Descrição

Apresentação do escopo de atuação profissional do engenheiro.

PROPÓSITO

Conhecer as várias perspectivas de atuação profissional do engenheiro, proporcionando-lhe visão abrangente para o seu posicionamento no mercado.

OBJETIVOS

Módulo 1

Identificar as potencialidades de atuação como engenheiro em projetos e em gestão

Módulo 2

Identificar as potencialidades de atuação como engenheiro na academia e na pesquisa

Módulo 3

Identificar as possibilidades e restrições de atuação no mercado de trabalho

Módulo 4

Identificar aspectos regionais que caracterizam problemas e oportunidades na atuação como engenheiro

Introdução

ESCOPO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO

AVISO

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades

MÓDULO 1


Identificar as potencialidades de atuação como engenheiro em projetos e em gestão

O engenheiro projetista e o engenheiro gestor

Projeto e gestão

É praticamente impossível um engenheiro não atuar em projetos ou na área de gestão durante a carreira. A própria demanda por soluções de engenharia acaba incluindo atuação em projetos e atividades de gestão. Considerando tal importância, podemos aprofundar a abordagem dessas áreas de atuação.

A atuação do engenheiro está ligada a soluções práticas de problemas na sociedade. Não é como o físico ou como o matemático que podem agir na “ciência pela ciência”, ou seja, que, na busca de entendimento de fenômenos ou desdobramentos de teorias, podem atuar descompromissados com solução de problemas práticos da sociedade. Daí a necessidade de os engenheiros trabalharem em projetos.

Mas o que é “projeto”?

Na língua portuguesa, a palavra projeto tem pelo menos duas conotações que se destacam. Tomando como referência a língua inglesa, duas palavras são traduzidas para o português como “projeto”:

Design
Project

Por isso, é necessário sabermos distinguir essas duas conotações de projeto na língua portuguesa.

Atuação em projeto como tradução de project

A palavra inglesa project, além de “projeto”, tem o mesmo radical de algumas outras palavras em português. O verbo “projetar” pode ter a conotação de “levar à frente” alguma coisa. Por exemplo, podemos dizer que um projetor multimídia “leva à frente” uma imagem luminosa para algum anteparo. Outra palavra na língua portuguesa é o substantivo “projetil”, muitas vezes conhecido popularmente como “bala” de alguma arma de fogo: as armas de fogo utilizam munições, e uma munição é composta de uma cápsula e um projetil; a cápsula contém pólvora, estopim e o projetil; uma vez acionado o estopim, ele queima a pólvora, que expulsa o projetil da cápsula devido à expansão dos gases (explosão). O projetil “vai à frente” dirigido pelo cano da arma.

Saiba mais

Tanto o verbo “projetar” como o substantivo “projetil” possuem o significado de “levar à frente” alguma coisa. Esse é o primeiro significado importante para termos em mente ao pensarmos sobre as possibilidades de atuação dos engenheiros em projetos.

Quando se utiliza a palavra “projeto” no sentido de “levar algo à frente”, essa pode ser utilizada em associação a diferentes atividades desempenhadas por vários tipos de profissionais. Quando se fala em “levar algo à frente”, normalmente se quer dizer que alguém precisa “fazer algo acontecer”.

Exemplo

O lançamento de um produto no mercado. Para “levar à frente” um produto até o mercado, um projeto se torna necessário. Nesse sentido, um projeto trata do planejamento de tarefas que culminarão no objetivo almejado, o produto lançado no mercado.

Organizar tarefas inclui sequenciamento e programação de atividades. Sequenciamento diz respeito à ordem relativa entre as atividades; programação, ao momento em que cada uma delas deverá ser desempenhada segundo o planejamento do projeto.

Portanto, segundo essa conotação, um projeto se caracteriza por ter início, meio e fim específicos em um calendário.

Atividades de projeto que se caracterizam por organizar atividades para realizar determinado objetivo não são atividades restritas a engenheiros. Os administradores, os profissionais de marketing e muitos outros também trabalham com projetos dessa natureza. Muitas vezes, esse tipo de projeto é associado à área de gestão. Metodologias para gerenciamento de projetos auxiliam os profissionais no planejamento, na execução e no controle desse projeto.

O Instituto de Gerenciamento de Projetos norte-americano (Project Management Institute – PMI) é uma referência metodológica por meio da edição do Corpo de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Project Management Body of Knowledge – PMBOK).

Os engenheiros atuam em projetos caracterizados pela organização de atividades para alcançarem objetivos no planejamento, na execução e no controle. Uma forma de se referir aos objetivos é dizer que os projetos têm produtos ou resultados. Nessa abordagem, as atividades do projeto ao “lançarem à frente” um produto, estão associadas ao caminho a ser percorrido, ou seja, ao modo como chegar no objetivo ou produto.

Os caminhos podem ser diferentes, o método escolhido pode ser diferente. Uma vez que as características daquilo que se quer (o produto) estejam bem definidas, as atividades que culminam na obtenção do produto podem variar. Assim, os engenheiros atuam em projetos dessa natureza conduzindo o plano na direção da obtenção dos produtos esperados.

Atuação em projeto como tradução de design

Além do sentido da palavra “projeto” como “lançar à frente” um produto (project), a outra palavra na língua inglesa traduzida para o português como “projeto” é a palavra design. O sentido original está associado a “conceber” alguma coisa. Assim como o projeto (project) está associado ao modo como um produto deve ser lançado; o projeto (design) está associado a “o que” é este produto, ou seja, design diz respeito às especificações do produto. Antes que algo seja “lançado à frente”, ele precisa estar descrito em especificações. O produto precisa ser concebido, precisa ser gerado.

Essa conotação de projeto está bem perto daquilo que é a identidade da engenharia: conceber “engenhos” que atendam às necessidades da sociedade. Projeto, nesse sentido, é muito mais do que gestão de atividades. Pode-se dizer que o nível de responsabilidade é maior, visto que, se algo for concebido de forma errada, não adianta nada lançar no prazo um produto que não consiga suprir as necessidades do cliente que demandou uma solução.

Clique na figura abaixo. Objeto com interação.

O trabalho com projeto (design) se assemelha à definição do DNA de um organismo na área de biologia. Qualquer mudança em uma letra no sequenciamento (como pode ser visto nesta imagem que exemplifica uma sequência de DNA) é capaz de mudar completamente o comportamento do ser vivo. As engenharias em suas várias especialidades se encarregam de dar suas contribuições com especificações associadas às áreas de conhecimento, o que envolve citação de normas nacionais e internacionais, tanto relativas a características do produto quanto a procedimentos de teste durante o desenvolvimento.

Muitas vezes, os limites de tolerância aceitáveis são importantes nas especificações. Particularmente, em projetos de um sistema que envolve desenvolvimento simultâneo de subsistemas e vários componentes, a definição de limites de tolerância das partes afeta a montagem e o funcionamento dos subsistemas e do sistema como um todo.

