Descrição

Explicação da corrente alternada. Fundamentos dos números complexos, suas representações senoidais no tempo e diagramas fasoriais.

PROPÓSITO

Definir os conceitos de corrente alternada a partir da álgebra dos números complexos e sua representação em funções senoidais no domínio do tempo e angular, além dos conceitos de diagramas fasoriais e sua aplicação nas correntes alternadas.

Preparação

Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou use a calculadora de seu smartphone/computador.

OBJETIVOS

Módulo 1

Reconhecer a álgebra dos números complexos

Módulo 2

Calcular as funções senoidais no tempo

Módulo 3

Definir o conceito de diagramas fasoriais

Assista, a seguir, a um vídeo sobre os estudos dos Circuitos de Corrente Alternada.

MÓDULO 1


Reconhecer a álgebra dos números complexos

Assista, a seguir, a um vídeo sobre a álgebra dos números complexos.

O que é número complexo?

O número complexo é o instrumento matemático para a resolução de circuitos em corrente alternada. Ele pode ser definido como par ordenado (x, y) de números reais no plano complexo, ou seja, os números reais x e y são conhecidos como as partes real e imaginária de z, respectivamente. O conceito do número complexo ou imaginário foi criado a fim de podermos representar as raízes quadradas dos números negativos, cujos resultados não fazem parte do conjunto dos números reais.

-2, -10,-49

A unidade imaginária, definida pela letra i dos números complexos na engenharia elétrica, é trocada por j, para não ser confundida com a corrente elétrica. Ela é definida como:

j=-1 ou j2=-1

Portanto, podemos representar a raiz quadrada de um número negativo da seguinte maneira:

-x=jx

Exemplo

Simplifique o número

-18

Solução

-18=-92=3j2

Um número complexo pode ser representado de três formas:

Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.
Cartesiana

z=x+j·y, ou,z=x+jy,

sendo x e y números reais.

O plano cartesiano que representa o número complexo é formado pelo eixo real (abcissa) e o eixo imaginário (ordenada), conforme a figura a seguir.

Figura 1: Forma trigonométrica do número complexo
Forma polar

z=Zϕ, sendo Z o módulo do número complexo z e φ o ângulo dado em radianos ou em graus, também chamado de argumento.

Alguns autores preferem representar o número complexo pela forma

Z˙=Zϕ.

Para transformar a forma cartesiana em polar, utilizamos as seguintes fórmulas:

Z=(x2+y2) e ϕ=arctgyx

Agora, inversamente, de polar para cartesiana, utilizamos:

x=Zcosϕ e y=Zsenϕ

Forma trigonométrica

A partir das fórmulas anteriores, podemos obter a forma trigonométrica:

z=Z·(cosϕ+jsenϕ).

Podemos representar também o número complexo z=x+jy, como z=(x,y),  quando estamos trabalhando no conjunto de números complexos e para simplificar.

Agora vamos ver uns exemplos:

1. Transforme o número complexo z=4+j4 em forma polar e desenhe o plano cartesiano.

Solução:

Primeiro acharemos o valor do módulo do número complexo z, que é dado pela fórmula: Z=(x2+y2).

Temos então:

Z=42+42=42

Agora, obtendo o valor do argumento, ângulo

ϕ=arctgyx, encontramos ϕ=arctg44=45°

Assim, obtemos a forma polar do número complexo:

z=4245°,

e o plano cartesiano é dado por:

2. Transforme o número complexo

z=20-30°

para a forma cartesiana e desenhe o plano cartesiano.

Solução:

Primeiro vamos calcular os valores de x e y, que podem ser encontrados pela fórmula

x=Zcosϕ e y=Zsenϕ.

Temos então:

x=20cos-30x=17,32

 y=20sen-30y=-10

Logo, x=17,32 -j10

Módulo ou valor absoluto

O módulo ou valor absoluto de um número complexo, como já citamos, é representado pela fórmula:

Z=z=x2+y2

O módulo, portanto, é um número real, não negativo. Geometricamente, |z| é a distância entre o ponto (x,y) e a origem, ou o comprimento do vetor radial que representa z.

