Descrição

Apresentação e caracterização das regiões biogeográficas e dos biomas do mundo – terrestres e aquáticos –, com foco nos biomas brasileiros.

PROPÓSITO

Conhecer as diferentes regiões biogeográficas e alguns biomas dessas regiões para compreensão da organização da vida na Terra e identificação dos fatores ambientais – clima, relevo, solo –, da vegetação e da fauna característicos de tais biomas, além dos impactos antrópicos de ameaça aos biomas e a importância desses biomas para a vida terrestre.

OBJETIVOS

Módulo 1

Identificar as regiões biogeográficas e os biomas do mundo

Módulo 2

Descrever os biomas brasileiros

Módulo 3

Caracterizar os biomas aquáticos

Introdução

A biodiversidade está distribuída de forma heterogênea ao redor do planeta Terra, de acordo com o clima, a geologia e a história evolutiva de cada região. São reconhecidas, de forma geral, diferentes regiões biogeográficas ou biorregiões na Terra que reúnem características ambientais e conjunto de espécies particulares que as diferenciam umas das outras, como as regiões de Geleiras polares e as regiões das Florestas Tropicais, por exemplo.

Um dos primeiros e mais conhecidos naturalistas a propor a divisão da Terra em regiões biogeográficas foi Alfred Russel Wallace, em 1876. Assim como ele, outros naturalistas também buscaram explicar os padrões de distribuição das espécies ao redor do planeta e propuseram divisões do Globo em regiões.

Neste tema, vamos identificar as regiões biogeográficas da Terra e conhecer sua localização e organização hierárquica – reinos, que contêm os biomas, que contêm as ecorregiões. Também focaremos nos biomas brasileiros, descrevendo suas principais características, bem como retrataremos os biomas aquáticos, distinguindo os de água doce e os de água salgada.

Alfred Russel Wallace

Alfred Russel Wallace (1823-1913), naturalista, geógrafo, antropólogo e biólogo britânico. Wallace foi o primeiro a propor a distribuição geográfica das espécies animais e, como tal, é considerado um dos precursores da ecologia e da biogeografia e, por vezes, chamado de "Pai da Biogeografia".

MÓDULO 1


Identificar as regiões biogeográficas e os biomas do mundo

Regiões biogeográficas da terra – caracterização e localização

Os naturalistas começaram, há muito tempo, a reconhecer padrões de distribuição dos seres vivos na Terra. Havia locais mais semelhantes entre si do que outros. Esses locais se agrupavam em regiões, e cada região apresentava certa coesão tanto em relação aos seus fatores ambientais quanto ao conjunto de espécies que a habitava.

Em seu livro A distribuição geográfica dos animais (1876), Alfred Russel Wallace identifica seis regiões biogeográficas (ou zoogeográficas) na Terra:

Neártica

Neotropical

Paleártica

Etiópica

Oriental

Australiana

Wallace se baseou no trabalho de Scatler, publicado anos antes, em 1858, no qual fez algumas modificações.

Scatler já havia proposto uma divisão biogeográfica da Terra, mas com base na distribuição de pássaros somente. No entanto, Wallace acreditava que tais regiões biogeográficas também fariam sentido e seriam confirmadas para outros grupos de animais e de plantas.

Wallace também propôs o que ficou conhecido como a linha de Wallace. Esta linha foi proposta após uma viagem à Indonésia, na qual o autor documentou diferenças entre a parte noroeste e a parte sudeste do arquipélago. Wallace mostrou que Sumatra e Java tinham mais similaridade com a Ásia, enquanto Nova Guiné se assemelhava mais à Austrália.

A linha de Wallace dividia as regiões Oriental e Australiana, conforme mostra a figura a seguir:

Recentemente, o trabalho de Wallace sofreu uma atualização por meio de um estudo que utilizou uma ampla amostragem de animais – anfíbios, répteis e mamíferos – liderado por Ben Holt e colaboradores (2013).

Além dos dados de distribuição das espécies, o estudo contou com informações sobre o relacionamento filogenético entre as espécies. Isso significa que os pesquisadores avaliaram como grupos de espécies mais ou menos relacionados evolutivamente estão distribuídos nas diferentes regiões do globo.

Como resultado do novo estudo, o time de pesquisadores propôs a divisão da Terra em 11 regiões zoogeográficas, em vez de 6, como Wallace havia proposto.

Atenção

Note que esse estudo foi baseado somente em dados de certos grupos de animais vertebrados. As plantas, os invertebrados e a maior parte dos organismos aquáticos não foram incluídos.

Dificuldade de classificação e delineamento das regiões biogeográficas

Apesar das inúmeras vantagens de se reconhecer e utilizar as regiões biogeográficas em vez de estudar as espécies ou comunidades individualmente, ainda não há consenso entre os cientistas sobre como classificá-las e delimitá-las, de forma geral.

O delineamento das regiões biogeográficas da Terra pode mudar de acordo com os diferentes grupos de seres vivos analisados. Por essa razão, muitos são os termos utilizados para nomear tais regiões, por exemplo: reinos, biomas, províncias, ecossistemas, domínios, ecozonas, ecorregiões.

Entre as vantagens de reconhecer as regiões biogeográficas ou biorregiões, estão:

  • Investigar como as diferentes biorregiões vão responder às mudanças climáticas;
  • Entender quais espécies e sob que condições são capazes de ultrapassar as barreiras de uma biorregião para a outra;
  • Pesquisar como maximizar a eficiência de ações de conservação para um maior grupo de espécies ou habitats tendo as biorregiões como alvo.

O que existe, entretanto, é o entendimento de que as regiões biogeográficas reúnem condições ambientais e biotas particulares, e que há uma hierarquia na delimitação de tais regiões. Ainda, sistemas terrestres e aquáticos – de água doce e marinhos – exibem diferentes classificações.

Vejamos as classificações mais utilizadas para cada sistema:

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Regiões biogeográficas terrestres

Para as regiões biogeográficas terrestres, o sistema de classificação proposto por Olson e colaboradores (2011), e reconhecido pela WWF (World Wide Fund for Nature), é amplamente utilizado pelos cientistas atualmente. Tal sistema reconhece 8 reinos, nos quais estão inseridos 14 biomas, que incluem, por sua vez, 867 ecorregiões.


Entre os reinos, estão as regiões Oceânica, Neártica, Neotropical, Paleártica, Afro-tropical, Antártica, Indo-Malaia e Australásia. Os biomas contêm as Florestas Tropicais e Subtropicais Ombrófilas, Secas, de Coníferas, Temperadas e Boreais, assim como Savanas, Pradarias, Campos Alagados, Tundras, Desertos, Vegetação Xérica e Manguezais.

Regiões biogeográficas aquáticas

Para as regiões biogeográficas aquáticas, podemos citar as classificações propostas por Abell e colaboradores (2008), para água doce (inclui 426 Ecorregiões); e por Spalding e colaboradores (2007), para as marinhas.