Atuação em projetos

Numa perspectiva ampla, a atuação profissional do engenheiro em projetos acontece tanto na condução de atividades de gestão quanto nas associadas a especificações de produtos. Quando nos referimos a produtos, não consideramos somente aqueles tangíveis, mas também os intangíveis (serviços).

Veja a diferença entre projeto e processo:

Projeto (project)

É caracterizado pelo encadeamento de atividades que visam a consecução de objetivos específicos estabelecidos em seu escopo. Normalmente, essas atividades são desempenhadas e não se repetem.

Processo

Caracteriza-se pela repetição de atividades. Uma vez delineado um caminho que visa à obtenção de um produto que é demandado com frequência, a repetição dessas atividades que geram os tais produtos caracterizam o que chamamos de processo.

Os engenheiros atuam na definição de processos e todo processo antes de ser instituído foi projetado por alguém. As atividades repetitivas normalmente são testadas como processo-piloto para inclusão de eventuais ajustes. A atuação do engenheiro é importante tanto durante as especificações de produtos como de processos, assim como em todas as outras correspondentes atividades associadas a planejamento, execução e controle.

Atuação em gestão

Os profissionais da área de engenharia são essencialmente técnicos. No entanto, a fim de serem capazes de conduzir suas atividades objetivando dar soluções para as demandas da sociedade, necessariamente também precisam ser gestores. As competências necessárias para a atuação estritamente técnica geralmente estão associadas ao raciocínio lógico-matemático no uso de vários métodos e a ferramentas aprendidas em disciplinas teóricas e práticas nos cursos de graduação.

Quanto às competências associadas à capacidade de gestão, apesar de disciplinas teóricas e práticas nas graduações servirem de base, sua consolidação mínima normalmente ocorre durante as vivências profissionais experimentadas. Considerando as múltiplas inteligências necessárias, ao se tratar de competências para gestão, a inteligência interpessoal se destaca como imprescindível.

Normalmente, o engenheiro-gestor atua em vários níveis durante a carreira. É comum a distinção entre os níveis de gestão em:

Nível operacional

Nível tático

Nível estratégico

Conheça cada um destes níveis:

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Atuação na gestão operacional

Assim que o engenheiro inicia sua carreira, é bem comum que suas atividades ligadas à gestão estejam restritas ao nível operacional. A gestão operacional engloba desde as atividades sob responsabilidade pessoal do engenheiro até atividades de execução associadas a trabalhos realizados em grupos. Muitas vezes, mesmo que ainda no nível júnior na carreira, o engenheiro recém-formado pode assumir chefia de equipes técnicas responsáveis pela execução de tarefas em projetos e/ou processos.

A responsabilidade técnica se destaca na atuação no nível operacional de gestão. Frequentemente, profissionais de nível técnico de formação desempenham atividades sob responsabilidade técnica de engenheiros. A capacidade de liderança em equipes pode ser um diferencial. A posição hierárquica de chefia nem sempre é suficiente para harmonizar o trabalho de uma equipe. Não é somente necessário decidir sobre assuntos estritamente técnicos no grupo, mas as decisões gerenciais envolvem alocação de pessoas, solução de conflitos entre elas e a manutenção do bem-estar geral da equipe com foco no desempenho de suas funções.

Aparentemente, essas intervenções não seriam necessárias se fôssemos considerar um mundo ideal, onde todas as pessoas não tivessem problemas pessoais, fossem completamente focadas e competentes no desempenho daquilo que são responsáveis. Porém, o mundo real é diferente: As pessoas vão para o trabalho acompanhadas de problemas pessoais, podem ter lacunas ainda não identificadas em suas respectivas formações profissionais e, muitas vezes, possuem problemas de relacionamento uns com os outros. Uma simples imposição do organograma mostrando como funciona a hierarquia não é suficiente para conduzir a equipe para o desempenho das atividades. Uma gestão de liderança se faz necessária mesmo nesse nível operacional.

Atuação na gestão tática

O nível tático de gestão é considerado o nível intermediário entre o operacional e o estratégico e está associado à média gerência. O engenheiro atua no nível tático normalmente quando começa a progredir na carreira assumindo chefia de laboratório e/ou de seções. Nesse nível, muitas vezes as atividades de planejamento e controle se destacam.

A fim de que os recursos necessários para o funcionamento adequado do laboratório ou seção sejam encomendados com a devida antecedência, é necessário planejar. A questão orçamentária também se faz bem presente nesse nível de planejamento. Diante de possíveis incertezas relativas às demandas e/ou disponibilidade de recursos, a atuação gerencial tática busca contornar as dificuldades controlando e replanejando oportunamente o trabalho.

É importante salientar que apesar de atuar no nível tático, é bastante natural que o engenheiro, já experiente, também acabe gerindo atividades do nível operacional ocasionalmente.

Atuação na gestão estratégica

O nível estratégico de gestão normalmente está sob responsabilidade de engenheiros seniores. A gestão estratégica pode estar associada a várias camadas na estrutura organizacional de uma empresa. Já em um nível avançado na carreira como chefe de divisão, departamento ou diretoria (ou até mesmo presidência), o engenheiro atua definindo os rumos ou setor específico da organização. A gestão estratégica está associada à visão e à missão da organização.

A atuação do engenheiro como gestor da estratégia inclui avaliar todo o conjunto de ações táticas e operacionais sob sua responsabilidade. Tudo o que está planejado e/ou em execução está alinhado com os objetivos estratégicos organizacionais? Essa pergunta deve ser feita todo o tempo. A responsabilidade na condução de um setor ou mesmo de toda a organização pode estar nas mãos de um engenheiro. O planejamento estratégico é importantíssimo para auxiliar o gestor no desempenho de sua função.

Na posição estratégica de gestão, o engenheiro não somente trata de problemas internos, mas também de problemas que envolvem todo o ambiente no qual se encontra. Essa visão ampla se faz necessária para avaliar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças na gestão.

A atuação do engenheiro em atividades de projeto e de gestão ocorre com muita frequência. A capacitação proporcionada em disciplinas curriculares presenciais em sala de aula são importantes para dar fundamentos teóricos para os futuros engenheiros, porém as atividades associadas à vivência profissional, seja em estágios supervisionados ou não, complementam a formação das competências necessárias para a atuação do engenheiro nessas funções.

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MÓDULO 2


Identificar as potencialidades de atuação como engenheiro na academia e na pesquisa

Qual é a importância das contribuições da engenharia na pesquisa?

Academia

Ao abordarmos as possibilidades de atuação dos profissionais engenheiros, encontramos com muita frequência tais profissionais trabalhando em ensino e pesquisa. Na verdade, o chamado “estado da arte” ou “da técnica” nas engenharias somente é viabilizado por meio do viés inquiridor dos pesquisadores, cientistas e professores.