As seguintes propriedades dos módulos são válidas para todos os complexos:

z1z2=z1z2

z1z2=z1z2, z20

Conjugado de um número complexo

O conjugado de um número complexo é definido pela fórmula:

z*=x-jy ou z*=Z-ϕ

Figura 2: Conjugado de um número complexo

Alguns autores apresentam

z* como z¯

Utilizaremos esse último de agora em diante. As seguintes relações são válidas para o complexo conjugado:

z¯¯=z

z-=z

z1+z2¯=x1+x2-jy1+y2=x1-jy1+x2-jy2=z1¯+z2¯

z1-z2¯=z1¯-z2¯

z1z2¯=z1¯z2¯

A soma de um número complexo com seu conjugado é o número real 2x, e a diferença, o número imaginário 2jy. Podemos verificar isso usando as seguintes fórmulas:

Re=x+jy+x-jy=2x

Im=x+jy-x-jy=2jy

A multiplicação de um número complexo pelo seu conjugado resulta somente em número real, e como podemos verificar no valor ao quadrado do módulo:

z·z*=x+jy·x-jy=x2+y2=z2

Na divisão de números complexos, utiliza-se o conjugado do denominador e multiplica-se pelo numerador e denominador para obter o resultado na forma cartesiana.

Veja um exemplo:

Sendo z1= -1+j e z2= 2-j, obtenha o valor simplificado das seguintes equações:

  1. z1¯+z2¯

  2. z1¯-z2¯

  3. z1z2

  4. z1¯·z2¯

Solução:

Temos o conjugado de z1 e z2:

z1¯=-1-j e z2¯=2+j

  1. z1¯+z2¯=-1-j+2+j=1

  2. z1¯-z2¯=-1-j-2-j=-3-j2

  3. z1z2=-1+j2-j=(-1+j)(2+j)(2-j)(2+j)=-2-j+j2-122+12=-3+j5

  4. z1¯·z2¯=-1-j2+j=-2-j-j2+1=-1-j3

Operações algébricas

A seguir, definiremos algumas operações com números complexos:

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Igualdade

Dois números complexos,

z1=x1,y1, z2=x2,y2

são considerados iguais se as partes reais e imaginárias forem as mesmas:

z1=z2 x1=x2 e y1=y2;

Adição

A soma de dois números complexos nada mais é que somar suas partes reais e imaginárias separadamente.

z1+z2 x1,y1+x2,y2=x1+x2,y1+y2=(x1+x2)+j(y1+y2);

Subtração

A subtração de dois números complexos significa subtrair suas partes reais e imaginárias separadamente.

z1-z2 x1,y1-x2,y2=x1-x2,y1-y2=(x1-x2)+j(y1-y2);

Multiplicação

A multiplicação é feita multiplicando item a item, podendo ser realizada de forma cartesiana ou polar.

z1·z2 x1,y1·x2,y2=x1·x2-y1·y2, x1·y2+y1·x2=

=(x1·x2-y1·y2)+j(x1·y2+y1·x2), ou, z1·z2=Z1·Z2(ϕ1+ϕ2);

Divisão

A divisão, como já vimos, é feita utilizando o conjugado do denominador e multiplicando pelo numerador e denominador. Para a forma cartesiana ou para a polar, deve-se dividir os módulos dos números e subtrair seus argumentos.

z1z2=z1·z2-1(x1·x2+y1·y2x22+y22,y1·x2-x1·y2x22+y22),

ou,z1z2=Z1Z2(ϕ1-ϕ2), z20.

Exemplo:

Considere os seguintes números complexos:

z1=5+j4 e z2=-10+j2

Obtenha:

  1. z1+z2

  2. z1-z2

  3. z1·z2

  4. z1z2

Solução:

a) z1+z2=5+j4-10+j2=5-10+j4+2=-5+j6

b) z1-z2=5+j4--10+j2=5+10+j4-2=15+j2

c) z1·z2=5+j4·-10+j2=-50+j10-j40-8=-58-j30 ou na forma polar
z1·z2=4138,66°·226-191,31°=21066-152,65°

d) z1z2=(5+j4)(-10+j2)=(5+j4)·(-10-j2)(-102+42)= =(-50-j10-j40+8)104=(-42-j50)104=(-21-j25)52 ou na forma polar z1z2=4138,66°226-191,31°=106652229,97°

Os números complexos também seguem algumas dos números reais:

Comutatividade

z1+z2=z2+z1

z1·z2=z2·z1

Associatividade

(z1+z2)+z3=z1+(z2+z3)

(z1·z2)·z3=z1·(z2·z3)

Distributividade

z·(z1+z2)=zz1+zz2

Uma fórmula que pode ser bem útil, e que é válida para os números reais e para os complexos, é a do binômio:

(z1+z2)n=k=0nnkz1kz2n-k (n=1,2,)

Em que

nk=n!k!n-k! (k=0,1,2,,n)

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Mão na Massa

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Teoria na prática

Em um circuito eletrônico, temos que a impedância equivalente do circuito é dado por

z=1+j2Ω, sua tensão U=10V

Determine a corrente do circuito.