O sistema proposto para as regiões marinhas inclui 12 reinos: Ártico, Temperado do Pacífico Norte, Temperado do Atlântico Norte, Indo-pacífico Oriental, Tropical Pacífico Oriental, Tropical Atlântico, Indo-Pacífico Ocidental, Indo-pacífico Central, Temperado da América do Sul, Temperado da África do Sul, Temperado da Australásia, Oceano do Sul; 62 províncias e 232 ecorregiões.

Dica

Os três trabalhos citados são bastante completos. Neles, você encontrará mais detalhes das ecorregiões.

O WWF (World Wide Fund for Nature) define ecorregião como:

Uma grande unidade de terra ou água contendo um conjunto geograficamente distinto de espécies, comunidades naturais e condições ambientais.

(WWF).

Exemplo

Os Manguezais estão dentro da região Neotropical e, dentro dos Manguezais, encontramos a ecorregião do Sudeste do Brasil. Essa ecorregião compreende os Manguezais localizados ao longo da costa no Sudeste brasileiro, de clima úmido e quente, e caracterizado como região criticamente em perigo de destruição pela ação humana.

Áreas de transição

Apesar de bem coesas em termos de condições ambientais e conjunto de espécies, os limites de uma região biogeográfica não são fixos ou bem delimitados. Nesse sentido, existem as chamadas áreas de transição ou zonas de transição.

As zonas de transição são áreas em que é possível reconhecer elementos de duas ou mais regiões biogeográficas, cujos limites se sobrepõem.

Exemplo

A área de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado brasileiros apresenta elementos e espécies de ambos os biomas.

Biodiversidade

Entre as diferentes ecorregiões também existem aquelas que abrigam excepcional biodiversidade – como as Florestas Tropicais e os Recifes de Corais – e outras que exibem menor diversidade de espécies – como as Florestas Temperadas e Boreais.

Há ambientes extremos que abrigam espécies altamente especializadas às suas condições climáticas, como os desertos, enquanto algumas montanhas abrigam espécies únicas, que vivem isoladas em seus altos picos ou acentuados vales.

Geleiras polares, Tundra, e Florestas de Coníferas, Decíduas e Tropicais

Geleiras polares

Nos Polos Norte e Sul do planeta Terra e em seu entorno predominam as Geleiras polares – grandes massas de gelo que recobrem essas regiões. As geleiras se formam devido às temperaturas muito baixas e ao acúmulo de neve por longos períodos – décadas ou séculos.

As Geleiras polares podem chegar a dezenas ou centenas de quilômetros de comprimento e mais de 3,000 m de espessura. Servem de habitat para ursos polares, no Ártico, e pinguins, na Antártica. A fauna dessas regiões é representada por peixes, invertebrados, aves e mamíferos marinhos.

Os oceanos em seu entorno são caracterizados por baixas temperatura e salinidade, e são ricos em fitoplâncton. Suas águas são cobertas por blocos de gelo – icebergs – que se desprendem das geleiras e flutuam no mar.

O derretimento das Geleiras polares, em consequência do aquecimento global, está entre as maiores ameaças que essa região sofre atualmente. A Terra já perdeu trilhões de toneladas de gelo, provocando o aumento do nível do mar. Segundo as previsões dos cientistas, o nível do mar deverá aumentar de 60 cm a 1m até o fim deste século.

A diminuição das geleiras, consequência do aumento da temperatura média do planeta, é uma ameaça aos ursos polares.

Tundras

As Tundras são formações vegetais das regiões polares – Ártico e Antártica – e seu entorno, ou das regiões montanhosas, como os Alpes, que se formam após o degelo da camada de neve que cobre o solo.

Ela é caracterizada por uma vegetação rasteira constituída por ervas, pequenos arbustos, musgos e líquens em sua maioria. Tais espécies resistem às condições extremas do clima polar ou de elevadas altitudes, com invernos longos, secos e escuros que duram meses, no caso dos Polos.

O solo das Tundras tende a ser mais ácido, possui uma camada superficial úmida e encharcada, e uma camada mais profunda, chamada permafrost. Essa camada profunda está permanentemente congelada, o que dificulta a drenagem do solo.

As Tundras apresentam uma notável concentração sazonal de aves marinhas em reprodução.

Florestas de Coníferas

Conforme a latitude decresce, dos Polos em direção ao Equador, as Florestas de Coníferas dominam a paisagem. São regiões onde o clima é temperado e as estações são bem marcadas, os verões são mais quentes, e os invernos, bem frios.

A vegetação é dominada por pinheiros, cedros, abetos e sequoias – daí o nome conífera. As coníferas são plantas que não produzem flores, mas estruturas chamadas cones, que contêm as sementes. As árvores são de grande porte e essas florestas temperadas contém os mais altos índices de biomassa entre as ecorregiões terrestres.

Existem, ainda, Florestas de Coníferas que ocupam áreas subtropicais e tropicais, como as do sul do México e da América Central, por exemplo.

Florestas Decíduas

As Florestas Decíduas são caracterizadas por uma vegetação que perde as folhas no outono ou no período mais seco – daí o nome decídua. São florestas de clima temperado, com as quatro estações bem marcadas; ou de clima subtropical ou tropical, em que há uma estação seca e outra chuvosa, ambas bem definidas.

Uma rica fauna está associada a essas regiões, como: mamíferos ursos, veados, lobos, raposas, inúmeros insetos e aves.

Exemplo

Na Mata Atlântica brasileira encontramos florestas estacionais deciduais – onde há perda de mais de 50% das folhas na estação seca – e florestas estacionais semideciduais – onde há perda de 20 a 50% das folhas na estação seca.

As árvores perdem menos água como consequência da liberação de suas folhas. Nas folhas acontecem as trocas gasosas e a perda de água por evapotranspiração. A queda das folhas também gera um aumento da serapilheira – camada formada por folhas e restos de plantas e matéria orgânica que recobre o solo.

Florestas Tropicais

As exuberantes Florestas Tropicais estão localizadas na zona equatorial, entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. Trata-se de florestas úmidas e que apresentam temperaturas mais altas.

As Florestas Tropicais incluem regiões como a Floresta Amazônica e as Florestas da Costa Rica, na América, a Floresta do Congo ou Selva do Congo, na África, e as florestas da Ilha de Nova Guiné – a maior ilha tropical do mundo, localizada no pacífico.

São regiões de fauna e flora riquíssimas, incluindo inúmeras espécies endêmicas – exclusivas de determinada área. Uma variedade de primatas, aves, lagartos, peixes, insetos e cobras ocorrem nessas florestas. Da mesma forma, há uma variedade de plantas trepadeiras, epífitas, desde ervas de pequeno porte até árvores que atingem, aproximadamente, 30 m de altura, como o Angelim vermelho na Amazônia.

