reaparecimento de doenças erradicadas e a poluição atmosférica?


O reaparecimento de doenças antes consideradas erradicadas, como a rubéola, por exemplo, possui causas multifatoriais. Os ciclos epidemiológicos naturais da doença, a diminuição do percentual da população vacinada, a urbanização etc. são alguns dos fatores que podem provocar o reaparecimento de doenças erradicadas. Todavia, a poluição atmosférica e o aquecimento global podem ter sua contribuição, tendo em vista que o ar mais quente, mais úmido e com mais partículas em suspensão tende a carrear com mais facilidade vírus e bactérias, aumentando os índices de contágio.


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A dengue é considerada a principal doença reemergente nos países tropicais e subtropicais. A malária continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública na África, ao sul do deserto do Saara, no sudeste asiático e nos países amazônicos da América do Sul (BARCELLOS et al., 2009).


Com tudo isso, como já foi estudado, os efeitos da poluição atmosférica sobre a saúde humana são complexos e de difícil avaliação, podendo ter efeitos diretos e indiretos. O agravamento de eventos climáticos, a diminuição de disponibilidade de áreas férteis para cultivo de alimentos, ocasionando a desnutrição de parte da população, a indisponibilidade de água potável, entre outros fatores provocados ou agravados pela poluição atmosférica, podem tornar a população mundial mais susceptível a certas doenças, além de facilitar a expansão de seus vetores, como explicado anteriormente. As sociedades mais pobres e menos desenvolvidas tendem a ser as mais afetadas.


Assim, você é capaz de perceber como podem ser graves e de difícil previsão os efeitos decorrentes da poluição atmosférica, sendo primordial que se tomem medidas para seu controle, sua prevenção e remediação.


MECANISMOS DE PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A prevenção da poluição atmosférica

As consequências da poluição atmosférica são demasiadamente graves, podendo provocar não só doenças, que surgem de forma silenciosa, mas também causar alterações em todo o globo terrestre, por meio das consequências do aquecimento global.

Prevenir e remediar os efeitos e a intensificação da poluição atmosférica deve ser uma prioridade global para as gerações atuais e futuras. Todavia, não é uma tarefa simples de ser feita.

As ações necessárias

Para prevenir e diminuir a poluição atmosférica, seria necessário rever toda a forma de produção de energia pela população humana, transitando de um modelo baseado principalmente em combustíveis fósseis, para um modelo de produção de energia através de tecnologias mais limpas.

As barreiras enfrentadas

Apesar de já existirem tecnologias que diminuem a utilização de combustíveis fósseis, como as energias solar e eólica, sua implementação e utilização é demasiadamente cara. Além disso, não está acessível para a maior parte das populações e não é de interesse da maioria dos governantes, dos países ao redor do mundo, sua priorização.


Então, como superar as barreiras que impedem as ações necessárias?


Para reduzir a poluição atmosférica, é necessário, primeiro, uma mudança de mentalidade, na qual o crescimento econômico seja, de fato, pautado pela sustentabilidade ambiental. Apesar dos inúmeros avanços em relação à conservação do meio ambiente obtidos mundialmente no último século, o crescimento econômico ainda é uma prioridade em relação à conservação da natureza.

No geral, atualmente, as medidas para prevenção e diminuição da poluição atmosférica ainda são paliativas e buscam diminuir a liberação de gases poluentes, através de filtros e sistemas de retenção de tais gases, não priorizando a utilização de tecnologias alternativas, que produzam menos poluentes.

Assim, cientes dessa realidade, veremos, a seguir, algumas medidas que previnem e remediam a poluição atmosférica, principalmente pela diminuição da emissão de gases poluentes para a atmosfera, sem, no entanto, interromper sua emissão.


Pela indústria:

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Câmaras de sedimentação gravitacional

Equipamentos que realizam a separação do fluxo gasoso, através da utilização de uma força gravitacional, atraindo partículas de tamanhos maiores. Dessa forma, menos poluentes são liberados na atmosfera.

Ciclones

Tecnologia que utiliza uma força centrípeta e uma força gravitacional de forma simultânea para atrair e separar as partículas presentes nos gases, sendo um equipamento bastante utilizado pelas fábricas, de forma geral, diminuindo a liberação de componentes artificiais para o ar.