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Assista, a seguir, um vídeo sobre números complexos em um circuito elétrico.

Solução

Pela Lei de Ohm temos que

U=z·i

, temos então que a corrente do circuito é igual a:

i=10(1+j2)=10·(1-j2)(1+j2)(1-j2)=10-j2012+22=2-j4

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MÓDULO 2


Calcular as funções senoidais no tempo

Assista, a seguir, a um vídeo sobre funções senoidais no tempo.

O que são correntes alternadas?

Os circuitos elétricos podem ser encontrados com correntes contínuas ou alternadas. As correntes alternadas, que são o interesse deste tema, variam a polaridade e o valor ao longo do tempo, e essa variação pode ocorrer de diversas formas (senoidal, quadrada, triangular etc.). Porém, a forma de onda mais importante e que será apresentada neste módulo é a senoidal.

Uma corrente alternada com esse tipo de forma de onda é chamada de corrente alternada senoidal.

Uma onda senoidal (ou sinal senoidal) é uma onda periódica que repete seu comportamento ao longo do eixo x. Em um circuito elétrico, podemos representar, por exemplo, a tensão senoidal nos domínios temporal e angular.

Podemos verificar pelas figuras que a senoide é sempre nula nos múltiplos inteiros positivos de π, ou seja, pra 0π, 1π, 2π, ..., ∀n ε ℤ, isso ocorre porque o valor da função seno é nula para esses valores.

A onda senoidal

A onda senoidal é produzida quando um condutor é girado em campo magnético, com velocidade constante e densidade de fluxo uniforme.

O condutor na posição 1 move paralelamente ao fluxo e não há tensão induzida nele. Quando o condutor gira da posição 1 para a 2, começa a cortar o fluxo em um pequeno ângulo; portanto, uma pequena tensão é induzida ao condutor. A corrente produzida por essa tensão é indicada pelo ponto , que significa que a corrente está na direção para fora da página.

Assim que o condutor vai girando, o ângulo no qual ele corta o fluxo vai aumentando, até que o condutor se mova perpendicularmente às linhas de fluxo (posição 4). À medida que o condutor se movimenta, menos fluxo é cortado. Quando atinge a posição 7, não há mais tensão induzida, e o primeiro semiciclo positivo da onda senoidal foi produzido.

Quando o condutor deixa a posição 7, o sentido do fluxo é invertido; assim sendo, a polaridade da tensão induzida é invertida e o semiciclo negativo se inicia. Na posição 10, temos o máximo de tensão negativa induzida no condutor. E, quando o condutor retorna à posição original (1), a tensão induzida vai para zero. Assim, o primeiro ciclo é completado e a onda senoidal produzida.

Cada nova rotação do condutor produzirá um novo ciclo da onda senoidal.

Valor de pico e valor de pico a pico

A tensão de pico Vp é a amplitude máxima que a tensão senoidal pode atingir. A amplitude total, por sua vez, é denominada tensão de pico a pico (Vpp), encontrada entre os valores máximos positivo e negativo, ou seja, é um sinal que se alterna entre dois valores. Temos então que Vpp=2Vp.

É preciso tomar cuidado, pois algumas formas de onda em circuitos eletrônicos não são simétricas. Isso quer dizer que os valores de pico positivo e negativo são distintos, portanto, para os casos em que o valor de pico for especificado, deve-se sempre indicar se ele se refere ao pico positivo ou negativo.

Período e frequência

Período é o tempo necessário para a fonte ou função completar um ciclo, ou seja, produzir uma onda completa. Assim sendo, o ciclo é a parte de uma forma de onda que não se repete ou não se duplica. O período é representado pela letra T.

Frequência é o número de vezes que esse ciclo completo se repete no tempo de um segundo. Sua unidade é o hertz (Hz), representado pela letra f. A relação entre período e frequência é representada pela fórmula: f=1T

Você sabia

A distribuição de energia elétrica no Brasil é feita em corrente alternada e na frequência de 60 Hz. Em alguns países da Europa e da América Latina, a frequência utilizada na distribuição da energia elétrica é de 50 Hz.