Saiba mais

As Florestas Tropicais abrigam a maior parte da biodiversidade da Terra em seus domínios e têm importante papel como provedoras de serviços ecossistêmicos. Elas são responsáveis por regular o clima, manter a regularidade das chuvas e o abastecimento dos rios, armazenar grande quantidade de carbono, proteger os solos, entre outras funções.

As Florestas Tropicais, portanto, são uma fonte rica de plantas medicinais, alimentos e outros produtos florestais.

Savanas, vegetação rasteira – campos, estepes e pradarias – e desertos

Savanas

Savanas são regiões áridas a semiáridas, com vegetação dominada por gramíneas e com árvores e arbustos mais esparsos e isolados. São tipos de savana:

Savanas temperadas

Caracterizadas por invernos frios, verão quente e estações marcadas.

Savanas subtropicais e tropicais

Caracterizadas por possuírem uma estação quente e seca, e outra estação chuvosa.

Savanas alagadas

Caracterizadas por sofrer frequentes inundações.

As Savanas da África estão entre as mais conhecidas, com sua fauna característica composta por zebras, gnus, elefantes e leões. Na flora das Savanas africanas, destacam-se os baobás e marulas, com seus frutos famosos utilizados no preparo de licores.

No Brasil, o Cerrado pode ser usado como exemplo de regiões savânicas, assim como o Pantanal, que representa uma região savânica alagada.

Vegetação rasteira

As regiões de vegetação rasteira são caracterizadas por gramíneas e ervas de pequeno porte. Geralmente, são grandes áreas planas de encostas suaves e incluem campos, estepes e pradarias. As árvores, quando presentes, estão associadas aos rios e riachos.

A fauna dessas regiões, no geral, inclui mamíferos que têm hábito de se deslocarem em grupos. Trata-se de uma estratégia de proteção nesses locais mais abertos, nos quais eles podem ser facilmente localizados.

A flora é pouco diversa, quando comparada à das Florestas Tropicais, mas pode apresentar espécies endêmicas (exclusivas). Tais regiões são ambientes que sofrem grande impacto da agricultura e pecuária.

O clima varia de acordo com a região em que tais ambientes ocorrem, desde temperado até tropical, podendo ser mais seco ou mais úmido.

Exemplo

Os estepes, característicos de clima mais seco e temperado, são encontrados na Eurásia.

As pradarias são características de regiões mais úmidas, temperadas ou tropicais. Os pampas do sul do Brasil são um exemplo de pradaria.

Desertos

Os desertos são regiões de solo arenoso, extremamente secas, cuja precipitação geralmente não ultrapassa 250 mm anuais. Além disso, são regiões com grande amplitude térmica, ou seja, temperaturas muito altas durante o dia e muito baixas à noite. Tal variação de temperatura é explicada pelo pouco vapor d’água na atmosfera e pela pouca retenção de calor.

Exemplo

O Deserto do Saara, na África, é um dos mais expressivos desertos e se estende por, aproximadamente, 9 milhões de km². Sua fauna e flora são adaptadas às condições de pouca água. Os dromedários, por exemplo, armazenam gordura em sua corcova para períodos de escassez de alimento e são capazes de beber dezenas de litros de água de uma vez. Tais características são adaptações ao ambiente desértico.

Muitos desertos são quentes o ano todo, assim como o Saara, mas outros podem ser extremamente frios no inverno, como o Deserto de Gobi na Ásia.

Vegetação litorânea – Restingas e Manguezais

Restingas

As Restingas são regiões de solo arenoso e drenado, que se estendem por mais de 5.000 km ao longo do litoral brasileiro, adjacente às praias. Apresentam diferentes fisionomias, classificadas de acordo com o tipo de vegetação, com espécies adaptadas à alta incidência solar, salinidade e fortes ventos.

Quanto aos tipos de vegetação, elas podem ter formações herbáceas, arbustivas abertas ou fechadas, e florestais.

Vejamos cada tipo de formação:

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Formações herbáceas inundadas

Estão ligadas à ocorrência de brejos – ambientes com solo encharcado.


As Ipomeas são plantas rasteiras típicas das formações herbáceas abertas que ocorrem mais próximo ao mar. Nessas formações, predomina a vegetação halófila-psamófila, que está associada à salinidade e ao substrato arenoso.

Formações arbustivas

São abundantes em espécies de Clusia, bastante características das restingas e atingem até 8m de altura. Elas possuem folhas ovais e espessas, contribuem em grande parte para a formação de serapilheira e consequente acúmulo de matéria orgânica nas restingas.

Formações arbóreas

Contam com espécies vegetais de maior porte. Outras plantas, como as bromélias, conseguem se estabelecer como pioneiras nas areias escaldantes e formar moitas. As bromélias acumulam água e matéria orgânica em suas folhas, criando um microclima mais ameno para que outros vegetais e animais possam ocupar a área imediatamente em seu entorno.

Saiba mais

As Restingas abrigam dunas e lagunas, além de uma fauna diversificada de pássaros, insetos, anfíbios e répteis. Entre os serviços ambientais que as restingas oferecem, está a fixação das dunas, atuando como barreira física contra o avanço dos mares e erosão das praias.

As regiões de Restinga também abrigam fauna e flora particulares, produzem recursos – como frutos e flores – para animais dispersores e polinizadores, por exemplo. Além disso, são ambientes utilizados pelas tartarugas para desova.

As Restingas, no entanto, sofrem ameaça contínua da ação antrópica. Em decorrência disso, muito de sua área foi destruída com o avanço das cidades, as construções de prédios e resorts de luxo.

Manguezais

Os Manguezais estão concentrados nas zonas tropicais e subtropicais da Terra. Ocorrem na América Central, no Caribe, na América do Sul, na África – incluindo a Ilha de Madagascar –, na Índia, na Indonésia – que conta com a maior área de Manguezais do mundo – e na Austrália.

Manguezais se formam com o encontro dos rios com os mares, em zonas costeiras protegidas e zonas de transição entre ambientes terrestre e marinho – geralmente, de temperatura elevada e altos índices de precipitação. São regiões alagadas e salobras, com solo pobre em oxigênio e rico em matéria orgânica trazida pelos rios.

A vegetação dos Manguezais é adaptada ao tipo de solo e tolerante ao sal. A Rhizophora mangle ou mangue vermelho, por exemplo, é uma espécie típica de manguezais e amplamente distribuída no Brasil. Essa espécie apresenta raízes do tipo escoras, que crescem acima do nível da água.

No Brasil, os Manguezais se estendem desde o Amapá até Santa Catarina, e a Amazônia abriga uma importante área de manguezais do mundo.

Saiba mais

Os Manguezais estão ameaçados pela poluição dos rios e mares, pelo aterramento de suas áreas para construção das cidades, pela conversão em pastagens, fazendas de camarão ou plantações de palmeiras para extração de óleo, entre outros.

Eles são considerados berçários da vida – riquíssimos em nutrientes e matéria orgânica – para muitas espécies de animais marinhos que utilizam seu território para reprodução. Além disso, esse bioma protege o litoral da ação das ondas e da subida do nível dos mares.

