Descrição
Explicação da corrente alternada. Fundamentos dos números complexos, suas representações senoidais no tempo e diagramas fasoriais.
PROPÓSITO
Definir os conceitos de corrente alternada a partir da álgebra dos números complexos e sua representação em funções senoidais no domínio do tempo e angular, além dos conceitos de diagramas fasoriais e sua aplicação nas correntes alternadas.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
Módulo 1
Reconhecer a álgebra dos números complexos
Módulo 2
Calcular as funções senoidais no tempo
Módulo 3
Definir o conceito de diagramas fasoriais
Assista, a seguir, a um vídeo sobre os estudos dos Circuitos de Corrente Alternada.
MÓDULO 1
Reconhecer a álgebra dos números complexos
Assista, a seguir, a um vídeo sobre a álgebra dos números complexos.
O que é número complexo?
O número complexo é o instrumento matemático para a resolução de circuitos em corrente alternada. Ele pode ser definido como par ordenado (x, y) de números reais no plano complexo, ou seja, os números reais x e y são conhecidos como as partes real e imaginária de z, respectivamente. O conceito do número complexo ou imaginário foi criado a fim de podermos representar as raízes quadradas dos números negativos, cujos resultados não fazem parte do conjunto dos números reais.
A unidade imaginária, definida pela letra i dos números complexos na engenharia elétrica, é trocada por j, para não ser confundida com a corrente elétrica. Ela é definida como:
Portanto, podemos representar a raiz quadrada de um número negativo da seguinte maneira:
Exemplo
Simplifique o número
Solução
Um número complexo pode ser representado de três formas:
sendo x e y números reais.
O plano cartesiano que representa o número complexo é formado pelo eixo real (abcissa) e o eixo imaginário (ordenada), conforme a figura a seguir.
sendo Z o módulo do número complexo z e φ o ângulo dado em radianos ou em graus, também chamado de argumento.
Alguns autores preferem representar o número complexo pela forma
Para transformar a forma cartesiana em polar, utilizamos as seguintes fórmulas:
Agora, inversamente, de polar para cartesiana, utilizamos:
A partir das fórmulas anteriores, podemos obter a forma trigonométrica:
Podemos representar também o número complexo , como quando estamos trabalhando no conjunto de números complexos e para simplificar.
Agora vamos ver uns exemplos:
1. Transforme o número complexo z=4+j4 em forma polar e desenhe o plano cartesiano.
Solução:
Primeiro acharemos o valor do módulo do número complexo z, que é dado pela fórmula:
Temos então:
Agora, obtendo o valor do argumento, ângulo
, encontramos
Assim, obtemos a forma polar do número complexo:
e o plano cartesiano é dado por:
2. Transforme o número complexo
para a forma cartesiana e desenhe o plano cartesiano.
Solução:
Primeiro vamos calcular os valores de x e y, que podem ser encontrados pela fórmula
Temos então:
Logo,
Módulo ou valor absoluto
O módulo ou valor absoluto de um número complexo, como já citamos, é representado pela fórmula:
O módulo, portanto, é um número real, não negativo. Geometricamente, |z| é a distância entre o ponto (x,y) e a origem, ou o comprimento do vetor radial que representa z.
As seguintes propriedades dos módulos são válidas para todos os complexos:
Conjugado de um número complexo
O conjugado de um número complexo é definido pela fórmula:
Alguns autores apresentam
como
Utilizaremos esse último de agora em diante. As seguintes relações são válidas para o complexo conjugado:
A soma de um número complexo com seu conjugado é o número real 2x, e a diferença, o número imaginário 2jy. Podemos verificar isso usando as seguintes fórmulas:
A multiplicação de um número complexo pelo seu conjugado resulta somente em número real, e como podemos verificar no valor ao quadrado do módulo:
Na divisão de números complexos, utiliza-se o conjugado do denominador e multiplica-se pelo numerador e denominador para obter o resultado na forma cartesiana.
Veja um exemplo:
Sendo z1= -1+j e z2= 2-j, obtenha o valor simplificado das seguintes equações:
Solução:
Temos o conjugado de z1 e z2:
Operações algébricas
A seguir, definiremos algumas operações com números complexos:
Dois números complexos,
são considerados iguais se as partes reais e imaginárias forem as mesmas:
A soma de dois números complexos nada mais é que somar suas partes reais e imaginárias separadamente.
A subtração de dois números complexos significa subtrair suas partes reais e imaginárias separadamente.
