Definição

Técnicas de drenagem linfática facial, corporal, pré e pós-operatório. Aplicação da eletroterapia à drenagem linfática facial.

PROPÓSITO

Apresentar a sequência da drenagem linfática manual adequada para as disfunções estéticas, a fim de que seja possível propor o melhor tratamento, associado ou não à eletroterapia.

OBJETIVOS

Módulo 1

Identificar as técnicas de drenagem linfática manual facial e corporal

Módulo 2

Identificar as técnicas de drenagem linfática no pré e pós-operatório

Módulo 3

Analisar a aplicação da eletroterapia à drenagem linfática manual

Introdução

A drenagem linfática é uma técnica manual muito procurada nas clínicas de estética, mas é comum surgirem dúvidas quanto à sua forma de aplicação e escolhas de métodos eficazes para o tratamento das principais disfunções estéticas. Em 1932, Vooder fundou a primeira escola de drenagem linfática na França. Posteriormente, Leduc e Godoy aperfeiçoaram e desenvolveram outros métodos.

O objetivo principal de todas as técnicas é potencializar o funcionamento do sistema linfático. O profissional de estética utiliza movimentos leves e ritmados sempre no sentido do fluxo linfático para ajudar a drenar os líquidos excedentes que banham as células. Isso mantém o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais e a eliminação de toxinas. Na estética, a drenagem linfática é indicada para retenção de líquidos, relaxamento, edemas, gestantes, pré e pós-operatório de cirurgias plásticas e é coadjuvante em outros tratamentos como gordura localizada e celulite.

Neste tema, você irá entender mais sobre a drenagem linfática manual, iniciando sobre as suas principais manobras, suas indicações e contraindicações aplicadas à estética facial e corporal. Depois, você irá aprender os cuidados e especificidades que devemos ter para realizar a drenagem no pré e pós-cirurgia respeitando as especificidades para cada caso. Por último, aprenderemos como relacionar a drenagem linfática com a eletroterapia. Ao final do módulo, você conseguirá realizar a técnica de drenagem linfática facial, corporal e pré e pós-cirúrgica.

MÓDULO 1


Identificar as técnicas de drenagem linfática manual facial e corporal

Drenagem linfática estética facial e corporal

A drenagem linfática é uma técnica manual que utiliza movimentos rítmicos e de pressão suave no sentido da circulação linfática. Seu objetivo é estimular o fluxo do sistema linfático e promover a reabsorção de edemas.

Para entender cada manobra, precisamos conhecer os componentes do sistema linfático:

Escolha uma das Etapas a seguir. Escolha uma das Etapas a seguir.

Linfa

É um líquido transparente proveniente dos meios intercelulares e extracelulares. Nele, encontramos linfócitos, células que atuam na defesa imunológica do organismo.

Capilares linfáticos

São microvasos que se localizam sempre próximos aos capilares sanguíneos, formando uma vasta rede e sendo responsáveis por captar linfa do interstício.

Vasos linfáticos

Trata-se da união dos capilares linfáticos, dotados de válvulas que impedem o retorno da linfa.

Troncos linfáticos

É formado pela união dos vasos linfáticos.

Ducto torácico

É o maior tronco linfático, sendo responsável pela drenagem da linfa dos membros inferiores, abdômen na metade esquerda do tórax.

Os gânglios linfáticos

São responsáveis pela filtração da linfa.

Indicações

- Edemas

- Fibro edema geloide

- Pré e pós-cirurgia plástica

- Relaxamento e bem-estar

Contraindicações absolutas

- Tumores malignos

- Tuberculose

- Infecções agudas e reações alérgicas agudas

- Edemas sistêmicos de origem cardíaca ou renal

- Flebite e trombose venosa profunda

Contraindicações relativas

Hipertireoidismo: para este caso, não aplique a técnica em região da tireoide.
Insuficiência cardíaca descompensada: esse tipo de paciente apresenta comprometimento de líquido circulante, devido à atividade cardíaca comprometida, precisa de liberação médica.
Menstruação com fluxo intenso: avise à cliente que pode acontecer um aumento do fluxo de sangue nos próximos dias.
Asma e bronquite: não aplicar durante as crises respiratórias.
Hipotensão arterial: neste caso, o profissional de estética deverá verificar a pressão arterial antes, durante e após a técnica de drenagem linfática manual.