Representação matemática da onda senoidal

A tensão senoidal pode ser representada matematicamente pelas seguintes fórmulas:

Domínio temporal:

vt=Vpsenωt

Domínio angular:

vθ=Vpsenθ

Sendo:

vt=vθvalor da tensão em volts (V) no instante t ou para o ângulo Θ.

Vp= valor de pico ou amplitude máxima em volts (V).

ω= frequência angular em rd/s.

Θ= ângulo em rd.

Frequência angular (ou velocidade angular)

A frequência angular corresponde à variação do ângulo Θ do sinal em função do tempo.

É representada pela letra ω e pode ser encontrada pela relação Θ=ωt. Quando Θ=2π e t=T, a frequência angular é dada por ω=2πTou ω=2πf.

A frequência angular

(ou velocidade angular)

Segue o exemplo:

Analise o sinal senoidal da figura, indicando a tensão de pico, a tensão pico a pico, o período e a frequência do ciclo, a frequência angular e, por fim, v(t).

Solução:

Pelo gráfico, podemos extrair os seguintes dados:

  • Tensão de pico: 4V
  • Tensão de pico a pico: Vpp=8V
  • Período: T=0,2s

Pelas relações matemáticas, temos:

  • Frequência:

    f=1T=10,2=5Hz

  • Frequência angular:

    ω=2πf=10π rd/s

  • Tensão no domínio do tempo:

    vt=Vpsenωt=5sen10πt

Valor eficaz ou valor RMS

O valor eficaz (ou RMS) de uma onda está relacionado com o calor dissipado em uma resistência, representando, portanto, o valor de uma tensão (ou corrente) contínua que produz a mesma dissipação de potência que a tensão (ou corrente) periódica. É representado pelas seguintes fórmulas:

Irms=1T0Ti2tdtVrms=1T0Tv2tdt

Quando a forma de onda é senoidal, podemos escrever:

Irms=Ip2 e Vrms=Vp2=Vpp22.

Portanto, a potência dissipada em um resistor é dada pela fórmula

P=Vrms·Irms=Vp2·Ip2=Vp·Ip2

ou, como podemos verificar, também é a potência média.

Você sabia

A tensão e a corrente alternada exibidas em multímetros são dadas em valores eficazes.

Fase inicial

Quando um circuito elétrico não inicia o seu ciclo em t=0s, temos que considerar uma fase inicial θ0.

Assim, temos que reescrever a fórmula do domínio do tempo incluindo essa fase, obtendo então

vt=Vpsen(ωt+θ0).

Deve-se considerar θ0 positivo quando o ciclo é adiantado e negativo quando é atrasado.

Acompanhe no exemplo abaixo:

Represente graficamente os sinais senoidais:

  1. vt=20sen10kπt-30°V

  2. vt=5sen2kπt+π/3V

Solução:

a)

f=ω2π=10kπ2π=5kHz

T=1f=15k=0,2ms=200μs

Podemos ver que o sinal está atrasado -30° e, considerando t=0s, encontramos

v0=20sen-30°=-10V.

b)

f=ω2π=2kπ2π=1kHz

T=1f=11k=1ms

Podemos ver que o sinal está adiantado

π3=60° e, considerando t =0s, encontramos v0=5sen60°=4,33V.

Defasagem

Em circuitos elétricos, às vezes temos mais de um sinal senoidal, portanto, utilizamos a defasagem, ou seja, a diferença de fase ∆ϕ entre dois sinais de mesma frequência.

A figura a seguir representa essa defasagem entre duas senoides e também são representadas pelas equações

v1=Vpsenωt e v2=Vpsen(ωt+ϕ).

Podemos verificar que a soma (ω t+Φ) indica que o sinal v2 está adiantado de Φ em relação v1, ou seja, o sinal v2 se inicia antes. Caso seja uma subtração (ω t-Φ), o comportamento é invertido, ou seja, v2 estaria atrasado em relação a v1, portanto, se iniciaria depois.

Exemplo

Seja

v1t=10senωt+π3 e v2t=5senωt-π2

qual a defasagem entre os sinais?

Solução:

θ=-π2-π3=-5π6rd

Portanto, v2 está atrasado de

5π6rd

em relação a v1.

Senoides com seno e cosseno

As senoides podem ser escritas com funções matemáticas cosseno e seno; porém, ao fazermos a análise das funções (sinais), temos que escolher uma única função.