Os projetos pedagógicos dos cursos das engenharias, apesar de terem diferenças consideráveis nos períodos mais avançados, devido às especificidades de cada engenharia, na descrição das disciplinas nos períodos básicos, normalmente são muito parecidos. Nos períodos básicos, os alunos têm acesso às disciplinas das áreas de exatas (matemática, física, química e outras) como também algumas associadas às outras áreas de conhecimento.

A iniciação científica é estimulada, e assim desde cedo é possível vislumbrar a importância das pesquisas básicas e aplicadas para a evolução do conhecimento e da técnica associadas às engenharias.

As contribuições das engenharias para a ciência e para a tecnologia

As palavras ciência e tecnologia costumam ser utilizadas em conjunto.

Mas o que é ciência? O que é tecnologia?

Muitas pessoas utilizam essas palavras como se fossem sinônimos, mas não são. É bem verdade que muitas vezes se costuma atuar simultaneamente com ciência e com tecnologia, mas o correto entendimento de cada uma dessas palavras se faz necessário para que possamos observar suas respectivas importâncias para as engenharias. Ciência é saber “o porquê” das coisas, porém, o caminho para se estabelecer tal entendimento deve estar baseado na chamada metodologia científica. A área de conhecimento que estuda a Ciência é a Epistemologia.

Saiba mais

Segundo a Epistemologia, distinguir aquilo que é crença, sem comprovação científica, daquilo que é aceito como verdade se faz necessário. A metodologia científica apresenta caminhos para que pesquisas possam ser conduzidas e resultem em conclusões cientificamente aceitas pela comunidade mundial. Esse é o caminho a ser utilizado para a expansão das fronteiras do conhecimento. Nem tudo o que é verdade é conhecido da humanidade. Que bom que há muito ainda para ser descoberto!

Os métodos científicos se baseiam no caminho lógico entre pressupostos e comprovações de suposições, ou entre premissas e comprovações de hipóteses. A fim de que seja possível comprovar uma suposição de pesquisa ou de pressupostos, um caminho é se basear em experimentos. A repetibilidade dos resultados dos experimentos por alguém que utilize o mesmo método experimental divulgado em uma pesquisa científica deve acontecer conforme o relato do método na pesquisa. As técnicas estatísticas auxiliam na coleta e tratamento de dados e informações obtidas.

E o que é tecnologia?

A ciência está associada a “saber o porquê” das coisas, a tecnologia está associada a “saber como” fazer as coisas. O foco é a utilidade. Muitas técnicas funcionam mesmo que ninguém ainda tenha conseguido explicar pela ciência os mecanismos e a lógica para tal funcionamento. Por outro lado, a ciência muitas vezes avança na condução de teorias lógicas aceitáveis sobre coisas possíveis de serem feitas ou existirem, que ainda ninguém descobriu como fazer ou experimentar. Muitas teorias surgem e somente são comprovadas séculos depois de enunciadas.

Você sabia

A história mostra que os alquimistas nos primórdios da química trabalhavam exaustivamente em experimentos, misturando substâncias em proporções distintas e verificando os resultados das reações observadas. Muitos eram motivados esperando conseguir produzir ouro a partir de elementos não tão nobres.

O empirismo é caracterizado pelas experimentações. Métodos empíricos muitas vezes são utilizados para desenvolvimento de tecnologias, ou seja, por meio de experimentações organizadas e documentadas se consegue de repente descobrir “como fazer” algo de forma inédita. Geralmente, uma vez descoberto “como fazer” algo, a técnica descoberta é guardada com muito zelo devido ao seu potencial valor comercial.

Atuação dos engenheiros na academia

A academia é o ambiente propício para se trabalhar em ensino e pesquisa. No Brasil, o Ministério da Educação organiza e regula os cursos nos diversos níveis de ensino, desde o fundamental, passando pelo ensino médio até o ensino superior. Neste último, a participação do engenheiro se dá de forma bastante intensa. A academia é o berço e a referência dos engenheiros. É lá que os engenheiros são “gerados”. Não se trata simplesmente de transferência de conhecimentos de uma geração para outra. Além do intenso fluxo de conhecimentos, é na academia que cursos de especialização e de pós-graduação, lato sensu e stricto sensu ocorrem.

Saiba mais

Pós-graduação no Brasil se distinguem em mestrado e doutorado (stricto sensu — “em sentido específico”) e especializações (que podem ser consideradas apenas especializações ou lato sensu — “em sentido amplo”, dependendo da duração e necessidade de trabalho no final do curso). Alguns cursos enquadrados como lato sensu, muitas vezes, são conhecidos como Master of Business Administration - MBA.

As especializações se distinguem dos cursos de mestrado e de doutorado pela quantidade bem menor de horas de duração dos cursos, e porque nos mestrados se exige pesquisa orientada e dissertação no final do curso, assim como nos doutorados são exigidas pesquisa orientada e tese. Neste caso, na tese deve estar incluída alguma característica de ineditismo, que é avaliada por banca de doutores competentes da respectiva área.

A academia é um sistema aberto, ou seja, não se fecha para a comunidade científica nacional e mundial, pelo contrário. A academia existe num ambiente em que a publicação dos resultados das pesquisas realizadas é muito incentivado. Os veículos utilizados para divulgar as pesquisas acadêmicas são periódicos, revistas nacionais e internacionais, nos quais se discutem assuntos “da fronteira do conhecimento”, isto é, as mais recentes ideias e descobertas científicas são discutidas nesses fóruns.

O grande objetivo é a qualidade daquilo que está surgindo como novo conhecimento. Uma vez os conhecimentos validados pela comunidade internacional, por exemplo, maior a certeza na adoção daquilo que surge como novo conhecimento. Apesar de a academia incluir ensino e pesquisa, vamos nos deter detalhadamente na consideração sobre a atuação do engenheiro na academia, observando apenas as contribuições relativas ao ensino.

O ensino superior nas engenharias é formado por um corpo docente na maioria composto por engenheiros. As disciplinas específicas dos cursos, normalmente ofertadas após o ciclo básico, são as que mais se precisa de docentes engenheiros. Difícil encontrar algum docente com expertise teórico e prático para lecionar disciplinas específicas que não seja um engenheiro daquela especialidade. Muito contribuem os físicos, os químicos e os matemáticos lecionando disciplinas oferecidas no ciclo básico. Docentes advogados, administradores e de outras áreas também costumam lecionar nos cursos de engenharia, mas a maioria dos docentes possui graduação e/ou pós-graduação nas engenharias.

Apesar de não ser uma exigência absoluta e unânime entre todas as instituições de ensino, a admissão de docentes nos cursos de engenharia pressupõe que o candidato tenha pós- graduação stricto sensu, ou seja, seja mestre ou doutor. Algumas vezes, devido à escassez de professores com tais titulações acadêmicas, especialistas são admitidos.