Como avaliar um edema linfático

O edema linfático caracteriza-se pelo acúmulo de macromoléculas no interstício celular devido ao mal funcionamento do sistema linfático. Ele causa um aumento do volume do fluido intersticial localizado ou generalizado.

Uma das formas de realizar a avaliação de edema é a aplicação do sinal de cacifo ou sinal de Godet. Este é avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por, pelo menos, 5 segundos, com o objetivo de evidenciar o edema. É considerado cacifo positivo se a depressão formada não se desfizer imediatamente após a descompressão (retirada da pressão digital).

Principais manobras de drenagem linfática manual

Bombeamento

Esta manobra é utilizada para a evacuação dos gânglios linfáticos. As mãos do profissional de estética entram em contato com a pele do paciente, repousam sobre ela e, em seguida, realizam compressão com os dedos.

Chamada

Compreende o movimento que levará a linfa contida nos vasos para os linfonodos distantes, promovendo uma evacuação (chamada).

Reabsorção

É realizada após a manobra de chamada, pois esta possibilitará que os vasos livres do conteúdo linfático recebam a linfa proveniente do interstício.

Bracelete

Esta manobra é utilizada quando a região a ser drenada pode ser envolvida por uma ou duas mãos, pegando membros superiores ou pernas.

Principais manobras de Drenagem Linfática Manual

Drenagem linfática facial passo a passo

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Acomodação

O paciente deverá estar somente com a região a ser drenada despida, e as outras áreas cobertas com toalhas ou lençóis. A região a ser drenada deverá estar livre de vestimentas apertadas para diminuir a pressão local que dificulta o escoamento da linfa. Acomode o cliente em uma posição confortável e realize a higienização da região da face e do pescoço.

Bombeamento

Realize 5 repetições das manobras de bombeamento (posicionar as mãos em contato com a pele do paciente), seguido de compressão com os dedos nos seguintes linfonodos:

1. Infraclaviculares;

2. Supraclaviculares;

3. Cervicais;

4. Submentoniano;

5. Submandibulares;

6. Pré-auriculares;

7. Temporais;

8. Retroauriculares;

9. Occipitais.

Figura 1- Localização dos linfonodos de maior relevância em regiões de cabeça e pescoço.
Manobra de reabsorção

Realize 5 repetições das manobras de reabsorção seguindo o sentido do sistema linfático. Observe na figura 2 as direções que você deve seguir para realizar as seguintes manobras de reabsorção da forma correta:

1. Reabsorção na região das laterais do pescoço na direção das clavículas.

2. Reabsorção na região superior do mento para os linfonodos submentonianos.

3. Reabsorção na região supralabial em direção aos linfonodos submentonianos.

4. Reabsorção na região nasal para os linfonodos submentonianos.

5. Acomode seus dedos abaixo do osso zigomático e inicie a reabsorção nas laterais da face.

6. Reabsorção na região inferior do músculo orbicular dos olhos em direção aos linfonodos pré-auriculares.

7. Reabsorção na região superior do músculo orbicular dos olhos em direção aos linfonodos pré-auriculares.

8. Reabsorção na região frontal até os linfonodos pré-auriculares.

Final do atendimento

Existe uma forma correta para que o paciente se levante da maca preservando sua coluna.

Antes de se levantar da maca, oriente-o a se deitar em decúbito lateral, colocar os membros inferiores para fora da maca e se levantar com a ajuda dos braços, sendo a cabeça a última parte a subir. É importante ficar, pelo menos, de 2 a 3 minutos sentado antes de sair da maca, evitando vertigens que podem causar quedas.

As técnicas de drenagem linfática manual descritas acima são muito utilizadas nos procedimentos após limpeza de pele, olheiras, sinusite, rinite e edemas.

Figura 2: Direção da drenagem linfática facial.

Drenagem linfática corporal passo a passo

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Acomodação

Acomode o cliente em uma posição confortável e realize a higienização das regiões onde será realizada a drenagem linfática manual.