Os Manguezais também têm grande importância para o estoque de carbono, uma vez que absorvem o gás carbônico – gás de efeito estufa – da atmosfera.

A importância dos Manguezais como armazenadores de carbono

A especialista Beatriz Neves fala sobre a importância dos Manguezais para o estoque de carbono:

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MÓDULO 2


Descrever os biomas brasileiros

Amazônia

A Amazônia é a maior Floresta Tropical do mundo. Ocupa quase metade do território brasileiro, e ainda outros 8 países – Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa. A região apresenta clima quente e úmido, temperaturas e precipitação elevadas.

A maior bacia hidrográfica do mundo é a bacia amazônica. Com mais de 7 milhões de km2, ela possui rios de dimensões gigantescas, como o Amazonas e seus mais de mil afluentes.

Os rios podem ter:

Água barrenta

Como o Rio Amazonas, rico em sedimentos e nutrientes.

Água clara

Como os Rios Xingu e Tapajós, que carregam poucos sedimentos e têm águas verdes e fundo de areia branca.

Água negra

Quando bem rico em húmus, como o Rio Negro.

O relevo inclui desde vastas planícies até planaltos com serras íngremes.

Você sabia

É na Amazônia que está localizado o pico mais alto do Brasil – o Pico da Neblina – com 2,995 m de altitude.

O solo da Amazônia é, em geral, arenoso e pouco fértil. A exuberante floresta se mantém graças à camada de serapilheira que se acumula sob o solo, fornecendo matéria orgânica e nutrientes para seus organismos. Em um constante ciclo de reciclagem de nutrientes, a floresta devolve para o solo tais nutrientes por meio de restos de folhas, galhos, frutos e animais mortos.

Flora e fauna

A vegetação da Amazônia é dividida em diferentes fisionomias, que incluem:

Mata de terra firme

Regiões mais altas que não inundam com a cheia dos rios. São ricas em espécies de matamatá.

Mata de várzea

Regiões de altitude intermediária que passam apenas parte do ano inundadas. São ricas em plantas, como os açaizeiros.

Mata de igapó

Regiões à margem dos rios negros que passam a maior parte do ano inundadas, onde encontramos a vitória-régia.

Sua fauna é muito rica e inclui ariranhas, botos, onças, uma variedade de macacos, peixes, tucanos, araras, tartarugas e sapos. A Amazônia é a região que abriga grande parcela da biodiversidade da Terra, incluindo inúmeras espécies endêmicas, restritas a esse bioma.

São reconhecidas grandes lacunas de conhecimento para a Amazônia. Muitas de suas regiões foram pouco ou nunca exploradas, devido ao seu enorme território e ao difícil acesso. Por conta disso, cientistas estimam que exista muitas espécies novas a serem descobertas.

Diversidade cultural

A Amazônia também se destaca pela sua diversidade cultural. A região abriga centenas de povos e comunidades tradicionais de ribeirinhos, castanheiros e seringueiros, além de cerca de 180 povos indígenas, dezenas de línguas e centenas de dialetos distintos.

Vários dos povos indígenas da Amazônia vivem isolados, com pouco ou nenhum contato com o restante da população.

Impactos antrópicos

Os impactos antrópicos na Amazônia incluem o desmatamento para fins de cultivo de soja, pecuária, exploração de madeira, além da mineração, biopirataria, queimadas, entre outros. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2021), já são 700.000 km2 de área desmatada, o equivalente a 173 campos de futebol.

Tais impactos podem causar secas mais severas e frequentes, incêndios, extinções de espécies, e influenciar o clima ao ponto de a floresta não ser capaz de produzir a quantidade de chuva que precisa para se manter. Como consequência, a floresta pode vir a se transformar em uma região savânica, seca.

Importância da Amazônia

As populações de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, dependem das chuvas produzidas na Amazônia para suas necessidades básicas, como beber água, cozinhar e tomar banho. Além disso, a Amazônia regula a temperatura das regiões em seu entorno, mantendo-a mais amena, ligeiramente mais baixa.

Exemplo

A castanheira Bertholletia excelsa nos dá a dimensão da importância desse bioma. Ela é considerada uma superárvore amazônica pelo papel ecológico que desempenha com efeitos positivos na produção de chuva. São árvores de até 50m de altura que transportam enorme quantidade de água – absorvida dos solos pelas raízes e eliminada através das suas folhas para a atmosfera –, produzindo as chuvas.

A quantidade de água que uma única árvore de castanheira absorve e elimina por dia pode chegar a mais de mil litros. Um fenômeno conhecido como rios voadores se refere à quantidade de água contida na atmosfera em forma de vapor na região amazônica, que chega a ser maior do que a transportada pelo rio Amazonas.

Atenção

Se ecossistemas como a Floresta Amazônica colapsarem, os efeitos no clima e na vida serão sentidos em todo o planeta, e eles podem ser irreversíveis.

Os rios voadores da Amazônia

A especialista Beatriz Neves fala sobre os rios voadores da Amazônia:

Mata Atlântica

A Mata Atlântica é uma floresta tropical que se estende ao longo da costa leste brasileira e em direção ao interior, quando atinge os territórios do Paraguai e da Argentina. Tem grande amplitude latitudinal, ocorrendo nas zonas tropical e subtropical.

O clima da floresta é úmido e quente, com altos índices de precipitação, que podem chegar a 4.000 mm/ano, apresentando maior sazonalidade em direção ao sul.

Os rios perenes da Mata Atlântica são responsáveis pelo abastecimento das muitas cidades abrangidas pelo bioma, incluindo as duas maiores cidades do Brasil – Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os principais rios da região, destacam-se o Rio Paraná, o Rio Paraíba do Sul, o Rio São Francisco e o Rio Doce.

O Rio Doce figurou o maior desastre ambiental já ocorrido no Brasil, em 2015. Na ocasião, o rompimento de uma barragem de contenção de rejeitos de mineração, em Minas Gerais, liberou cerca de 50 milhões de m3 de lama, que invadiu a bacia do Rio Doce. Os impactos causados são irreversíveis para a vida e para o ambiente.

Relevo e solo

O relevo montanhoso da Mata Atlântica, que inclui as grandes cadeias de montanhas da Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, é um dos fatores responsáveis pela sua exuberante riqueza de espécies.

Montanhas se comportam como ilhas, isolando espécies que não conseguem se dispersar por seus vales. Montanhas também apresentam gradientes altitudinais – por exemplo, gradiente de temperatura. No geral, diferentes espécies ocupam diferentes faixas ao longo desse gradiente.

Outro fator responsável pela riqueza de espécies da Mata Atlântica está no seu solo. Apesar de raso e pobre em nutrientes, o solo apresenta uma rica camada de serapilheira, que fornece matéria orgânica e nutrientes para manter a vida da floresta.

Flora e fauna

A vegetação da Mata Atlântica inclui diferentes fisionomias:

swap_horiz Arraste para os lados. Arraste para os lados.