A composição do corpo docente não é somente um assunto de foro interno na instituição. Por conta das regras estabelecidas para avaliação de cursos pelo Ministério da Educação, as IES devem manter em seu quadro docente um elevado percentual de mestres e doutores para que sejam bem avaliadas por ocasião de uma visita do MEC.

Atuação dos engenheiros na pesquisa

Como já observado quando falamos sobre a importância da ciência e da tecnologia, os profissionais engenheiros atuam intensamente em ambas as áreas. Pesquisas são fundamentais para o desenvolvimento das engenharias, entretanto, é preciso lembrar que pesquisa não se faz somente na academia.

O “negócio” nuclear nas engenharias é cooperar para a solução de problemas práticos da sociedade. Infelizmente, no Brasil, apesar de muito pesquisarmos, poucas patentes são geradas. E efetividade das pesquisas estaria justamente representada no número de patentes geradas, o que não tem ocorrido. As patentes são aceitas quando se consegue vislumbrar aplicações práticas de invenções. Tais aplicações práticas estão associadas à geração de riquezas para a nação.

A academia busca, em primeiro lugar, a formação de recursos humanos competentes. O mercado de trabalho deveria absorver pesquisadores gerados na academia para atuarem nas indústrias. Assim, os pesquisadores atuariam em pesquisa e desenvolvimento dentro das indústrias, objetivando a geração de produtos inovadores de alto valor agregado.

Em muitos países desenvolvidos, esta percepção da necessidade de as indústrias investirem em pesquisa e desenvolvimento é bem resolvida. Infelizmente, no Brasil, não. Poucas indústrias percebem os benefícios advindos de investimentos nessas áreas. Não é algo simples de dosar: os investimentos normalmente envolvem o desenvolvimento de laboratórios equipados com equipamentos “de ponta” para a condução das pesquisas. Além de serem caros os investimentos, as incertezas sobre os resultados nas pesquisas, às vezes, acabam não convencendo a maioria dos empresários.

Existem exceções, no entanto. Algumas instituições, públicas ou privadas, investem em pesquisa e desenvolvimento buscando inovações em produtos e em processos. Os engenheiros são fundamentais na condução dessas pesquisas aplicadas. Normalmente, engenheiros com cursos de pós-graduação nos níveis mestrado e doutorado são admitidos nessas instituições que não necessariamente desenvolvem atividades acadêmicas.

Apesar das incertezas associadas aos resultados almejados, as pesquisas não são planejadas “no escuro”. Uma vez que determinada empresa dispõe de recursos adequados, ou seja, orçamento para custeio, laboratórios equipados e pessoal competente para conduzir pesquisas, projetos de pesquisa muitas vezes não tão ambiciosos podem ser conduzidos com baixa probabilidade de insucesso.

Para tal, as metodologias de gestão de projetos normalmente indicam a necessidade de estudos de viabilidade técnica e econômica para trabalhar as questões de custo-benefício-prazos nos projetos que envolvem pesquisa e desenvolvimento. Como já mencionado, muitas vezes o foco é a obtenção de melhorias em processos. Vantagens competitivas podem ser obtidas quando se consegue otimizar recursos de produção de forma a produzir algo mais barato que os concorrentes.

O ambiente de pesquisa no qual os engenheiros se inserem, normalmente, é multidisciplinar, com participação de múltiplas engenharias e de profissionais de diversas outras áreas correlatas à demanda específica que motiva a pesquisa. Geralmente, o governo federal fomenta pesquisas em instituições privadas, buscando alavancar a evolução de determinada área de conhecimento no país. Fomentos orientados a desenvolvimento e/ou manutenção de infraestrutura laboratorial são frequentes.

Outra característica frequente nos ambientes de pesquisa é a prática de convênios entre laboratórios e incubação de startups em centros de pesquisa e/ou universidades. A união e o compartilhamento de pesquisadores e de infraestrutura laboratorial muitas vezes promovem o avanço em determinadas áreas que seria muito difícil ou impossível de ocorrer caso as pesquisas fossem realizadas de forma separada. São ambientes de trabalho compartilhado onde todos ganham.

A atuação do engenheiro em ensino e pesquisa é bastante útil para a manutenção e para o desenvolvimento das engenharias e, consequentemente, da sociedade. A ciência e a tecnologia estarão sempre evoluindo no mundo, quer estejamos envolvidos ou não no provimento de soluções de engenharia em prol de desenvolvimento. Se não acompanharmos as constantes evoluções, estaremos marginalizados com relação às potencialidades de geração de riquezas para o nosso país.

É importante participar de ações de pesquisa e desenvolvimento na academia e na indústria. Mesmo que muitas vezes não sejamos os protagonistas, os benefícios advindos das participações sempre compensam.

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MÓDULO 3


Identificar as possibilidades e restrições de atuação no mercado de trabalho

Qual é o escopo de atuação profissional do engenheiro?

Possibilidades e restrições

A atuação do engenheiro já foi abordada com ênfase em projetos, gestão, academia e pesquisa.

Mas o que mais o engenheiro pode fazer? Quais são os limites para a sua atuação?

O contexto de nossas discussões envolve todas as especialidades nas engenharias. Não é o caso aqui tratar de todas as particularidades de cada área. Vamos nos ater àquilo que é comum em todas elas, e se for o caso, destacamos alguma particularidade de determinada engenharia.

O engenheiro e o mercado de trabalho

A atuação do engenheiro, assim como de qualquer profissional, depende das demandas pelo seu serviço. É verdade que nem sempre as opções por determinada profissão ou por outra se baseiam simplesmente em “vocação”. A empregabilidade na profissão deve e é considerada. No caso das engenharias, quais são as demandas da sociedade para os serviços altamente especializados dos engenheiros? É importante se fazer uma distinção entre as demandas formais de empregabilidade em organizações e as demandas associadas à atuação autônoma. A visão de mercado no sentido amplo, não somente nacional, mas também internacional, é essencial.

Saiba mais

O mercado nas engenharias, assim como em qualquer área, é bastante dinâmico. Se observarmos a história recente, poderemos ver que as demandas por profissionais varia muito no tempo. Algumas profissões passam a ser mais demandadas do que outras devido a várias conjunturas econômicas, políticas e sociais. Outras vezes, é simplesmente devido à evolução tecnológica em determinada área que acaba tendo repercussões no mercado de trabalho.

Assim como em qualquer mercado, estar sempre pesquisando as suas tendências é essencial para que se possa ter uma mínima capacidade de inferência sobre o futuro. Muito além da obtenção de diplomas, o desafio de se capacitar continuamente para não perder oportunidades no mercado deve ser algo a considerar. Uma percepção tardia pode incompatibilizar a oportunidade.