Bombeamento

Realize 10 repetições das manobras de bombeamento, posicionando as mãos em contato com a pele do paciente e realizando compressão com os dedos nos seguintes linfonodos:

1. Esterno

2. Supraclavicular

3. Infraclavicular

4. Axilares

5. Cubitais

6. Suprailíacos

7. Inguinais

8. Poplíteos

Figura 3: Localização dos linfonodos de maior relevância corporal.
Chamada e reabsorção – sequência adequada:

Com ambas as mãos, faça um movimento de tracionamento da região proximal para a distal em três pontos da área tratada. Primeiro, nos braços, seguindo nos antebraços, mãos, tronco, coxas e pernas e terminando nos pés.

Final do atendimento

Antes de o paciente levantar-se da maca, oriente-o a deitar em decúbito lateral, colocar os membros inferiores para fora da maca e se levantar com a ajuda dos braços, sendo a cabeça a última parte a subir. Isto é importante, principalmente, em pacientes idosos.

Estudo de caso

Maria, 22 anos, professora da educação infantil, procurou atendimento estético queixando-se de muitas dores nas pernas ao final do dia. Após anamnese, a profissional de estética verificou que a paciente possui biotipo cutâneo ginoide, normopeso, apresenta microvasos em região de coxa superior, FEG grau II e sinal de Godet positivo.

Vamos entender por que definimos esse tratamento?

A técnica de drenagem linfática manual é uma ferramenta importante na rotina de trabalho do profissional de estética, sendo eficaz para a diminuição da dor, edema. Atua nas síndromes pré-menstruais, potencializa o funcionamento do sistema linfático, favorecendo o fluxo linfático e venoso, otimizando o reparo tecidual através da melhora da microcirculação, proporcionando melhora na qualidade de vida das pessoas. Sendo indicado para Fibro Edema Geloide até o grau II, relaxamento e bem-estar.

Observe uma sequência de atendimento para a cliente do estudo de caso acima:

Passo 1:

Anamnese.

Passo 2:

Higienização corporal.

Passo 3:

Bombeamento dos linfonodos. Realize 10 repetições das manobras de bombeamento, posicionando as mãos em contato com a pele do paciente e realizando compressão com os dedos nos seguintes linfonodos:

  • Esterno;
  • Supraclavicular;
  • Infraclavicular;
  • Axilares;
  • Suprailíacos;
  • Inguinais;
  • Poplíteos.

Passo 4:

Chamada e reabsorção. Iniciar nas coxas, seguindo para as pernas e terminando nos pés. Realizar três repetições.

Passo 5:

Finalizar com um sérum de laranja amarga, já que este é um princípio ativo drenante. Este tratamento poderá ser realizando de 3 a 5 vezes na semana, em que a paciente perceberá alívio da dor nos membros inferiores e melhora da aparência da FEG.

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ATENÇÃO!

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MÓDULO 2


Identificar as técnicas de drenagem linfática no pré e
pós-operatório

Drenagem linfática pré e pós-operatório

O profissional de estética tem sido cada vez mais envolvido, tanto de maneira preventiva (antes da realização da cirurgia), como na tentativa de evitar possíveis complicações no pós-operatório de cirurgia plástica. Neste tema, vamos conhecer os tipos de cirurgias plásticas, suas indicações e contraindicações para a drenagem linfática manual no pré e pós-cirurgia.

Atenção

Para realizar a drenagem linfática no pós-operatório, o profissional de estética deverá solicitar sempre a autorização médica por escrito.

A importância da drenagem linfática no pré e pós-operatório

Estética no pré-operatório de cirurgias plásticas

O pré-operatório é o período entre a indicação da uma cirurgia até o momento da sua execução. Nesta etapa, a drenagem linfática manual é indicada com objetivo de preparar a região a ser operada.

O profissional de estética terá o objetivo de ativar a circulação linfática através da drenagem linfática manual e manter a camada córnea íntegra e hidratada, realizando um procedimento de hidratação na região que será operada. O profissional irá utilizar princípios ativos hidratantes, como ureia e manteiga de karité.

Principais cirurgias plásticas que demandam atuação estética no pós-operatório

Nesta etapa, vamos compreender os momentos que serão realizadas a técnica de drenagem linfática no pós-operatório das principais cirurgias plásticas que demandam posteriormente atuação do profissional de estética. As principais cirurgias são:

- Blefaroplastia

- Rinoplastia

- Lipoaspiração

- Abdominoplastia

- Mamoplastia redutora

- Dermolipectomia de braços

Drenagem linfática manual no pós-operatório de blefaroplastia

A blefaroplastia é uma cirurgia com o intuito de promover o rejuvenescimento palpebral. A importância do profissional de estética no pós-operatório será para auxiliar na reabsorção de edemas, melhorando o desconforto e o quadro álgico e reintegrando precocemente o retorno do indivíduo para suas atividades sociais. Todas as etapas da drenagem linfática manual deverão ser realizadas com luvas. Sequência de atendimento de drenagem linfática.