A multiplicação é feita multiplicando item a item, podendo ser realizada de forma cartesiana ou polar.
A divisão, como já vimos, é feita utilizando o conjugado do denominador e multiplicando pelo numerador e denominador. Para a forma cartesiana ou para a polar, deve-se dividir os módulos dos números e subtrair seus argumentos.
Exemplo:
Considere os seguintes números complexos:
Obtenha:
Solução:
a)
b)
c)
ou na forma polar
d) ou na forma polar
Os números complexos também seguem algumas dos números reais:
Comutatividade
Associatividade
Distributividade
Uma fórmula que pode ser bem útil, e que é válida para os números reais e para os complexos, é a do binômio:
Em que
Mão na Massa
Teoria na prática
Em um circuito eletrônico, temos que a impedância equivalente do circuito é dado por
Determine a corrente do circuito.
Assista, a seguir, um vídeo sobre números complexos em um circuito elétrico.
Solução
Pela Lei de Ohm temos que
, temos então que a corrente do circuito é igual a:
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MÓDULO 2
Calcular as funções senoidais no tempo
Assista, a seguir, a um vídeo sobre funções senoidais no tempo.
O que são correntes alternadas?
Os circuitos elétricos podem ser encontrados com correntes contínuas ou alternadas. As correntes alternadas, que são o interesse deste tema, variam a polaridade e o valor ao longo do tempo, e essa variação pode ocorrer de diversas formas (senoidal, quadrada, triangular etc.). Porém, a forma de onda mais importante e que será apresentada neste módulo é a senoidal.
Uma corrente alternada com esse tipo de forma de onda é chamada de corrente alternada senoidal.
Uma onda senoidal (ou sinal senoidal) é uma onda periódica que repete seu comportamento ao longo do eixo x. Em um circuito elétrico, podemos representar, por exemplo, a tensão senoidal nos domínios temporal e angular.
Podemos verificar pelas figuras que a senoide é sempre nula nos múltiplos inteiros positivos de π, ou seja, pra 0π, 1π, 2π, ..., ∀n ε ℤ, isso ocorre porque o valor da função seno é nula para esses valores.
A onda senoidal
A onda senoidal é produzida quando um condutor é girado em campo magnético, com velocidade constante e densidade de fluxo uniforme.
O condutor na posição 1 move paralelamente ao fluxo e não há tensão induzida nele. Quando o condutor gira da posição 1 para a 2, começa a cortar o fluxo em um pequeno ângulo; portanto, uma pequena tensão é induzida ao condutor. A corrente produzida por essa tensão é indicada pelo ponto , que significa que a corrente está na direção para fora da página.
Assim que o condutor vai girando, o ângulo no qual ele corta o fluxo vai aumentando, até que o condutor se mova perpendicularmente às linhas de fluxo (posição 4). À medida que o condutor se movimenta, menos fluxo é cortado. Quando atinge a posição 7, não há mais tensão induzida, e o primeiro semiciclo positivo da onda senoidal foi produzido.
Quando o condutor deixa a posição 7, o sentido do fluxo é invertido; assim sendo, a polaridade da tensão induzida é invertida e o semiciclo negativo se inicia. Na posição 10, temos o máximo de tensão negativa induzida no condutor. E, quando o condutor retorna à posição original (1), a tensão induzida vai para zero. Assim, o primeiro ciclo é completado e a onda senoidal produzida.
Cada nova rotação do condutor produzirá um novo ciclo da onda senoidal.
Valor de pico e valor de pico a pico
A tensão de pico Vp é a amplitude máxima que a tensão senoidal pode atingir. A amplitude total, por sua vez, é denominada tensão de pico a pico (Vpp), encontrada entre os valores máximos positivo e negativo, ou seja, é um sinal que se alterna entre dois valores. Temos então que Vpp=2Vp.
É preciso tomar cuidado, pois algumas formas de onda em circuitos eletrônicos não são simétricas. Isso quer dizer que os valores de pico positivo e negativo são distintos, portanto, para os casos em que o valor de pico for especificado, deve-se sempre indicar se ele se refere ao pico positivo ou negativo.
Período e frequência
Período é o tempo necessário para a fonte ou função completar um ciclo, ou seja, produzir uma onda completa. Assim sendo, o ciclo é a parte de uma forma de onda que não se repete ou não se duplica. O período é representado pela letra T.