Florestas ombrófilas

São úmidas, sempre verdes, com árvores altas e robustas.

Florestas estacionais deciduais e semideciduais

Há sazonalidade no regime de chuvas e a vegetação perde folhas na estação mais seca.

Campos de altitude

Apresenta vegetação aberta, adaptada aos topos de montanha, altitudes elevadas.

Restingas

Apresenta vegetação associada às praias, adaptada às condições salinas, solo arenoso e alta incidência solar.

Manguezais

Têm áreas costeiras de solo alagado e rico em húmus, com grande aporte de matéria orgânica vinda dos rios.

Plantas como os jacarandás, ipês, pitangas e bromélias representam bem a Mata Atlântica. A fauna desse bioma também é rica, inclusive em espécies endêmicas. Entre tais espécies, podemos citar o muriqui, que é o maior primata das Américas, e o tiê-sangue, ave símbolo da Mata Atlântica.

Apesar de muito ameaçada e reduzida a, aproximadamente, 10% de sua área original, a Mata Atlântica abriga uma enorme diversidade de espécies. Por isso, é considerada um hotspot de biodiversidade, juntamente ao Cerrado – bioma que também será descrito neste tema. São mais de 15 mil espécies de plantas, 289 espécies de mamíferos e quase mil espécies de aves.

Hotspot de biodiversidade

Área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau.

Importância da Mata Atlântica e impactos antrópicos

A Mata Atlântica é importante para proteger e alimentar os rios, além de servir de abrigo para grande biodiversidade. É fonte de recursos naturais diversos, como os peixes e plantas com seus compostos bioativos. A Mata Atlântica também tem papel importante na proteção dos solos, já que sua vegetação ajuda a evitar deslizamentos de terra e enchentes.

É importante frisar que cerca de 72% da população brasileira vive nos domínios da Mata Atlântica. Como consequência, os impactos causados pela espécie humana nesse bioma incluem:

Desmatamento.

Agropecuária.

Coleta e exploração de madeira e espécies nativas.

Poluição e grande quantidade de lixo gerados pelas indústrias e pelo nosso consumo excessivo.

Desperdício e mau uso da água, entre outros.

Atenção

Muitas espécies da Mata Atlântica correm perigo de extinção hoje! Um exemplo bastante conhecido é o mico-leão-dourado.

Um estudo recente feito pela Fundação SOS Mata Atlântica, de 2019 a 2020, mostra o quanto não cuidamos dos nossos rios. Dos 181 corpos d’água analisados no bioma, 95% apresentam condições impróprias de uso. Precisamos cuidar da Mata Atlântica que nos oferece tanto.

Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, abrangendo todas as cinco regiões e inúmeros estados do País. Entre os estados que abrigam esse bioma, estão: Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

O Cerrado e a Caatinga – bioma que será descrito a seguir – são considerados as savanas brasileiras. Isso ocorre porque o Cerrado possui clima caracterizado por altas temperaturas e baixa umidade.

A precipitação média anual varia de 1.200 a 1.800 mm. No verão, há uma estação chuvosa e, no período de seca, entre maio e setembro, o índice mensal de chuvas pode chegar a zero.

Relevo e solo

O solo é bastante ressecado na sua superfície, nos períodos de seca. Em geral, o solo do Cerrado é bem drenado e não muito rico em nutrientes. Já o relevo é pouco acidentado.

Exemplo

A Chapada dos Veadeiros atinge mais de 1.000 m de altitude. Trata-se de uma das maiores elevações do Cerrado, que é também caracterizado por suas áreas mais planas.

Flora e fauna

Devido ao clima e tipo de solo, a região sofre incêndios naturais esporádicos durante o período da seca. Por conta disso, sua vegetação é adaptada aos regimes naturais de fogo. Tal adaptação inclui raízes e caules subterrâneos, que rebrotam após o fogo, e sementes que precisam do fogo para germinarem.

A vegetação, no geral, é caracterizada por gramíneas, arbustos e árvores de distribuição esparsa. Arbustos e árvores apresentam caule típico retorcido e raízes longas para absorção de água em profundidade no solo.

No verão, com as chuvas, a vegetação é mais verde. No inverno, com menos chuva, a vegetação está seca no geral, algumas árvores perdem as folhas e a paisagem tem tons amarelados.

Entre as diferentes fisionomias do Cerrado, encontramos:

Cerradão

Formação florestal com árvores mais altas, de até 15m.

Mata de galeria

Florestas ao longo dos rios e áreas úmidas.

Vereda

Geralmente associadas às Matas de Galeria, são regiões de solo encharcado e é comum a ocorrência de palmeiras buritis.

Campo rupestre

Formações de topos de montanhas e chapadas, de altitude elevada.

A fauna do Cerrado é rica em espécies de mamíferos, como o conhecido tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o cervo – todos ameaçados de extinção pela ação antrópica. Também é rica em anfíbios, répteis e aves.

O bioma contém uma expressiva diversidade de espécies, principalmente de árvores. Muitas dessas árvores são amplamente utilizadas, como o nativo pequizeiro, que produz um fruto amarelo bastante consumido na culinária regional.

Importância do Cerrado e impactos antrópicos

A importância do Cerrado é reconhecida pelo uso de seus recursos naturais pelas comunidades tradicionais.

Exemplo

As babaçueiras que coletam o fruto do babaçu e o utilizam como alimento e matéria-prima para a confecção de diversos produtos.

O bioma também abastece aquíferos e nascentes, como o imenso Aquífero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas de água potável que existe.

Entre os impactos antrópicos que o bioma sofre, estão:

Desmatamento.

Queimadas, que não incluem as naturais.

Crescimento das cidades.

Atividade mineradora.

Plantações de soja.

Pecuária intensiva.

Atenção

O Cerrado, atualmente, é considerado mais ameaçado do que a Amazônia e teve mais da metade de sua área original desmatada.

Caatinga

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, que ocupa cerca de 10% do território do País. Desse modo, abrange os estados da região Nordeste e uma pequena parte de Minas Gerais, na região Sudeste.

Você sabia

O nome caatinga tem origem tupi e significa mata branca. Tal significado remete à sua vegetação sem folhas, característica da estação seca.

A Caatinga apresenta clima semiárido com médias de temperatura altas e baixos níveis de precipitação. Suas chuvas são concentradas em um ou poucos meses.

Flora

A vegetação do bioma Caatinga é adaptada à escassez de água. A adaptação se caracteriza pela presença de muitos espinhos, folhas de tamanho reduzido, que caem durante a estação seca, além de raízes profundas e caules que armazenam água.

Exemplo

O mandacaru é uma planta da família Cactaceae – símbolo da Caatinga – que sobrevive a longo período de seca e é muito simples de cultivar. O mandacaru é utilizado como alternativa para alimentação do gado na seca.

O juazeiro, sempre com folhas verdes, também é típico do bioma. A planta tem raízes profundas, que encontram água no subsolo, e frutos bastante consumidos localmente.