O engenheiro empreendedor

Empreendedorismo é uma palavra “da moda”. É algo que atualmente se busca enfatizar — no mínimo uma opção a ser considerada. Entretanto, é uma opção que requer muitos cuidados para que se tenha maiores chances de êxito. A formação das competências necessárias para alguém ser um empreendedor de sucesso não se restringe à capacitação em disciplinas de caráter informacional.

Saiba mais

As variáveis envolvidas no estabelecimento de um novo negócio são bastantes diversificadas, assim como a necessidade de processamento de informações do mercado e dos vários sistemas políticos, administrativos e financeiros que o envolvem. Por isso, muitas vezes, o empreendedor se cerca de outras pessoas que possuem a mesma visão empreendedora e juntos planejam, validam e executam o plano do novo empreendimento. Quando se cogita a possibilidade de atuar na engenharia como empreendedor, normalmente o que mais justifica tal intenção é a existência de uma ideia inovadora ou uma percepção de nichos de mercado ainda não explorados em determinado contexto.

Nichos de mercado são identificados quando se percebe que na relação oferta-demanda há espaço para ser ocupado, isto é, ao se considerar os específicos provedores de demanda num mercado, é possível perceber eventuais lacunas, seja por falta de qualidade do produto/serviço ofertados pelos concorrentes, seja pela simples inexistência de alguém para suprir a demanda específica.

Como nosso foco é destacar as possibilidades de atuação dos profissionais das engenharias, o que destaca os engenheiros no mercado é o apelo tecnológico das propostas de soluções que normalmente está associado a inovações. Transformar ideias em projetos de produtos/serviços bem-sucedidos é algo que os engenheiros empreendedores devem estar focados.

O sucesso dos projetos de empreendedorismo (“lançar à frente” o empreendimento) está associado à originalidade da ideia (projeto do produto — concepção) em determinado mercado-alvo e à capacidade de gestão de tudo aquilo relacionado à execução do projeto específico. Não basta a ideia ser genial, é importante que os caminhos escolhidos para transformar a ideia em empreendimento rentável sejam os melhores possíveis.

Vale sempre a pena lembrar de pelo menos duas frases: “o ótimo é inimigo do bom” e “tempo é dinheiro”. Oportunidade é um fator essencial. A otimização e o excesso de perfeccionismo podem fazer sucumbir uma ótima ideia. Uma ideia que se torna um negócio tardio no mercado pode já chegar obsoleta.

Modelo de sistema produção-mercado a ser considerado

Para melhor explorar a questão das possibilidades de atuação das engenharias, convém considerar um modelo de sistema produção-mercado com o qual se pode analisar qualquer tipo de negócio. O modelo se baseia em três funções essenciais:

Função
produção

Função
marketing

Função desenvolvimento de produtos/serviços

Apesar de nascer no âmbito da engenharia de produção, o modelo se aplica a todas as engenharias. A ideia é simples: tudo tem origem e destino no mercado.

As ofertas suprem demandas e demanda é tudo aquilo que o mercado precisa, algo que varia no tempo. Suas necessidades, os problemas da sociedade a serem resolvidos. Essa é a base para entendimento do modelo, o que também pode ser auxiliado pela imagem a seguir:

Modelo de produção-mercado.

A função marketing diz respeito à capacidade de ler e interpretar o mercado.

É um caminho de mão dupla. Estimular uma demanda no mercado também é algo que pode ser feito. O monitoramento de mercado deve acontecer independentemente de se ter uma estrutura formal de marketing numa empresa. É uma ação que pode ser desempenhada por engenheiros ou por outros profissionais.

A função desenvolvimento de produtos/serviços é a função que pensa e concebe o produto do futuro.

Enquanto a função produção se encarrega de dar respostas oportunas ao mercado com o provimento de produtos/serviços demandados, normalmente, alguém se encarrega de projetar os novos produtos (e consequentemente os novos processos) necessários para o suprimento das novas demandas identificadas.

Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
Atuação em projetos e pesquisas

Geralmente ocorre na função desenvolvimento de produtos/serviços, algo que já foi explorado.

Atuação em marketing

Ocorre sem necessariamente que o engenheiro ocupe formalmente um posto de trabalho associado a marketing na estrutura organizacional, mas no dia a dia em ações diretas ou indiretas com os clientes. Comunicar-se com os demandantes das soluções de engenharia, antes, durante e depois das soluções terem sido implementadas é essencial.

O Planejamento e Controle da Produção (PCP) atua como interface entre as funções marketing e produção. O PCP equilibra a produção para que ela produza na medida certa. Por isso é preciso ter a justa sensibilidade do mercado, saber onde está e para onde está indo, com o objetivo evitar dois erros extremos:

Produzir aquilo que o mercado não precisa (estoque).

Não produzir em quantidades suficientes aquilo que o mercado precisa (desabastecimento).

A função produção é aquela que sustenta a organização e que “toca” (faz acontecer) o negócio.

São os processos produtivos em funcionamento contínuo entregando “as encomendas” de produtos/serviços para o mercado. É justamente aí que encontramos muitas outras possibilidades de atuação para os engenheiros.

Possibilidades de atuação na produção

Uma vez introduzido o modelo de produção-mercado, no qual as três funções essenciais aparecem ao observarmos a dinâmica das organizações, resta falar com mais detalhes sobre as possibilidades de atuação dos profissionais engenheiros na função produção. Uma abordagem é enxergar a produção como um conjunto de processos interconectados. Dependendo do tipo de produto/serviço particular, alguns processos têm maior ou menor relevância em determinado contexto.

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Atuação em processos de manutenção

Independente da especialidade nas engenharias, os processos produtivos precisam de manutenção. Ações para garantir a confiabilidade na produção são necessárias. Em algumas áreas, como na engenharia mecânica, as demandas por manutenção são mais aparentes e tangíveis. Em outras, quando o que se entende por “falha” não estiver estritamente associado a peças mecânicas, como em produção na indústria química e/ou farmacêutica, provimento de serviços digitais na área de telecomunicações ou quaisquer outros serviços (normalmente no contexto da engenharia de produção), as demandas por manutenção e consequentes ações não são tão aparentes. Nem sempre é necessário possuir pós-graduação em engenharia de manutenção para trabalhar na área. O engenheiro graduado geralmente migra para a área de manutenção e à medida que precisa, vai se atualizando.

Atuação na área financeira

Além do engenheiro de produção — cuja oferta é mais frequente —, muitos outros profissionais das demais áreas de engenharia acabam trabalhando na área financeira. Talvez, o que justifique a procura por engenheiros para desempenharem funções nessa área seja a sólida formação matemática e a prática de lidar com problemas reais nas engenharias. Bancos, instituições financeiras e de seguros costumam contratar engenheiros para esse tipo de trabalho “com números”. A competência em trabalhar com probabilidades e estatísticas também é muito apreciada nesse mercado, incluindo a área atuarial (que se dedica à aplicação dos cálculos matemáticos às operações financeiras, especialmente para avaliar seguros).