Frequência é o número de vezes que esse ciclo completo se repete no tempo de um segundo. Sua unidade é o hertz (Hz), representado pela letra f. A relação entre período e frequência é representada pela fórmula:
Você sabia
A distribuição de energia elétrica no Brasil é feita em corrente alternada e na frequência de 60 Hz. Em alguns países da Europa e da América Latina, a frequência utilizada na distribuição da energia elétrica é de 50 Hz.
Representação matemática da onda senoidal
A tensão senoidal pode ser representada matematicamente pelas seguintes fórmulas:
Domínio temporal:
Domínio angular:
Sendo:
valor da tensão em volts (V) no instante t ou para o ângulo Θ.
Vp= valor de pico ou amplitude máxima em volts (V).
ω= frequência angular em rd/s.
Θ= ângulo em rd.
Frequência angular (ou velocidade angular)
A frequência angular corresponde à variação do ângulo Θ do sinal em função do tempo.
É representada pela letra ω e pode ser encontrada pela relação Θ=ωt. Quando Θ=2π e t=T, a frequência angular é dada por
A frequência angular
(ou velocidade angular)
Segue o exemplo:
Analise o sinal senoidal da figura, indicando a tensão de pico, a tensão pico a pico, o período e a frequência do ciclo, a frequência angular e, por fim, v(t).
Solução:
Pelo gráfico, podemos extrair os seguintes dados:
- Tensão de pico: 4V
- Tensão de pico a pico: Vpp=8V
- Período: T=0,2s
Pelas relações matemáticas, temos:
- Frequência:
-
Frequência angular:
-
Tensão no domínio do tempo:
Valor eficaz ou valor RMS
O valor eficaz (ou RMS) de uma onda está relacionado com o calor dissipado em uma resistência, representando, portanto, o valor de uma tensão (ou corrente) contínua que produz a mesma dissipação de potência que a tensão (ou corrente) periódica. É representado pelas seguintes fórmulas:
Quando a forma de onda é senoidal, podemos escrever:
Portanto, a potência dissipada em um resistor é dada pela fórmula
ou, como podemos verificar, também é a potência média.
Você sabia
A tensão e a corrente alternada exibidas em multímetros são dadas em valores eficazes.
Fase inicial
Quando um circuito elétrico não inicia o seu ciclo em t=0s, temos que considerar uma fase inicial θ0.
Assim, temos que reescrever a fórmula do domínio do tempo incluindo essa fase, obtendo então
Deve-se considerar θ0 positivo quando o ciclo é adiantado e negativo quando é atrasado.
Acompanhe no exemplo abaixo:
Represente graficamente os sinais senoidais:
Solução:
a)
Podemos ver que o sinal está atrasado -30° e, considerando t=0s, encontramos
b)
Podemos ver que o sinal está adiantado
e, considerando t =0s, encontramos
Defasagem
Em circuitos elétricos, às vezes temos mais de um sinal senoidal, portanto, utilizamos a defasagem, ou seja, a diferença de fase ∆ϕ entre dois sinais de mesma frequência.
A figura a seguir representa essa defasagem entre duas senoides e também são representadas pelas equações
Podemos verificar que a soma (ω t+Φ) indica que o sinal v2 está adiantado de Φ em relação v1, ou seja, o sinal v2 se inicia antes. Caso seja uma subtração (ω t-Φ), o comportamento é invertido, ou seja, v2 estaria atrasado em relação a v1, portanto, se iniciaria depois.
Exemplo
Seja
qual a defasagem entre os sinais?
Solução:
Portanto, v2 está atrasado de
em relação a v1.
Senoides com seno e cosseno
As senoides podem ser escritas com funções matemáticas cosseno e seno; porém, ao fazermos a análise das funções (sinais), temos que escolher uma única função.
A seguir, são apresentadas as relações trigonométricas entre as duas funções.
A partir dessas relações, podemos comparar os sinais elétricos.
Exemplo
Transforme o sinal
Solução:
Temos pelas relações trigonométricas que
Mão na Massa
Teoria na prática
Um estudante de engenharia está estudando os circuitos de corrente alternada no laboratório de eletrônica básica, por meio de um osciloscópio, e pôde verificar duas ondas senoidais de tensão
Apresente o desenho dessas duas ondas vista pelo estudante e o valor da defasagem entre as duas.
Assista, a seguir, a um vídeo sobre defasagem entre tensões senoidais.
Solução:
A defasagem encontrada pelo estudante foi:
O desenho no osciloscópio visto pelo estudante foi:
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MÓDULO 3
Definir o conceito de diagramas fasoriais
Assista, a seguir, um vídeo sobre conceito de diagramas fasoriais.