A seguir, são apresentadas as relações trigonométricas entre as duas funções.

  • senωt±180°=-sen(ωt)

  • senωt±90°=±cos(ωt)

  • cosωt±180°=-cos(ωt)

  • cosωt±90°=sen(ωt)

A partir dessas relações, podemos comparar os sinais elétricos.

Exemplo

Transforme o sinal

vt=10senωt+π/3

em uma função cosseno.

Solução:

Temos pelas relações trigonométricas que

vt=10senωt+π3=10cosωt+π3-π2=10cos(ωt-π6).

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Teoria na prática

Um estudante de engenharia está estudando os circuitos de corrente alternada no laboratório de eletrônica básica, por meio de um osciloscópio, e pôde verificar duas ondas senoidais de tensão

v1=5sen(ωt+10°) e v2=10sen(ωt-30°).

Apresente o desenho dessas duas ondas vista pelo estudante e o valor da defasagem entre as duas.

Clique no botão para ver a resolução. Objeto com interação.

Assista, a seguir, a um vídeo sobre defasagem entre tensões senoidais.

Solução:

A defasagem encontrada pelo estudante foi:

ϕ=-30°-10°=-40°

O desenho no osciloscópio visto pelo estudante foi:

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MÓDULO 3


Definir o conceito de diagramas fasoriais

Assista, a seguir, um vídeo sobre conceito de diagramas fasoriais.

Conceito de diagrama fasorial

Uma forma de representar o sinal senoidal é por meio de fasores ou vetores girantes de amplitude igual ao valor de pico (Vp) do sinal e velocidade angular ω. Essa forma de representação é denominada diagrama fasorial.

Pela figura, podemos escrever a tensão senoidal como:

v(t)=Vpsenωt ou v(θ)=Vpsenθ

, ou seja, uma função senoidal.

Diagrama fasorial e valores instantâneos

A partir do diagrama fasorial, podemos calcular os valores instantâneos de tensão para qualquer valor de θ ou ωt.

Pelo diagrama fasorial, podemos calcular (obter) os seguintes valores instantâneos:

  • θ=0°vθ=Vp sen 0°=0;

  • θ=30°vθ=Vp sen 30°=0,5Vp;

  • θ=60°vθ=Vp sen 60°=0,866Vp;

  • θ=90°vθ=Vp sen 90°=Vp;

  • E assim para quaisquer valores de θ.

Fase inicial

O sinal tem uma fase inicial quando um ângulo é formado entre o vetor 0P¯ e a parte positiva do eixo horizontal, no instante inicial t=0.

Consequentemente, o valor instantâneo da tensão é dado agora por:

v(t)=Vpsen(ωt+θ0)

Se o ciclo iniciar adiantado θ0 é positivo, se o ciclo iniciar atrasado θ0 é negativo.

Representação com números complexos

Relembrando

Como vimos no módulo 1, um número complexo pode ser escrito na forma polar, com módulo e fase, da mesma maneira que a representação fasorial.

Ou seja:

Podemos representar o sinal senoidal por um número complexo, sendo a amplitude o módulo e a fase inicial o ângulo do número complexo. Podemos, então, escrever a expressão vt=Vpsenωt+θ0 no formato de números complexos v=Vpθ0=Vpcosθ0+jVpsenθ0.

Exemplo

Escreva, na forma de números complexos, os seguintes sinais senoidais:

a)

vt=20senωt V

b)

vt=5senωt+45°V

Solução:

a)

v=200° V

b)

vt=545°V

Operações com diagrama fasorial e números complexos

As operações matemáticas entre tensões, correntes e potências podem ser realizadas por meio de diagrama fasorial ou números complexos, porém somente as operações básicas, como soma e subtração, são realizadas pelo primeiro método, por causa de suas limitações; portanto, as operações como multiplicação, divisão, entre outras, devem ser realizadas pelos números complexos.

Adição e subtração

O método de adição e subtração das tensões, corrente e potências em formato de números complexos é o mesmo apresentado no módulo 1. Para diagrama fasorial, utiliza-se o método do paralelogramo.

Observe o exemplo abaixo:

Realize a soma dos vetores a seguir pelo diagrama fasorial e por números complexos.

v1=1060°v2=5-30°

Solução:

v1+v2=1060°+5-30°=5+j8,66+4,33-j2,5

v1+v2=9,33+j6,16=11,1833,42°

Multiplicação e divisão entre fasores

No caso de operação de multiplicação e divisão, conforme mencionamos anteriormente, basta utilizar as operações algébricas da forma polar dos números complexos.