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Acomodação

Acomode o cliente em uma posição confortável e realize a higienização das regiões onde será realizada a drenagem linfática manual.

Bombeamento

Realize 10 repetições das manobras de bombeamento, posicionando as mãos em contato com a pele do paciente e realizando compressão com os dedos nos seguintes linfonodos:

  • Esterno;
  • Supraclavicular;
  • Infraclavicular;
  • Axilares;
  • Cubitais;
  • Suprailíacos;
  • Inguinais;
  • Poplíteos.
Reabsorção

Com ambas as mãos, faça movimentos de compressão e descompressão, no sentido distal da área tratada. Braços, antebraços, mãos, tronco, coxas e pernas e terminando nos pés.

Final do atendimento

Antes de o paciente levantar-se da maca, oriente-o a deitar em decúbito lateral, colocar os membros inferiores para fora da maca e se levantar com a ajuda dos braços, sendo a cabeça a última parte a subir. Isto é importante principalmente em pacientes idosos.

Observe que o profissional não realiza nenhuma manobra de tracionamento no local de cicatriz da cirurgia, pois corre o risco de causar deiscência (afastamento das bordas da cicatriz).

Atenção

Em qualquer pós-operatório imediato, são contraindicadas as manobras de drenagem linfática que realizem deslizamentos e tracionamento de pele, devendo-se utilizar somente manobras de bombeamento e reabsorção.

Figura 4: Imagem antes e depois da cirurgia de blefaroplastia.

Drenagem linfática manual no pós-operatório de rinoplastia

Rinoplastia é uma cirurgia com finalidade de reduzir excessos e corrigir assimetrias e desvios do nariz. Os pacientes relatam que este é um dos pós-operatórios mais doloridos. Nos primeiros 7 dias, é necessário ficar com um tampão e, neste período, não será permitida a drenagem linfática na região operada. Após a retirada do tampão, a drenagem será indicada para diminuir edemas e amenizar dor no pós-operatório.

A drenagem linfática manual deverá ser realizada de acordo com a sequência de drenagem facial descrita no módulo 1, caso o paciente esteja com curativos recomendamos que a drenagem linfática manual seja realizada apenas nas áreas adjacentes ao nariz.

O profissional de estética deve ter cuidado e não realizar massagens que causem tracionamento do tecido da região operada no pós-operatório recente. O profissional deve ter o cuidado de não realizar massagem tracionando a região.

Figura 5: Paciente pós-operatório de rinoplastia.

Drenagem linfática manual no pós-operatório de mamoplastia

A técnica de mamoplastia redutora ou mastopexia é indicada para correção de flacidez e reposicionamento das mamas. A atuação do profissional de estética no caso deste pós-operatório tem como objetivo a redução do edema e atenuação da dor.

Figura 6: Cicatriz após cirurgia de mamoplastia redutora.

A drenagem linfática deverá ser realizada de acordo com a sequência de drenagem linfática manual, descrita no módulo 1. Utiliza-se somente manobras de bombeamento e reabsorção.

A massagem relaxante com movimentos de deslizamento superficial e profundo na região do músculo trapézio também promove alívio das tensões musculares causadas pelo estresse e tensão do pós-operatório.

Atenção

Não é indicado neste pós-operatório a realização de movimentos de tracionamento em regiões de cicatriz.

Drenagem linfática manual no pós-operatório de lipoaspiração

A lipoaspiração é uma técnica indicada para reduzir a gordura subcutânea através de cânulas, submetidas à pressão negativa e introduzidas por pequenas incisões na pele. As regiões mais escolhidas para lipoaspiração são: abdômen, flancos, dorso e braços.

A drenagem linfática manual no pós-operatório imediato (de 48 até 72horas após a cirurgia) é indicada para diminuir edema, minimizar dores e prevenir fibroses. Após a cirurgia, o paciente apresentará equimoses, estas são manchas arroxeadas na pele por extravasamento de sangue durante o ato cirúrgico, que desaparecem no decorrer dos atendimentos de drenagem linfática manual.