Conceito de diagrama fasorial
Uma forma de representar o sinal senoidal é por meio de fasores ou vetores girantes de amplitude igual ao valor de pico (Vp) do sinal e velocidade angular ω. Essa forma de representação é denominada diagrama fasorial.
Pela figura, podemos escrever a tensão senoidal como:
, ou seja, uma função senoidal.
Diagrama fasorial e valores instantâneos
A partir do diagrama fasorial, podemos calcular os valores instantâneos de tensão para qualquer valor de θ ou ωt.
Pelo diagrama fasorial, podemos calcular (obter) os seguintes valores instantâneos:
-
-
-
-
- E assim para quaisquer valores de θ.
Fase inicial
O sinal tem uma fase inicial quando um ângulo é formado entre o vetor e a parte positiva do eixo horizontal, no instante inicial t=0.
Consequentemente, o valor instantâneo da tensão é dado agora por:
Se o ciclo iniciar adiantado θ0 é positivo, se o ciclo iniciar atrasado θ0 é negativo.
Representação com números complexos
Relembrando
Como vimos no módulo 1, um número complexo pode ser escrito na forma polar, com módulo e fase, da mesma maneira que a representação fasorial.
Ou seja:
Podemos representar o sinal senoidal por um número complexo, sendo a amplitude o módulo e a fase inicial o ângulo do número complexo. Podemos, então, escrever a expressão no formato de números complexos .
Exemplo
Escreva, na forma de números complexos, os seguintes sinais senoidais:
a)
b)
Solução:
a)
b)
Operações com diagrama fasorial e números complexos
As operações matemáticas entre tensões, correntes e potências podem ser realizadas por meio de diagrama fasorial ou números complexos, porém somente as operações básicas, como soma e subtração, são realizadas pelo primeiro método, por causa de suas limitações; portanto, as operações como multiplicação, divisão, entre outras, devem ser realizadas pelos números complexos.
Adição e subtração
O método de adição e subtração das tensões, corrente e potências em formato de números complexos é o mesmo apresentado no módulo 1. Para diagrama fasorial, utiliza-se o método do paralelogramo.
Observe o exemplo abaixo:
Realize a soma dos vetores a seguir pelo diagrama fasorial e por números complexos.
Solução:
Multiplicação e divisão entre fasores
No caso de operação de multiplicação e divisão, conforme mencionamos anteriormente, basta utilizar as operações algébricas da forma polar dos números complexos.
Exemplo:
Realizar a multiplicação e a divisão dos vetores a seguir por números complexos.
Solução:
Temos, então, pela forma polar:
Circuitos resistivos em corrente alternada (CA)
Quando é aplicada uma tensão alternada em uma resistência elétrica, a corrente elétrica produzida possui a mesma forma de onda, frequência e mesma fase de tensão, porém com amplitude que depende dos valores da tensão e da resistência.
Podemos verificar essa relação a seguir.
Sabe-se que
, e pela forma de onda senoidal, temos
Então,
sendo
o valor de pico da corrente.
Podemos verificar, pela representação da forma de onda da tensão e da corrente dos circuitos resistivos em CA, que a resistência elétrica não provoca nenhuma defasagem entre tensão e corrente:
A potência dissipada pela resistência elétrica é obtida pelo produto entre tensão e corrente,
ou em função da resistência
A potência de pico é, portanto, dada por
Relembrando
Como apresentamos no módulo anterior, a potência de um circuito resistivo em CA é dada pela fórmula
Podemos, então, representar as tensões e correntes em valores eficazes ou valores de pico.
Valores eficazes:
Valores de pico:
Indutor em corrente alternada (CA)
Se aplicarmos uma tensão senoidal em um indutor ideal, a corrente senoidal ficará atrasada 90° em relação à tensão, ou seja,
A resistência de um indutor à passagem de corrente alternada é chamada de reatância indutiva, e é dada pela fórmula:
- XL= reatância indutiva em ohm (Ω)
- L= indutância da bobina em henry (H)
- f= frequência da corrente em hertz (Hz)
- ω= frequência angular da corrente em radianos/segundo (rd/s)
Podemos, então, escrever na forma fasorial
Perceba, portanto, que o indutor ideal tem fase 90°, ou seja, tem somente a parte imaginária positiva.
Circuito RL série
O circuito RL série nada mais é que uma indutância em série com um resistor.