Atuação em processos logísticos

A logística é uma área multidisciplinar que visa assegurar a disponibilidade de itens em hora, quantidades e condições certas. Apesar de não ser uma área exclusiva para o engenheiro, a logística absorve muitos profissionais das engenharias. A área de pesquisa operacional surgiu neste contexto de proporcionar soluções para problemas logísticos. Otimização de rotas, minimização de custos e problemas associados a redes de distribuição são exemplos de demandas para a atuação da engenharia.

Possibilidades de atuação em outros processos nas várias funções

A relação das possibilidades de atuação do engenheiro é bastante extensa devido à versatilidade do perfil profissional. Convém lembrar como um bom referencial dessas possibilidades o que o sistema CONFEA/CREA enumera como 18 atividades de competência do engenheiro previstas na Resolução n° 218, de 29 de junho de 1973:

Arraste para os lados. Arraste para os lados.

1. Supervisão, coordenação e orientação técnica.

2. Estudo, planejamento, projeto e especificação.

3. Estudo de viabilidade técnico-econômica.

4. Assistência, assessoria e consultoria.

5. Direção de obra e serviço técnico.

6. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico.

7. Desempenho de cargo e função técnica.

8. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica, extensão.

9. Elaboração de orçamento.

10. Padronização, mensuração e controle de qualidade.

11. Execução de obra e serviço técnico.

12. Fiscalização de obra e serviço técnico.

13. Produção técnica e especializada.

14. Condução de trabalho técnico.

15. Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção.

16. Execução de instalação, montagem e reparo.

17. Operação e manutenção de equipamento e instalação.

18. Execução de desenho técnico.

No rol dessas atividades, encontramos atuações na função produção, nas funções marketing e desenvolvimento de produtos/serviços, assim como naquelas já foi vistas nas atuações em projeto, gestão, academia e pesquisa.

Destacamos, nesse rol, a atividade número 10: padronização, mensuração e controle de qualidade. A participação dos profissionais engenheiros na área de qualidade é bastante significativa. Normalmente, para que determinada organização se destaque no mercado e se mantenha competitiva, ela deve atingir a excelência em tudo aquilo que faz. A capacitação obtida nos cursos de engenharia, com visão tanto técnica quanto gerencial, abordando ciências exatas e ciências humanas, torna os engenheiros aptos para o suprimento dessa demanda no mercado.

Limitações

Após considerarmos as muitas possibilidades de atuação dos profissionais engenheiros no mercado e sua altíssima versatilidade de atuação em várias áreas, ainda existem limitações?

Sem considerarmos o óbvio, como “não deve realizar cirurgias” ou algo semelhante, algumas áreas podem ser consideradas “cinzentas”, nem tão brancas, nem tão pretas, que causem alguma dúvida. Algumas vezes, essa indefinição leva a decisões judiciais.

Exemplo

Inicialmente, a arquitetura estava ligada às engenharias no sistema CONFEA/CREA, mas profissionais da arquitetura resolveram se separar e hoje têm o próprio conselho (Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU/BR). Naturalmente, a formação desse novo conselho se deu por conta de disputas entre as classes dos engenheiros civis e os profissionais de arquitetura. São áreas notadamente próximas. Uma vez estabelecidos os limites, tanto os arquitetos quanto os engenheiros podem entender quais são as restrições impostas sobre suas respectivas atuações.

Da mesma forma, muitas disputas ocorrem quando existem profissionais em mais de uma área capacitados para atuarem em determinada tarefa. Conflitos ocorrem pela disputa de emprego. As respectivas entidades de classe acabam tomando partido, muitas vezes em busca de alguma decisão judicial que assegure exclusividade para a atuação. As possibilidades de atuação dos profissionais das engenharias são enormes. A demanda por serviços de engenharia, apesar de sofrer oscilações no mercado devido à saúde da economia no tempo, continua sendo alta dentro das perspectivas e possibilidades de crescimento de nosso país.

Seja como autônomo no negócio que planejou empreender, seja como funcionário numa empresa estatal ou privada, o engenheiro é um bem precioso para o desenvolvimento da economia, e os problemas que demandam a intervenção das engenharias não param de surgir. Cabe aos profissionais das engenharias “arregaçarem as mangas” e partirem para o trabalho.

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MÓDULO 4


Identificar aspectos regionais que caracterizam problemas e oportunidades na atuação como engenheiro

Onde estão as oportunidades nos diversos setores econômicos para a minha área?

Características regionais das demandas para atuação de engenheiros

As demandas pelos serviços de engenharia estão associadas aos problemas na sociedade. Apesar de podermos identificar quase todos os mesmos tipos de demanda em todo o território nacional, com certeza a frequência e as características próprias não são as mesmas em todas as regiões. As instituições de ensino superior, ao redigirem seus respectivos projetos pedagógicos de curso, devem incluir uma contextualização do “perfil do egresso” observando as características regionais, compatibilizando a proposta do curso para suprir a determinada região de profissionais qualificados, atendendo as demandas específicas na região.

Essa abordagem pode ser aplicada em diversos níveis de setorização regional, como dentro do estado, numa respectiva cidade ou até mesmo em um bairro. O Brasil tem dimensões continentais. As características geográficas, o perfil dos setores atuantes na economia, o nível de escolaridade da população, recursos naturais etc., definem um perfil específico de necessidade de profissionais engenheiros para cada região. Em algumas circunstâncias, é possível “prever” um aquecimento da economia que impacta diretamente algumas áreas das engenharias.

Saiba mais

Obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Pré-Sal e investimentos em infraestrutura para a Copa do Mundo 2014 e a Olimpíada de 2016 são exemplos históricos de fatores impulsionadores de atividades de engenharia. De modo geral, existe um grau de previsibilidade de aumento de demanda de profissionais das engenharias relacionado às perspectivas de investimentos em diversos setores da economia.

Segundo Formiga (2010), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que a engenharia exerce um poder multiplicador na sociedade ao conduzir inovação na indústria e demais setores econômicos. Como numa reação em cadeia, o trabalho das engenharias acaba impactando e alavancando vários outros setores que se servem de suas soluções e as complementam e/ou apoiam.

A demanda por engenheiros depende de vários fatores, incluindo a composição da economia nas regiões, as tendências de crescimento econômico, a localização dos polos produtivos e o grau de maturidade e desenvolvimento de tecnologias no país. A tendência de crescimento populacional, a imigração e os deslocamentos entre as regiões também devem ser considerados nas projeções de demanda pelos serviços das engenharias. Como em qualquer outro esforço para compatibilizar certo equilíbrio entre oferta e demanda (já discutido quando falamos sobre as funções marketing e produção no módulo anterior, no papel do Planejamento e Controle da Produção), se faz necessário contabilizar os estoques, ou seja, o que se pode dizer que se tem disponível (quantidades versus tempo).