Figura 7: Equimoses pós-cirurgia de lipoaspiração.

Não será necessário realizar a drenagem linfática no corpo inteiro se a área que foi lipoaspirada foi somente o abdômen. Neste caso, realizamos a sequência de drenagem linfática manual somente nesta área.

Observe abaixo uma sequência de drenagem linfática manual no pós-operatório imediato de lipoaspiração:

Sequência de lipoaspiração no pós-operatório imediato

Escolha uma das Etapas a seguir. Escolha uma das Etapas a seguir.

Acomodação

Acomode o cliente em uma posição confortável e realize a higienização das regiões onde será realizada a drenagem linfática manual.

Bombeamento

Realize 10 repetições das manobras de bombeamento, posicionando as mãos em contato com a pele do paciente e, em seguida, compressão com os dedos nos seguintes linfonodos:

1. Esterno;

2. Supraclavicular;

3. Infraclavicular;

4. Axilares;

5. Cubitais;

6. Suprailíacos;

7. Inguinais;

8. Poplíteos.

Reabsorção

Com ambas as mãos, faça movimentos de compressão e descompressão, no sentido distal da área tratada. Braços, antebraços, mãos, tronco, coxas e pernas e terminando nos pés.

Atenção

Não podemos realizar qualquer tipo de tracionamento de pele no pós-operatório imediato, por isso que não utilizaremos a manobra de chamada durante este período.

Alguns profissionais incluem nesta fase o uso do equipamento de ultrassom de 3MHz. Vamos falar sobre estes recursos e os parâmetros utilizados no módulo 3.

Na fase proliferativa que acontece de 72 horas até 10 dias após a cirurgia, realizamos a sequência de drenagem linfática manual igual a fase imediata, porém, ao final da drenagem, realizamos mobilização suave no tecido conjuntivo, caso o profissional encontre cordões de fibrose. Recomendamos também o uso do ultrassom de 3Mhz.

No pós-operatório tardio, realizamos a técnica de drenagem linfática manual, utilizando ultrassom de 3Mhz, além de incluir, se necessário, vacuoterapia nos casos de fibrose.

Sugestão de protocolo para tratamento estético no pós-operatório de lipoaspiração
Fase inflamatória - atendimento diário Fase proliferativa - atendimento em dias alternados Fase de remodelação - atendimentos em dias alternados
Drenagem linfática manual em região lipoaspirada Drenagem linfática manual Drenagem linfática manual
Manipulação leve do tecido conjuntivo caso encontre fibrose Manipulação do tecido conjuntivo nos casos de fibrose
Ultrassom 3Mhz Vacuoterapia ou endermologia nos casos de fibrose
Ultrassom de 3Mhz

Drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia

A técnica é indicada para a retirada do tecido subcutâneo excedente em região de abdômen, por meio de uma incisão suprapúbica com transposição da cicatriz umbilical e sutura dos músculos.

Atenção

Nesta cirurgia específica, a anatomia da região abdominal é modificada de maneira definitiva. Esta técnica também é chamada de drenagem linfática reversa.

Outro ponto importante é que este tipo de paciente não poderá ser posicionado em decúbito dorsal. Logo, a drenagem linfática de tórax posterior será realizada com o paciente em decúbito lateral ou sentado na maca.

Sugestão de protocolo para tratamento estético no pós-operatório de abdominoplastia
Fase inflamatória - atendimento diário Fase proliferativa - atendimento em dias alternados Fase de remodelação - atendimentos em dias alternados
Drenagem linfática manual Drenagem linfática manual Drenagem linfática manual
Ultrassom 3Mhz Ultrassom 3Mhz
Fototerapia Leds, no caso de deiscência da cicatriz Radiofrequência (necessária no caso de flacidez cutânea tardia ou fibrose)
Microcorrentes no caso de deiscência da cicatriz

Drenagem linfática no pós-operatório de braquioplastia

É a cirurgia que remove o excesso de pele dos braços. O profissional de estética objetivará a redução do edema, podendo também utilizar recursos que estimulem a aceleração do processo de cicatrização das incisões.

Figura 8: Indicação de braquioplastia.

Nesta fase, o paciente irá relatar sentir muita dor e limitação funcional, porém a realização da drenagem linfática o ajudará na reabsorção do edema.