A corrente que passa é a mesma para o indutor e o resistor, porém a tensão do indutor, como já vimos, vL é defasada de 90° em relação à corrente, e a do resistor vR está no mesmo eixo, conforme apresentado na figura a seguir.
Podemos, então, verificar que a tensão do gerador v é a soma vetorial de vL e vR, defasado de um ângulo ϕ.
Um termo importante no circuito RL é a impedância indutiva ZL, que nada mais é que a combinação entre R e XL.
Como
e
então, podemos escrever a impedância indutiva como
Escrevendo sua forma polar:
Circuito RL paralelo
Neste circuito, temos a impedância equivalente dada pela fórmula:
Capacitor em corrente alternada
Quando uma tensão senoidal é aplicada a um capacitor, ao contrário do indutor, a corrente fica adiantada de 90° em relação à tensão, ou seja,
A resistência que o capacitor oferece à variação de corrente é chamada de reatância capacitiva e é dada pela fórmula:
- Xc= reatância capacitiva em ohm (Ω)
- C= capacitância do capacitor em farad (F)
- f= frequência da corrente em hertz (Hz)
- ω= frequência angular da corrente em radianos/segundo (rd/s)
Podemos escrever na forma fasorial
Perceba, portanto, que o capacitor tem fase -90°, ou seja, tem somente a parte imaginária negativa.
Circuito RC série
O circuito RC série nada mais é que um capacitor em série com um resistor.
A corrente que passa é a mesma para o capacitor e o resistor; porém, a tensão do capacitor, como vimos, vC é defasado de 90° em relação à corrente, e a do resistor vR está no mesmo eixo, conforme apresentado na figura a seguir.
Podemos verificar que a tensão do gerador v é a soma vetorial de vC e vR, defasado de um ângulo ϕ.
Atenção
Um termo importante no circuito RC é a impedância capacitiva ZC, que nada mais é que a combinação entre R e XC.
Como
e
então podemos escrever a impedância indutiva como
Escrevendo sua forma polar:
Circuito RC paralelo
Neste circuito, temos a impedância equivalente dada pela fórmula:
Circuito RLC série
O circuito RLC série é composto por um resistor, um indutor e um capacitor, todos ligados em série. Como já vimos, podemos verificar no diagrama fasorial que a tensão no resistor está em fase com a corrente, a tensão do indutor está adiantada 90° e a tensão do capacitor, atrasada em 90° em relação à corrente.
A impedância equivalente do circuito RLC é obtida pela fórmula
Escrevendo sua forma polar:
Podemos classificar esse circuito em três:
Indutivo:
Capacitivo:
Resistivo:
Circuito RLC paralelo
Como vimos, podemos verificar no diagrama fasorial que a corrente no resistor está em fase com a tensão, a corrente do indutor está atrasada 90° e a corrente do capacitor adiantada em 90° em relação à tensão.
Neste circuito, temos que a impedância equivalente dada pela fórmula:
Capacitivo:
Indutivo:
Resistivo:
Mão na Massa
Teoria na prática
Uma fábrica de tecidos tem um gerador que gera uma tensão de 120V e 60Hz, um banco de capacitores de 1mF e cargas resistivas ligadas em paralelo de 10Ω. Qual é o valor da corrente em cada um desses componentes?
Assista, a seguir, a um vídeo sobre exemplo de um circuito RC paralelo.
Solução:
Para a resistência, temos a corrente:
Para o banco de capacitores, a corrente é dada por:
Precisamos encontrar primeiro o valor de XC. Sabe-se que
Temos, então, a corrente igual:
Verificando o aprendizado
ATENÇÃO!
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Conclusão
Considerações Finais
Aprendemos inicialmente os números complexos e suas propriedades, apresentando as operações algébricas, o módulo ou valor absoluto, além do conjugado de um número complexo.
No segundo módulo, vimos as ondas senoidais e suas características como valor de pico e valor pico a pico, período e frequência, entre outros. Abordamos as representações matemáticas das senoides, assim como os conceitos de fase inicial e defasagem entre sinais.
Por fim, apresentamos os diagramas fasoriais e pudemos demonstrar sua relação com os números complexos. Além disso, compreendemos a utilização dos resistores, indutores e capacitores nos circuitos em corrente alternada, demonstrando-as também em circuitos RC, RL e RLC em série e paralelo.
Podcast
CONQUISTAS
Você atingiu os seguintes objetivos:
Aprendeu sobre a álgebra dos números complexos
Identificou as funções senoidais no tempo
Compreendeu o conceito de diagramas fasoriais