Exemplo:

Realizar a multiplicação e a divisão dos vetores a seguir por números complexos.

v1=1060°v2=5-30°

Solução:

Temos, então, pela forma polar:

v1·v2=1060°·5-30°=5030°

v1v2=1060°5-30°=290°

Circuitos resistivos em corrente alternada (CA)

Quando é aplicada uma tensão alternada em uma resistência elétrica, a corrente elétrica produzida possui a mesma forma de onda, frequência e mesma fase de tensão, porém com amplitude que depende dos valores da tensão e da resistência.

Podemos verificar essa relação a seguir.

Sabe-se que

it=vtR

, e pela forma de onda senoidal, temos

vt=Vpsenωt+θ0.

Então,

it=Vpsenωt+θ0Rit=Ipsenωt+θ0,

sendo

Ip=VpR

o valor de pico da corrente.

Podemos verificar, pela representação da forma de onda da tensão e da corrente dos circuitos resistivos em CA, que a resistência elétrica não provoca nenhuma defasagem entre tensão e corrente:

A potência dissipada pela resistência elétrica é obtida pelo produto entre tensão e corrente,

pt=vt·it,

ou em função da resistência

pt=R·i2t=v2tR.

A potência de pico é, portanto, dada por

Pp=Vp·Ip

Relembrando

Como apresentamos no módulo anterior, a potência de um circuito resistivo em CA é dada pela fórmula P=Vrms·Irms=Vp·Ip2.

Podemos, então, representar as tensões e correntes em valores eficazes ou valores de pico.

Valores eficazes:

vrms = Vrmsθ0 e irms = Irmsθ0

Valores de pico:

v=Vpθ0 e i=Ipθ0

Indutor em corrente alternada (CA)

Se aplicarmos uma tensão senoidal em um indutor ideal, a corrente senoidal ficará atrasada 90° em relação à tensão, ou seja,

vt=Vpsenωt  e  it=Ipsen(ωt-90°).

A resistência de um indutor à passagem de corrente alternada é chamada de reatância indutiva, e é dada pela fórmula:

XL=2πfL=ωL

  • XL= reatância indutiva em ohm (Ω)
  • L= indutância da bobina em henry (H)
  • f= frequência da corrente em hertz (Hz)
  • ω= frequência angular da corrente em radianos/segundo (rd/s)

Podemos, então, escrever na forma fasorial

XL=ωL90°=jωL.

Perceba, portanto, que o indutor ideal tem fase 90°, ou seja, tem somente a parte imaginária positiva.

Circuito RL série

O circuito RL série nada mais é que uma indutância em série com um resistor.

A corrente que passa é a mesma para o indutor e o resistor, porém a tensão do indutor, como já vimos, vL é defasada de 90° em relação à corrente, e a do resistor vR está no mesmo eixo, conforme apresentado na figura a seguir.

Podemos, então, verificar que a tensão do gerador v é a soma vetorial de vL e vR, defasado de um ângulo ϕ.

Um termo importante no circuito RL é a impedância indutiva ZL, que nada mais é que a combinação entre R e XL.

Como

XL=vLi=VL90°I0°=jXL

e

R=vRi=VL0°I0°=R

então, podemos escrever a impedância indutiva como

ZL=R+jXL  ou  ZL=R+jωL

Escrevendo sua forma polar:

ZL=R2+XL2 e ϕ=arctgXLR.

Circuito RL paralelo

Neste circuito, temos a impedância equivalente dada pela fórmula:

1ZL=1R+1jXL e ϕ=arctgRXL.

Capacitor em corrente alternada

Quando uma tensão senoidal é aplicada a um capacitor, ao contrário do indutor, a corrente fica adiantada de 90° em relação à tensão, ou seja,

vt=Vpsenωt   e  it=Ipsen(ωt+90°)

A resistência que o capacitor oferece à variação de corrente é chamada de reatância capacitiva e é dada pela fórmula:

XC=12πfC=1ωC

  • Xc= reatância capacitiva em ohm (Ω)
  • C= capacitância do capacitor em farad (F)
  • f= frequência da corrente em hertz (Hz)
  • ω= frequência angular da corrente em radianos/segundo (rd/s)

Podemos escrever na forma fasorial

Xc=1ωC-90°=-j1ωC=1jωC

Perceba, portanto, que o capacitor tem fase -90°, ou seja, tem somente a parte imaginária negativa.