Atenção

O profissional de estética deverá ter cuidado durante o pós-operatório deste cliente para não elevar os braços dele em um ângulo de 90 graus, evitando assim o alargamento da cicatriz.

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MÓDULO 3


Analisar a aplicação da eletroterapia à drenagem linfática manual

Neste módulo, você irá compreender como funcionam as principais eletroterapias e sua indicação para o pós-operatório de cirurgias plásticas, com o objetivo de potencializar seus resultados.

Ultrassom

O ultrassom é uma forma de energia acústica, com vibrações inaudíveis e de alta frequência que produzem efeitos fisiológicos térmicos ou atérmicos quando aplicados no corpo humano. Trata-se de um recurso muito utilizado no pós-operatório de lipoaspiração, sendo indicado nos pós imediato e tardio.

O ultrassom também pode ser utilizado para fazer fonoforese (capacidade que o ultrassom tem em permear princípios ativos) no pós-operatório imediato, e o profissional de estética poderá escolher um gel condutor para aplicar na pele. Um bom exemplo seria a escolha do gel com princípio ativo de arnica, pois tem efeito anti-inflamatório, auxiliando assim a reabsorção de edema.

Atenção

No caso de fibrose tardia, recomendamos o uso do ultrassom no modo contínuo, com intensidade alta, pelo seu efeito tixotrópico (capacidade que o ultrassom (US) tem de amolecer estruturas de maior consistência) eficaz para o tratamento de fibroses.

Observe o quadro abaixo com as sugestões de parâmetros utilizados no pós-operatório de lipoaspiração:

PARÂMETROS DO USO DO ULTRASSOM NO PÓS-OPERATÓRIO
PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO COM FIBROSE
MODO PULSADO MODO CONTÍNUO
CICLO DE TRABALHO 50% INTENSIDADE 1,5 W/cm2 até 1,8 W/cm2.
FREQUÊNCIA PULSAÇÃO DE 100 HZ.
INTENSIDADE DE 1,0 W/cm2 até 1,5 W/cm2

Uso da eletroterapia associada à Drenagem Linfática Manual

Fototerapia LEDS (Light Emitting Diode)

A terapia por LED é feita com luzes de comprimento de onda variados. A fotoestimulação decorrente da terapia de luz atua diretamente sobre a célula, alterando sua permeabilidade sobre as mitocôndrias, aumentando a síntese de ATP, de colágeno e elastina.

Observe o quadro abaixo e veja os LEDS indicados para o pós-operatório.

LEDS – PÓS-OPERATÓRIO
VERMELHO BIOESTIMULANTE E REGENERADOR
INFRAVERMELHO ANTI-INFLAMATÓRIO
AZUL OXIGENANTE E CICATRIZANTE
AMBAR AUMENTA O FLUXO DO SISTEMA LINFÁTICO
VERDE ESTIMULA A PROLIFERAÇÃO DE FIBROBLASTOS

Vacuoterapia

A vacuoterapia é uma técnica que promove a sucção da pele, permitindo um incremento na circulação sanguínea superficial. Esse aparelho possui uma bomba que permite, por meio de um equipamento modular, a pressão em unidades de mmHg.

O aparelho vem acompanhado de algumas ventosas específicas, algumas são feitas de vidro. Indicada para tratamento de fibrose, sequelas de queimaduras e estrias.

Figura 9: Modelo ventosa de vidro.

Esta técnica é indicada para o pós-operatório tardio, quando o profissional sentir um cordão de fibrose. Recomenda-se utilizar um óleo de massagem para deslizamento e, em seguida, ligar o equipamento no modo contínuo em uma pressão negativa de até 200 mmHg.

Microcorrentes

Trata-se de um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes elétricas com parâmetros de intensidade na faixa dos microamperes e são de baixa frequência, podendo apresentar correntes contínuas ou alternadas.

Também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation), ela é capaz de reequilibrar o potencial elétrico celular, aumentando a nutrição da pele e a síntese das proteínas colágeno e elastina.

Esta técnica é indicada por seus efeitos cicatrizantes, anti-inflamatórios e antiedematosos.