Atenção

Uma consideração adicional a ser feita é que os “recursos” profissionais graduados em engenharia não são exclusivos, ou seja, muitos diplomados podem estar trabalhando em outras áreas ou mesmo estar sem ocupação. Como em qualquer mercado em que se tem liberdade, a oferta/demanda se equilibra impulsionada pelas melhores percepções de atratividade.

Um estudo divulgado na revista Pesquisa e Planejamento Econômico (PPE) do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) tratou de mapear e fazer projeções de demanda por engenheiros por categoria, setor e microrregião brasileiras (SOUZA e DOMINGUES, 2014). Apesar dos dados coletados na pesquisa não serem tão recentes, o estudo fez previsões até o ano de 2023. Além das informações pelo próprio IPEA, foram utilizadas também informações de pesquisas similares e da Relação Anual de Informações (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.

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O estudo aborda também a dinâmica que ocorre nas movimentações entre profissionais no mercado de trabalho. Uma das formas de se explicar o comportamento dessa dinâmica é considerar incompatibilidades regionais, que se caracterizam quando trabalhadores não estão dispostos a se deslocar para cidades ou regiões onde existe oferta de emprego. Este elemento é muito importante para ser considerado no Brasil: dependendo da atratividade de determinada região ou cidade, mesmo com oferta formal de vagas para engenharias, pode haver escassez de profissionais em determinada região, enquanto em outra pode haver estoque de trabalhadores disponíveis.

É possível que políticas regionais de incentivo possam repentinamente tornar potencialmente mais atrativo um local e isso motivar um deslocamento em prol de suprimento da demanda por engenheiros. A escassez de trabalhadores poderá sempre coexistir com desemprego. Às vezes não é questão de quantidade, mas de qualidade.

As discussões sobre esse tema, percepções sobre a atuação dos profissionais engenheiros em âmbito regional no Brasil, aborda as possibilidades de distribuição com base em dados históricos. Conforma já afirmado, os dados de referência utilizados na publicação já comentada (SOUZA e DOMINGUES, 2014) foram obtidos no Ministério do Trabalho e Emprego, no documento Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2010.

Você sabia

A RAIS é um documento administrativo de âmbito nacional, de preenchimento obrigatório para todos os estabelecimentos no país com cinco ou mais empregados, que reúne as informações para monitorar as dinâmicas no mercado de trabalho. Também serve para controlar os registros relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), as contribuições e benefícios relacionados à Previdência Social e aos pagamentos de abono salarial. A RAIS está organizada com informações da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e do Código Brasileiro de Ocupações (CBO).

Segundo IPEA (2014), dentre treze categorias pesquisadas (segundo classificação CBO), as que mais empregavam em 2010 eram:

Engenheiros Civis (34%).

Eletricistas e Eletrônicos (16%).

Engenheiros de Produção (15%).

Mecânicos (14%).

As outras engenharias aparecem com percentuais menores. Em outra tabulação, agora por setores em percentuais de engenheiros contratados, destacam-se os seguintes:

Construção (16%).

Serviços Prestados às Empresas (15%).

Administração Pública e Seguridade Social (10%).

O estudo apresenta informações sobre concentrações de engenheiros nos estados. Em 2010, São Paulo despontava com 36% do total de engenheiros, seguido pelo Rio de Janeiro (14%) e Minas Gerais (11%). O estudo também apresenta tabulações por cidades. Nesse caso, a cidade de São Paulo detinha 17% do total, seguida pela cidade do Rio de Janeiro (10%) e Belo Horizonte (7%).

A partir dos dados históricos, o estudo utiliza um modelo de prospecção que trabalha com cenários macroeconômicos de referência prospectando até 2023. O cenário inclui Produto Interno Bruto (PIB), consumo das famílias, investimento, consumo do governo, exportações, importações e emprego (crescimento percentual ano a ano).

Além disso, são feitas simulações que capturam desvios setoriais e regionais dos investimentos, calibrados de acordo com informações de projeções e anúncios de investimentos coletados em diversas fontes: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Planos Plurianuais (PPAs) Estaduais, entre outras.

As projeções de crescimento apresentaram os estados do Amazonas e Pará se destacando na Região Norte. Na Região Nordeste, o estado da Bahia se destaca, seguido por Ceará e Pernambuco. Na Região Centro-Oeste, Mato Grosso e Goiás.

Os estudos prosseguem com muitas outras informações fornecidas pelo modelo, mas demonstram, de forma geral, que a concentração regional do emprego em ocupações típicas de engenharia está diretamente relacionada à estrutura produtiva de cada região, tornando heterogêneas as demandas por esses profissionais.

Tal diversidade combinada à variedade e à localização dos investimentos previstos para a economia brasileira resulta no aumento da demanda de formações específicas em engenharia, principalmente aquelas ligadas à indústria extrativa e a setores tecnológicos, como engenheiros mecânicos, de produção, qualidade, segurança, químicos, eletricistas, eletrônicos, metalurgistas e de minas.

De posse dessas informações, tanto históricas quanto nos estudos prospectivos, cada engenheiro ou aluno em formação pode melhor planejar suas decisões relacionadas ao modo e onde exercer a profissão.

Identificação de problemas e oportunidades na atuação

A atuação profissional do engenheiro necessariamente está associada à identificação e solução de problemas. Sob várias perspectivas, as diferentes engenharias podem eventualmente colaborar nas soluções de problemas afetos às áreas específicas. Ao tratarmos a questão associada à atuação das engenharias nas várias regiões do Brasil, estaremos em busca de identidades regionais ou regiões vocacionadas a demandas específicas de algumas engenharias.

Onde eu posso melhor atuar na minha área específica de engenharia? Como posso identificar oportunidades de atuação no território nacional?

Ou então...

É verdade que as mesmas técnicas e ferramentas usadas na identificação de problemas específicos (já num contexto de estar trabalhando na busca de uma solução específica) podem ter muita utilidade na busca por essas respostas?

É possível utilizar ferramentas tipo o gráfico de Pareto ou a análise de causa raiz para melhor desenhar um “mapa de demanda” atual de sua engenharia?

Nessa discussão, vamos nos valer de alguns dados históricos e estatísticos.

Saiba mais

Gráfico de Pareto, também conhecido como diagrama de Pareto, é uma das 7 ferramentas da qualidade na linha de produção. Utiliza-se esse gráfico para que sejam focalizados os esforços na melhoria dos projetos. A análise de causa raiz é uma metodologia na qual se busca identificar a causa raiz de um problema, para que seja proposta a melhor solução possível.

Assim como já abordado, características regionais das demandas para atuações de engenheiros, a identificação de problemas e oportunidades pode ser feita por regiões, microrregiões, estados, cidades etc. Dependendo do setor observado, nichos específicos podem ser identificados, arranjos produtivos locais (APL) ou outro tipo/fator de atratividade relacionado a demandas para as engenharias.