Termos como sertão, agreste e semiárido são comuns para designar este bioma ou parte dele. Nesse caso, sertão se refere à parte mais seca do interior da Caatinga. Já agreste se refere a uma faixa – estreita e paralela ao litoral – de transição entre sertão e a zona de mata onde, originalmente, predominava a Mata Atlântica.

Fauna

A flora e fauna da Caatinga incluem uma diversidade menor do que a encontrada nas florestas tropicais. Como destaque da sua fauna, estão os morcegos, com cerca de 90 espécies, e os peixes, com cerca de 240 espécies. A diversidade de peixes está, principalmente, no Rio São Francisco, o mais longo que atravessa o bioma.

A ararinha-azul também merece destaque. Trata-se de uma espécie exclusiva da Caatinga que foi declarada extinta da natureza em 2000. Essa espécie é bastante conhecida por ter concentrado esforços de diferentes organizações e pesquisadores para mantê-la viva e reintroduzi-la na natureza.

Saiba mais

A ararinha-azul protagonizou o filme de animação Rio.

Importância da Caatinga e impactos antrópicos

Entre os impactos causados pelo homem no bioma, podemos citar:

  • Desmatamento para uso da lenha para curar tijolos nas olarias
  • Agropecuária
  • Extração do mineral gipsita, para produção de gesso

A região da Caatinga é a maior produtora de gesso do Brasil.

Apesar das suas condições climáticas extremas, a Caatinga é uma região habitada por cerca de 25 milhões de pessoas. Parte dessa população vive em condições precárias, com falta de água potável e sem saneamento básico.

Saiba mais

Uma curiosidade desse bioma semiárido é a recente produção de uvas no Vale do Rio São Francisco, para a fabricação de vinhos. Tal atividade se beneficiou com a água do Rio São Francisco para irrigação e com os dias de sol da Caatinga, presentes quase que o ano inteiro.

Enquanto o Sul do Brasil gera uma única safra, a Caatinga gera até três safras de uva por ano. Além da uva, também há produção de manga e outras frutas tropicais.

Pantanal

O Pantanal é um bioma que abrange o território brasileiro em sua maioria. No entanto, o bioma também está presente na Bolívia e no Paraguai, onde é conhecido como Chaco. É considerado uma savana, em que predominam as gramíneas com arbustos e árvores esparsas.

A principal característica do Pantanal é ser uma região alagada em sua maior parte – 2/3 de sua área. Inclusive, é considerado a maior área de planície alagada do mundo. Está inserido na bacia do Paraguai, tendo o Rio Paraguai e seus afluentes como principais corpos d´água.

As planícies do Pantanal alagam a partir do início da estação chuvosa, que começa em novembro. Nessa época, o nível dos rios aumenta muito e suas águas cobrem vastas extensões do bioma. A partir de maio, com o fim da estação chuvosa, as águas começam a escoar lentamente.

O clima é quente e úmido, e mais frio no inverno. O relevo varia em altitudes de até 150 m nas partes baixas inundáveis e pode chegar a até 1.000 m nas partes mais altas.

Flora e fauna

A vegetação do pantanal é um mosaico com influência dos biomas do seu entorno – Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica e Chaco –, variando de acordo com a altitude e o tipo de solo, se inundável ou não. Plantas aquáticas são bem comuns na região e também são encontradas palmeiras, vitórias-régias e ipês.

A fauna é rica e exibe uma diversidade de peixes, como o pacu e o dourado, o jacaré-do-pantanal e as aves. Entre as aves, vale citar o tuiuiú, que é a ave símbolo do bioma. Uma enorme diversidade de aves se alimenta dos abundantes peixes da região.

Importância do Pantanal e impactos

No Pantanal, vivem em torno de 3 milhões de pessoas. A pesca e a pecuária são importantes atividades econômicas da região, ao mesmo tempo em que podem representar uma ameaça ao bioma. Além da pesca de subsistência, a pesca esportiva é um conhecido atrativo turístico do Pantanal.

O Pantanal sofreu com a maior queimada de que se tem notícia no ano de 2020. No total, foram milhões de hectares queimados. As estimativas são de que o fogo pode ter atingido até 40% do bioma, devastando a flora e a fauna locais (WATANABE, 2021).

Pampa

O Pampa (ou campos sulinos) ocorre no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, além do Uruguai e da Argentina. O nome pampa tem origem indígena e significa região plana, em Quéchua.

O clima da região é temperado com marcada sazonalidade, apresentando verões quentes e invernos frios. Seu relevo é caracterizado por planícies e colinas de pequena a grande elevação, chamadas coxilhas, que dão um aspecto ondulado à paisagem.

O Rio Uruguai está entre os principais rios do bioma. Trata-se de importante fonte de água para o abastecimento da população e as atividades agrícolas, além de ser fonte de recursos pesqueiros. O solo do Pampa pode variar desde rasos e úmidos, aos muito férteis ou arenosos, drenados e pouco férteis.

Flora e fauna

A vegetação rasteira inclui gramíneas, em sua maioria, além uma grande diversidade de plantas da família Asteraceae e outras plantas herbáceas, que formam seus extensos campos. As árvores ocorrem de forma esparsa ou associadas às margens dos rios.

Apesar de não parecer, o Pampa abriga considerável diversidade de espécies, incluindo as emas e os tuco-tucos – pequenos roedores.

Ação antrópica

O Pampa é o bioma do Brasil com a menor parte de sua área protegida em Unidades de Conservação. Apenas cerca de 47% de sua vegetação original se encontra preservada.

O bioma sofre pressão antrópica, principalmente da silvicultura e agricultura, para produção de soja, arroz, pinus e eucalipto, por exemplo. Tais pressões antrópicas são responsáveis pelos areais, cada vez mais frequentes. Trata-se de formações desprovidas de vegetação e de solo arenoso, suscetível à erosão.

Preservar o Pampa é contribuir para a proteção de suas espécies, frear o processo erosivo que resulta dos areais e garantir o uso, por parte da população, dos recursos naturais que o bioma oferece. Entre tais recursos, temos a tradicional atividade pecuária, bastante conhecida, desde que realizada de forma sustentável.

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MÓDULO 3


Caracterizar os biomas aquáticos

Caracterização dos biomas aquáticos

Os ambientes aquáticos são influenciados por fatores que incluem: a temperatura, pluviosidade, salinidade, profundidade e mobilidade da água, quantidade de oxigênio, quantidade de material em suspensão e nutrientes.

Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.
Temperatura

A temperatura nos ambientes aquáticos pode variar, sendo geralmente mais quente – camada menos densa – na superfície e mais fria – mais densa – na região mais profunda. A temperatura da água é influenciada pela luz solar, pelas correntes marinhas nos ambientes de água salgada, entre outros fatores.

Pluviosidade

Interfere menos nos ambientes aquáticos, no geral. As exceções são os rios, que aumentam muito de volume ou que transbordam durante as estações chuvosas, formando regiões alagadas em seu entorno. Como exemplo, temos os rios da Amazônia e as planícies alagadas do Pantanal.