Formas de aplicação:

Eletrodos fixos

Eletrodos móveis

No caso do eletrodo de silicone, os eletrodos permanecem estáticos, permitindo a passagem da corrente por determinado período escolhido pelo profissional de estética. Geralmente, em pós-operatório, utilizamos por, no mínimo, 20 minutos.

Para o uso de eletrodos tipo bastão, o profissional ficará deslizando os eletrodos fazendo um movimento de vai e vem por, no mínimo, 20 minutos.

Atenção

Quanto aos parâmetros utilizados no pós-operatório, é recomendada a frequência em torno de 100 a 200Hz para o tratamento de estruturas mais superficiais. Sempre observar a marca do equipamento para traçar os parâmetros adequados.

Figura 10: Técnica de microcorrentes.

Radiofrequência

A radiofrequência (RF) é um recurso estético não invasivo, que utiliza ondas eletromagnéticas de alta frequência para produzir calor no tecido cutâneo e subcutâneo. Sua forma de ação (vibração das moléculas de água) é capaz de transformar a energia eletromagnética em energia térmica.

Ao passar pelos tecidos e aumentar a temperatura tissular, a RF faz com que o organismo promova uma vasodilatação, melhorando o trofismo tissular, a reabsorção de líquidos, uma melhora na oxigenação da região que foi aplicada, além de um aumento da drenagem venosa. A temperatura elevada provoca efeito tixotrópico, amolecendo assim as fibroses, podendo ser usada após 2 meses da cirurgia caso não apresente processo inflamatório.

Figura 11: Técnica de radiofrequência.

Atenção

O profissional de estética deverá medir a temperatura da pele durante todo o procedimento, tendo cuidado para que ela não ultrapasse os 40 graus centígrados.

Corrente galvânica

Uma das aplicações características da corrente galvânica está baseada no efeito de iontoforese, que introduz um fármaco no organismo através da pele. Este processo também é conhecido como administração transdérmica, estimulada pela corrente elétrica de baixa intensidade.

Atenção

Para realizar a ionização, o profissional deverá comprar um produto específico para realizar a técnica. Deve estar escrito no rótulo se o produto possui a polaridade do cosmético, assim como por quanto tempo será necessário realizar a ionização para alcançar o efeito terapêutico esperado.

Vejamos o exemplo abaixo:

Paciente XYZ, 42 anos, procurou atendimento estético para um pós-operatório tardio de lipoaspiração com queixa de fibrose em região abdominal. Na anamnese estética, a profissional verificou que foi possível observar as fibroses com a paciente de pé e verificou a ausência de edema quando realizou o teste de Godet.

Passo a passo de atendimento para pacientes com fibrose utilizando eletroterapia para melhorar o aspecto de fibrose, este deve ser realizado de 3 até 5 vezes na semana.

Anamnese corporal.

Higienização da região abdominal.

Ultrassom 3 MHz no modo contínuo, intensidade 2W/cm.

Vacuoterapia nas regiões com fibrose com a pressão negativa de 300MMHg.

Massagem de remodelagem corporal.

Após estudar este tema você deverá ser capaz de entender a técnica de drenagem linfática manual e como ela deve ser aplicada nas principais disfunções estéticas faciais, corporais e no pré e pós-cirúrgico. Além disso, o aluno saberá, se necessário, utilizar as eletroterapias indicadas para cada paciente como complemento do tratamento.

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Conclusão

Considerações Finais

Vimos que a drenagem linfática manual pode ser indicada para disfunção estética, pré e pós-operatório, relaxamento e bem-estar e, ainda, podemos associar à eletroterapia. Cada vez mais as clínicas de estética oferecem drenagem facial e corporal, além de possuírem atendimento em domicílio. Hoje, muito especialistas em drenagem elaboram programas de tratamento com resultados satisfatórios em curto tempo.

Os recursos eletroterápicos - ultrassom, fototerapia, vacuoterapia, microcorrente e radiofrequência - são utilizados a depender da fase do processo inflamatório que o paciente estiver no momento do atendimento. Compreender essas fases é fundamental para garantir as escolhas dos parâmetros corretos que deverão ser programados em cada equipamento, de modo a proporcionar um tratamento de qualidade e sem riscos ao paciente.

Podcast

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Identificou as técnicas de drenagem linfática manual facial e corporal.

Identificou as técnicas de drenagem linfática no pré e pós-operatório.

Analisou a aplicação da eletroterapia à drenagem linfática manual.