Filtração

A filtração, pelo uso de filtros descartáveis ou não, retém partículas de acordo com sua especificidade antes de os gases serem liberados para a atmosfera. Os filtros são os mecanismos de redução de poluição atmosférica mais comumente utilizados. O filtro de carvão ativado é bastante conhecido e serve para remover vapores de óleos, cheiros e hidrocarbonetos do ar. Há, ainda, os biofiltros, que utilizam micro-organismos, como bactérias e fungos, para degradar os poluentes antes da emissão do gás na atmosfera. Os biofiltros vêm sendo muito estudados e apresentam resultados bastante promissores.

Lavadores

Aparatos que retiram partículas dos gases pelo uso de meios líquidos. Existem lavadores com diferentes formas de funcionamento e distintos resultados.

Precipitadores eletrostáticos

Dispositivos que utilizam dois eletrodos metálicos para atrair os poluentes dos gases antes de sua emissão na atmosfera. Eles possuem alto custo, mas sua eficácia é superior aos métodos menos custosos.

Fossas para o descarte de gás carbônico

A utilização de fossas para o descarte de gás carbônico é uma alternativa para a diminuição de dióxido de carbono na atmosfera e vem sendo estudada por vários países. A ideia é a captura e o enterramento desses gases em fossas, a cerca de 800 metros de profundidade. Tal medida encontra inúmeros desafios, como a captura desses gases, a forma de transportá-los para tal profundidade e o controle e a detecção de vazamentos.


Pela sociedade e pelos governantes:

  • Utilização de transporte coletivo para reduzir o uso de automóveis.
  • Redução do desmatamento.
  • Redução de queimadas.
  • Reflorestamento de áreas degradadas.
  • Aumento de áreas verdes em ambientes urbanos.
  • Substituição do uso de combustíveis fósseis por meios de produção de energia mais limpos.
  • Definição de parâmetros rígidos para controle de poluição ambiental.
  • Fiscalização e monitoramento de fontes poluidoras.
  • Monitoramento da qualidade do ar.
  • Diminuição do uso de agrotóxicos.

O Protocolo de Quioto

Para muitos cientistas, a única forma de remediar a poluição atmosférica e reduzir suas consequências, incluindo o aquecimento global, seria a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa na atmosfera.

Visando, então, a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, foi assinado por diversos países ao redor do mundo o Protocolo de Quioto.

É um tratado internacional que objetiva a redução da emissão de gases na atmosfera para, aproximadamente, 5,2% a menos do que as emissões que ocorriam em 1990, com prazo para implementação até 2012. Todavia, apesar de ter sua redação aprovada em 1997, o tratado só entrou em vigor em fevereiro de 2005, após a ratificação pela Rússia.

Nesse tratado, há a previsão de que os países desenvolvidos, os principais responsáveis pela poluição atmosférica atual, reduzam sua emissão de gases causadores de efeito estufa. Os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento ficariam desonerados de tal obrigação num primeiro momento.


Com o Protocolo de Quioto, foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no qual, visando o estímulo a um desenvolvimento sustentável, seria possível a venda de créditos de carbono (Reduções Certificadas de Emissões – RCEs) entre os países. Na prática, os países que possuíam a obrigação de reduzir suas emissões não o fizeram. Eles passaram a adquirir os chamados créditos de carbono dos países que não possuíam objetivos de redução de suas emissões, o que acabou gerando um questionamento sobre a efetividade do Protocolo de Quioto para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.


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Apesar das críticas ao projeto, o primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto expirou em 2012, mas foi renovado por um segundo período de compromisso, que se iniciou em janeiro de 2013, terminando em dezembro de 2020. Ao todo, 192 países aderiram ao protocolo.

Em 2016, 175 líderes mundiais assinaram o Acordo de Paris na sede da ONU. O objetivo central desse tratado é fortalecer a resposta dos países à ameaça do aquecimento global. Trata-se do projeto atual no âmbito da ONU de prevenção e reversão do aquecimento global.


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Conclusão

Considerações Finais

Acabamos de conhecer o conceito de poluição e poluição atmosférica, abordando os principais poluentes e as principais doenças e disfunções que eles provocam. Vimos, ainda, as causas, consequências e os principais impactos da poluição atmosférica, incluindo o aquecimento global, o buraco na camada de ozônio e o surgimento de doenças erradicadas. Além disso, trabalhamos algumas medidas de prevenção e reversão da poluição atmosférica, conhecendo o Protocolo de Quioto.

Como vimos, a poluição atmosférica é um dos mais graves problemas que o planeta enfrenta atualmente. Conhecer as causas da poluição atmosférica e as medidas que podem preveni-las e remediá-las, sendo capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos em políticas sustentáveis, é essencial para que se obtenha um meio ambiente saudável e equilibrado.

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CONQUISTAS

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reprehenderit in voluptate velit esse