A fim de explorarmos melhor as potenciais oportunidades regionais de aplicação das engenharias, vamos considerar a distribuição dos arranjos produtivos locais no Brasil. Os APLs são grupos de empresas localizadas em um mesmo território que apresentam produção especializada e mantêm vínculos de interação, articulação, cooperação e aprendizagem entre si e possivelmente com outros atores locais. Esses APLs podem estar associados a governo, empresas, instituições de ensino, como também à pesquisa ou outros.

Esse fenômeno da concentração de empreendimentos de um mesmo setor produtivo em determinada região geográfica é estudado no Brasil e no mundo. O mesmo fenômeno é referido como arranjo produtivo local, sistema produtivo local ou até mesmo é utilizada a palavra inglesa cluster (grupo, aglomeração). A expressão mais difundida no Brasil é arranjo produtivo local.

Você sabia

Devido à necessidade de articulação das ações governamentais para o apoio integrado aos arranjos produtivos locais, foi instituído pela Portaria Interministerial n° 200, de 2 de agosto de 2004, o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), envolvendo 23 instituições governamentais e não governamentais. No ano seguinte, foram integradas mais 10 instituições (Portaria Interministerial n° 331, de 24 de outubro 2005).

Posteriormente, foram alterados alguns de seus representantes por meio de portarias do MDIC: n° 187, de 31 de outubro de 2006; n° 106, de 28 de abril 2008; e n° 133, de 16 de junho de 2010. Em 2011, novos nomes foram inseridos, conforme Portaria Ministerial n° 167, de 29 de junho 2011. A coordenação era realizada pelo antigo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Coordenação-Geral de Programas Especiais, órgão da Secretaria do Desenvolvimento e Competitividade Industrial daquele Ministério. Uma vez extinto o MDIC em 2019 (Lei n° 13.844, de 18 de junho de 2019), as funções do antigo Ministério foram atribuídas ao atual Ministério da Economia.

Segundo o Observatório Brasileiro, os APLs estão classificados em 44 setores produtivos, dentre os quais se destacam alguns com maior intensidade de atividades relacionadas às engenharias. No setor de Aeroespacial/Defesa, existem APLs no estado de São Paulo e Rio Grande do Sul (Polo de Defesa de Santa Maria). O APL “Aeroespacial e Defesa de São José dos Campos” se destaca.

Cerca de 104 empresas com aproximadamente 15 mil funcionários compõem o APL nas seguintes especializações voltadas ao segmento aeroespacial:

Manufatura & Estruturas de Aeronaves Pequenas e Médias

Design e Engenharia

Serviços & Consultoria especializados no segmento aeroespacial

Sistemas Eletrônicos

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No setor de Construção Civil, existem polos em vários estados. No Rio de Janeiro, o polo “Areias de Piranema” (extração de areia – 37 empresas); no Rio Grande do Norte, o polo “Cadeia Produtiva da Construção Civil”; no Acre, Pernambuco e Tocantins, polos denominados “Construção Civil”; e no Espírito Santo, o polo “Construção Civil da Região Metropolitana” (3.720 empresas com 56.100 empregados).

O setor de Construção Naval está presente nos estados do Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. O APL “Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro” se destaca com produtos e serviços associados à caldeiraria pesada; máquinas e equipamentos industriais; motores e turbinas, peças e acessórios específicos; artigos pirotécnicos; munição naval; gerenciamento de projetos de construção naval e reparos; sistemas navais; e, serviços marítimos (publicações náuticas, levantamentos hidrográficos, dragagens, docagens, perícias etc.).

No setor Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), destaca-se no estado de São Paulo o polo “Polo Cosmético de Diadema e Região” com 175 empresas e 6.112 funcionários. Os produtos e serviços estão associados às áreas de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, fornecedores de matéria-prima (soluções e componentes químicos, fragrâncias etc.), embalagens (primárias, secundárias e sachês), serviços de consultoria, formação e capacitação técnica.

Vários outros polos podem ser observados dentre os 44 setores produtivos cadastrados no Observatório Brasileiro de APL. As oportunidades de atuação em cada engenharia não estão necessariamente associadas a somente determinado setor, visto que tecnologias trabalhadas nas engenharias possuem ampla aplicação em diversos setores. A identificação de oportunidades é mais bem obtida em pesquisas específicas relacionadas a determinada aplicação de tecnologia.

A dinâmica do mercado é tamanha, que é bem possível que desde a edição até a leitura deste texto, algo novo tenha surgido e oportunidades adicionais tenham aparecido. O governo federal é um grande promotor de oportunidades para as engenharias. Obras outrora adormecidas podem ganhar fôlego subitamente, fomentando determinadas áreas, e o ambiente global da economia é outro fator de destaque nessa dinâmica. Além de todos os cenários regionais desenhados, ao serem observados o passado, o presente e o futuro, na prática, cada indivíduo tem preferências particulares que podem culminar em decisões também muito particulares.

O importante é estar sempre pesquisando.

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Conclusão

Considerações Finais

Como vimos, a versatilidade inerente ao engenheiro lhe proporciona ampla atuação em diversos setores da economia. Ora atuando como pesquisador, ora como gestor, o engenheiro trabalha com projetos e pesquisas em empresas ou na academia, sempre buscando o aprimoramento de suas capacitações.

Os engenheiros são preparados para o desenvolvimento de soluções para vários problemas na sociedade. A busca pelo domínio da ciência e da técnica não se encerra no final do curso de graduação. Durante toda a carreira, a pesquisa aplicada se faz necessária para que os obstáculos no caminho das soluções possam ser contornados e transpostos.

O entendimento do mercado é essencial para o sucesso da profissão, tanto para a correta compreensão das demandas específicas pelos serviços de engenharia em curso quanto para o planejamento da carreira em si. Além das atuações mais corriqueiras em projetos, gestão, academia e pesquisa, várias outras oportunidades podem ser observadas quando se pesquisa o mercado em constante mutação.

O Brasil é um país de dimensões continentais. As variedades na geografia, na cultura e no clima proporcionam ampla distribuição territorial das atividades econômicas. Cabe a cada indivíduo observar o cenário atual e prospectar os vindouros para poder escolher onde e quando atuar na prática de sua especialidade como engenheiro.

Podcast

Confira o podcast para enriquecer o seu conhecimento sobre a Atuação Profissional do Engenheiro.

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Identificou as potencialidades de atuação como engenheiro em projetos e em gestão.

Identificou as potencialidades de atuação como engenheiro na academia e na pesquisa.

Identificou as possibilidades e restrições de atuação no mercado de trabalho.

Identificou aspectos regionais que caracterizam problemas e oportunidades na atuação como engenheiro.