Circuito RC série

O circuito RC série nada mais é que um capacitor em série com um resistor.

A corrente que passa é a mesma para o capacitor e o resistor; porém, a tensão do capacitor, como vimos, vC é defasado de 90° em relação à corrente, e a do resistor vR está no mesmo eixo, conforme apresentado na figura a seguir.

Podemos verificar que a tensão do gerador v é a soma vetorial de vC e vR, defasado de um ângulo ϕ.

Atenção

Um termo importante no circuito RC é a impedância capacitiva ZC, que nada mais é que a combinação entre R e XC.

Como

XC=vCi=VC0°I90°=-jXC

e

R=vRi=VR0°I0°=R

então podemos escrever a impedância indutiva como

ZC=R-jXC ou Zc=R-j1ωC.

Escrevendo sua forma polar:

ZC=R2+XC2 e ϕ=arctg-XCR.

Circuito RC paralelo

Neste circuito, temos a impedância equivalente dada pela fórmula:

1ZC=1R+1-jXC  e  ϕ=-arctgωCR.

Circuito RLC série

O circuito RLC série é composto por um resistor, um indutor e um capacitor, todos ligados em série. Como já vimos, podemos verificar no diagrama fasorial que a tensão no resistor está em fase com a corrente, a tensão do indutor está adiantada 90° e a tensão do capacitor, atrasada em 90° em relação à corrente.

A impedância equivalente do circuito RLC é obtida pela fórmula

Z=R+j(XL-XC) ou Z=R+j(ωL-1ωC)

Escrevendo sua forma polar:

ZC=R2+(XL-XC)2 e ϕ=arctg(XL-XC)R

Podemos classificar esse circuito em três:

Indutivo:

XL>XCϕ>0°

Capacitivo:

XL<XCϕ<0°

Resistivo:

XL=XCϕ=0°

Circuito RLC paralelo

Como vimos, podemos verificar no diagrama fasorial que a corrente no resistor está em fase com a tensão, a corrente do indutor está atrasada 90° e a corrente do capacitor adiantada em 90° em relação à tensão.

Neste circuito, temos que a impedância equivalente dada pela fórmula:

1Z=1R+1jXL+1-jXC   e   ϕ=-arctgR(XL-XC)XLXC.

Capacitivo:

XL>XCϕ<0°;

Indutivo:

XL<XCϕ>0°;

Resistivo:

XL=XCϕ=0°.

icone mão na massa

Mão na Massa

icone teoria na prática

Teoria na prática

Uma fábrica de tecidos tem um gerador que gera uma tensão de 120V e 60Hz, um banco de capacitores de 1mF e cargas resistivas ligadas em paralelo de 10Ω. Qual é o valor da corrente em cada um desses componentes?

Clique no botão para ver a resolução. Objeto com interação.

Assista, a seguir, a um vídeo sobre exemplo de um circuito RC paralelo.

Solução:

Para a resistência, temos a corrente:

iR=vR=1200°10=120°A=12 A

Para o banco de capacitores, a corrente é dada por:

iC=vXC

Precisamos encontrar primeiro o valor de XC. Sabe-se que

XC=12πfC=12π60·1·10-3=2,65Ω

Temos, então, a corrente igual:

iC=vXC=1200°2,65-90°=45,390°A=j45,3A

Verificando o aprendizado

ATENÇÃO!

Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você responda corretamente a uma das seguintes questões:

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Conclusão

Considerações Finais

Aprendemos inicialmente os números complexos e suas propriedades, apresentando as operações algébricas, o módulo ou valor absoluto, além do conjugado de um número complexo.

No segundo módulo, vimos as ondas senoidais e suas características como valor de pico e valor pico a pico, período e frequência, entre outros. Abordamos as representações matemáticas das senoides, assim como os conceitos de fase inicial e defasagem entre sinais.

Por fim, apresentamos os diagramas fasoriais e pudemos demonstrar sua relação com os números complexos. Além disso, compreendemos a utilização dos resistores, indutores e capacitores nos circuitos em corrente alternada, demonstrando-as também em circuitos RC, RL e RLC em série e paralelo.

Podcast

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Aprendeu sobre a álgebra dos números complexos

Identificou as funções senoidais no tempo

Compreendeu o conceito de diagramas fasoriais