Salinidade

É outra característica importante dos ambientes aquáticos, que podem apresentar água salgada, salobra ou doce. Em ambientes de água salgada, por exemplo, a salinidade também pode variar.


O Mar Morto na região da Jordânia, Cisjordânia e Israel, concentra uma quantidade de sal muito superior à dos oceanos, por exemplo. Como consequência, raros são os organismos que vivem em suas águas.

Profundidade

A profundidade também varia muito e tem influência nos níveis de oxigênio, luz e nutrientes de um ambiente aquático. Por exemplo, o ambiente marinho é dividido, de acordo com a profundidade, nas regiões:

Litorânea

Entre marés, submetida ao impacto das ondas.

Nerítica

Área da plataforma continental, com até 200m de profundidade, aproximadamente, grande concentração de espécies, e águas ricas em oxigênio e luz.

Batial

Área com um marcado declive após a plataforma continental e águas mais frias.

Abissal

Região mais profunda, entre 2.000 e 6.000m, de águas escuras e muito frias.

Hadal

Região em que estão os abismos oceânicos, com mais de 6.000m de profundidade. Nessa região, a vida é muito rara.

As zonas fótica e afótica, em ambientes aquáticos, referem-se à presença ou não da luz solar. Nesse caso, zonas fóticas são aquelas em que a luz chega, ao contrário das zonas afóticas, em que não há presença de luz.

Em muitos lagos – como o conhecido Lago Niassa em Moçambique – e, também nos oceanos, a luz solar não consegue penetrar nas camadas mais profundas. Sem luz, não há fotossíntese, não há produção primária pelo fitoplâncton e por outros vegetais. Por isso, a vida está concentrada nas zonas fóticas dos ambientes aquáticos.

Repare na figura abaixo, uma floração de fitoplâncton, na costa da Argentina, que pode ser vista na mancha mais clara no mar. A mancha ocorre no verão e é causada pelo excesso de nutrientes trazidos pelo Rio da Prata.

Você sabia

Estima-se que o fitoplâncton seja responsável por produzir de 50% a 80% do oxigênio presente na atmosfera da Terra, por meio da fotossíntese. Ao contrário do que se pensava, as florestas não são o pulmão do mundo, mas os oceanos.

Mobilidade da água e quantidade de oxigênio

Os ambientes de água doce, por exemplo, podem ser classificados, quanto à mobilidade da água, em lênticos ou lóticos.

Ambientes lênticos

Apresentam pouco movimento, como nos lagos e lagoas.

Ambientes lóticos

Apresentam muito movimento, como os rios com suas correntezas.

A quantidade de oxigênio dissolvido na água também varia nos ambientes aquáticos e tem relação com a temperatura e a profundidade, entre outros fatores. As águas frias dos lagos temperados contêm mais oxigênio dissolvido do que as águas quentes dos lagos tropicais, onde as temperaturas podem atingir cerca de 35ºC.

Resumindo

Há menos oxigênio em maiores profundidades, em geral. Já na superfície, onde a luz penetra e as taxas de fotossíntese são altas, há mais oxigênio.

Material em suspensão e nutrientes

O material em suspensão e os nutrientes podem estar associados ao tipo de solo e substrato dos rios, em ambientes de água doce, e às correntezas, em ambientes de água salgada, por exemplo.

Exemplo

Os rios de cor marrom de Ibitipoca, no estado de Minas Gerais, devem-se aos ácidos orgânicos e compostos ferruginosos presentes no solo, que são transportados pela chuva.

Exemplo

Na região de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro, é conhecido o fenômeno da ressurgência. Nesse caso, as Correntes das Malvinas, que vêm do sul, provocam o afloramento de águas frias e ricas em nutrientes para as camadas mais superficiais.

Relação entre os diversos fatores
É importante ressaltar que os fatores descritos influenciam uns aos outros. A temperatura, por exemplo, está relacionada à densidade da água, à quantidade de oxigênio dissolvido na água e à profundidade. Além disso, a biodiversidade – conjunto de espécies – de cada região está intimamente ligada e sob influência de tais condições ambientais.

Classificação dos ambientes aquáticos

A classificação dos ambientes aquáticos em biomas pode ser mais difícil de ser realizada. Em muitos casos, os limites de tais ambientes podem ser menos claros do que nas regiões terrestres, como entre desertos e florestas tropicais, por exemplo. Ao longo do tempo, cientistas criaram diferentes classificações para os ambientes aquáticos.

Neste módulo, vamos explorar os trabalhos de Abell e colaboradores (2008), para as regiões de água doce, e de Spalding e colaboradores (2007), para regiões marinhas, que incluem as áreas costeiras e continentais. Os dois trabalhos focam na delimitação de ecorregiões, que são regiões menores e teoricamente incluídas nos biomas – regiões mais abrangentes. No entanto, nenhum desses dois trabalhos menciona a palavra bioma em si.

Abell e colaboradores (2008)

Propõe 426 ecorregiões de água doce.

Spalding e colaboradores (2007)

Propõe 232 ecorregiões de água salgada, organizadas em 62 províncias.

As províncias poderiam ser consideradas biomas, de certa forma. São definidas pelos autores como grandes áreas com biota particular, que tiveram alguma coesão durante sua evolução, guardam certo nível de endemismo e têm características abióticas próprias que circunscrevem seus limites.

Biomas de água doce

Sabemos que 70% do planeta Terra, aproximadamente, é coberto por água e, desse total, apenas cerca de 3% é de água doce. Biomas e ecorregiões de água doce incluem rios, córregos, riachos, lagos, lagoas e planícies inundadas.

O conjunto de espécies de uma região aquática, seus fatores ambientais, bem como os padrões ecológicos e evolutivos são utilizados para delimitar biomas ou ecorregiões de água doce. Também podem ser utilizados na delimitação de biomas e ecorregiões os sistemas de drenagem, como as bacias hidrográficas.

Uma bacia hidrográfica inclui seu rio principal e seus tributários. É toda uma área drenada por um curso d’água ou por um sistema de cursos d’água conectados, para onde converge toda a água dessa área.

Exemplo

A bacia Tocantins-Araguaia estende-se pelos estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Tem o Rio Tocantins como seu rio principal, que desemboca na Baía do Marajó, e tem o Rio Araguaia como principal afluente.

É a maior bacia inteiramente incluída no Brasil e sua área de drenagem é de cerca de 760.000km2. Sua ictiofauna – conjunto das espécies de peixes – é estimada em 350 espécies, aproximadamente, segundo dados do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Com base na distribuição e diversidade de peixes, e considerando aspectos da ecologia e evolução, diferentes ecorregiões foram propostas no trabalho liderado por Abell (2008).

Vejamos, a seguir, alguns exemplos das ecorregiões propostas:

Terras baixas da Amazônia

As terras baixas da Amazônia formam uma ecorregião que, durante as estações chuvosas, têm grande parte de sua área inundada. A bacia amazônica é considerada o maior reservatório de água doce do planeta.

O Rio Amazonas e seus inúmeros afluentes sustentam uma exuberante diversidade de vida, incluindo ariranhas, peixes-boi, botos e mais de duas mil espécies de peixes, como o conhecido pirarucu.

Patagônia

A Patagônia, também localizada na América do Sul, é outro exemplo de ecorregião. Estende-se pela Argentina e Chile, e abrange a parte sul da Cordilheira dos Andes. Geleiras, rios e lagos integram essa região, como a Geleira Perito Moreno, na Argentina, o Rio Petrohué e o lago Llanquihue, ambos no Chile.

As geleiras da Patagônia são importantes reservas de água doce do mundo. A fauna da região da Patagônia inclui inúmeras aves, como os cines-de-pescoço-negro, e uma diversidade de peixes.

Lago Baikal

O Lago Baikal, o maior do mundo, está localizado no sul da Sibéria, na Ásia. Tem 636km de comprimento e mais de 1.600m de profundidade. É reconhecido por abrigar enorme diversidade de espécies endêmicas. A poluição causada pelo homem e ligada ao turismo é apontada como ameaça ao grande lago.

Delta do Rio Níger

O delta do Rio Níger, localizado no sul da Nigéria, na África, também merece destaque. É uma região de correntes, pântanos e lagos, com inundações sazonais e rica em espécies, que se estende por cerca de 70.000km2.

O delta foi formado pelo acúmulo de sedimentos trazidos pelo Rio Níger e outros. O maior impacto antrópico na região é resultado da exploração de petróleo, causando a poluição de suas águas, terra e ar por mais de 50 anos.

Biomas de água salgada

Biomas e ecorregiões de água salgada são os mais vastos entre os aquáticos. Incluem áreas costeiras, mares e oceanos, englobando conjuntos de espécies que:

Estão associadas ao fundo dos mares e substratos – bentos.

São nadadores ativos, deslocam-se no corpo d’água por meios próprios – nécton.

São levados pelo movimento da água – plâncton, incluindo o fitoplâncton e o zooplâncton.

Tais conjuntos de espécies e as características ambientais particulares de dada região, assim como sua história evolutiva, são utilizados para delimitar biomas ou ecorregiões de água salgada.

No trabalho liderado por Spalding (2007), a classificação das províncias – que podem ser interpretadas como biomas, de certa forma – e das ecorregiões seguiu três princípios:

Ter forte base biogeográfica.

Ser prática de se utilizar.

Ser caracterizada com parcimônia, levando em consideração classificações prévias, sem propor grandes divergências com os sistemas de classificação já existentes.

Exemplo

A Grande Barreira de Corais na Austrália, as Ilhas de Galápagos no Equador e o Mar Negro, ao Norte da Turquia.

Vejamos, a seguir, mais detalhes dessas regiões de água salgada.

Recifes de corais

Os recifes de corais abrigam a maior diversidade de espécies marinhas do que qualquer ecossistema no planeta. Eles crescem verticalmente e fornecem variados micro-habitats e recursos para inúmeras espécies de peixes, moluscos, tartarugas, tubarões, estrelas-do-mar, esponjas e anêmonas.

Os recifes são formados por uma estrutura de carbonato de cálcio, presente nos esqueletos de animais, como os corais, e das algas calcárias, por exemplo. Corais são cnidários que vivem em simbiose com microalgas, as zooxantelas. Essas microalgas vivem dentro de seus tecidos e conferem, aos recifes de corais, suas mais variadas cores.

Saiba mais

A maior barreira de corais do mundo, conhecida como a Grande Barreira de Coral, é encontrada na Austrália e se estende por cerca de 2.300km. Os corais são organismos frágeis e vêm sofrendo um grande impacto da poluição e das mudanças climáticas.

O branqueamento dos corais

A especialista Beatriz Neves fala sobre o branqueamento dos corais.

Ilhas de Galápagos

As Ilhas de Galápagos estão no Oceano Pacífico e são parte do território do Equador. Formam um complexo que compreende 13 ilhas maiores, dezenas de ilhas menores e ilhotas. A região foi visitada por Charles Darwin, um grande naturalista, durante sua viagem a bordo do navio Beagle.

As tartarugas gigantes e os tentilhões são bem conhecidos entre sua fauna. Os tentilhões foram estudados por Darwin quando propôs a teoria da seleção natural. A vida marinha inclui pinguins, iguanas, pelicanos, leões-marinhos e diversos peixes, raias e tubarões.

Os tubarões-baleia são frequentes na região. No entanto, as mudanças climáticas e o aquecimento global são ameaças às Ilhas de Galápagos, bem como à sua rica e única biodiversidade.

Mar Negro

O Mar Negro está ligado ao Oceano Atlântico, através do Mar Egeu e do Mar Mediterrâneo, por canais conhecidos como estreitos. O mar tem mais de 400 mil km2 e mais de 2 mil metros de profundidade.

A água do Mar Negro é mais fria e menos salgada do que a do Mediterrâneo, o que garante o constante movimento das águas em ambos os sentidos entre esses mares. O mar também é alimentado por rios da região. No fundo do Mar Negro, há uma camada anóxica, de águas frias e sem oxigênio dissolvido, em que apenas algumas bactérias vivem.

A vida marinha do Mar Negro inclui raias, tubarões, golfinhos e peixes, como o atum, arenque e o esturjão-beluga, famoso pelo caviar. Durante décadas, o mar vem sendo poluído com resíduos agrícolas e industriais.

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Conclusão

Considerações Finais

Vimos que a Terra está dividida em regiões biogeográficas e estudamos o que tais regiões representam. Caracterizamos e exemplificamos as Geleiras polares, as Tundras, os diferentes tipos de florestas – desde as Florestas de Coníferas até as Florestas Tropicais –, as Savanas, Estepes e Pradarias, os Desertos, as Restingas e os Manguezais.

Conhecemos, em mais detalhe, os biomas brasileiros Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. De cada um deles, acessamos informação sobre clima, relevo, solo, flora e fauna. Também entendemos a importância de cada um dos biomas brasileiros para o funcionamento e para diversidade da vida na Terra, incluindo a nossa. Além disso, conhecemos os impactos e as ameaças que cada um desses biomas sofre atualmente.

Caracterizamos, por fim, os biomas e as ecorregiões aquáticas, de água doce e água salgada, e conhecemos os principais fatores que caracterizam e delimitam tais ambientes. Vimos, como exemplos, as regiões da Patagônia, do Lago Baikal, da Grande Barreira de Corais e do Mar Negro, entre outros.

Podcast

Agora, a especialista Beatriz Neves encerra o tema falando sobre Mares de plástico e microplástico.

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Identificou as regiões biogeográficas e os biomas do mundo

Descreveu os biomas brasileiros

Caracterizou os biomas aquáticos